sábado, 24 de dezembro de 2011

DESEJO A TODOS UM FELIZ NATAL E QUE AS BENÇÃOS  DO  SENHOR  TRAGA  PAZ, AMOR, FELICIDADE E ESPERANÇA PARA CADA LAR
E QUE 2012, SEJA UM ANO CHEIO DE REALIZAÇÕES/ DIAS. 

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

ADEUS AO MEU AMIGO BAGICO.


Esta semana eu fui surpreendido com a triste notícia que meu grande amigo Bagico faleceu. Foi algo repentino!
O Bagico fazia parte de uma grande clã – OS SERRAS. Não lembro de todos mas conheci a D. Virgínia, mãe dedicada que criou o Lúcio, Paulo, Paxaxá, Pedro, Duriquinho, Joaquim, Bagico e João, moravam ali mesmo, no Jenipaúba, onde o Bagiquinho, assim que eu o tratava, viveu até seus últimos dias e não aceitava por nada afastar-se daquele lugar. Dizia:
- Eu gosto mesmo é de mato!
Lembro das festas que fomos juntos quando jovens, principalmente quando ele começou a namorar a faceira Adorfina (Dodó) minha prima, com quem veio a casar e constituir uma família maravilhosa. Sempre juntos, sua Dodó esteve a seu lado até o último momento. Coisa rara nos dias de hoje.
Naquela época, as festas eram mais tranquilas e enquanto o picarpe alegrava os dançantes, o Bagico, Joaquim e o João, que andavam sempre juntos, no intervalo de uma “parte”, suados, ficavam ali por perto da D. Flozita, minha Mãe, o licor e o papo faziam da noite companheira ideal para momentos inesquecíveis. Eu ficava ali pela ilharga para surrupiar um pires de arroz doce, delícia que sinto falta, sem falar nas pessoas que, hoje, com lágrimas, dos quatro, só vejo o Joaquim – Até quando Senhor?
Dia 24 de novembro de 2011, eu e o Bagico estivemos conversando em sua casa no sítio. Ele, sentado no seu lugar predileto, no assoalho, encostado num esteio na cozinha com fogão à lenha, construída ao lado da casa principal. Aquela cozinha era seu mundo particular, lugar onde eventualmente almoçava e tirava sua sesta. Homem simples e de poucos mimos, gostava mesmo era de ver tv e ficava aborrecido se fosse incomodado na hora da novela das seis, seu programa favorito. 
                                                       Bagico.
No dia em que estivemos conversando, falávamos da Festa de São Miguel que era organizada pelo Sr. Luiz Mucura e realizada anualmente na casa que pertencia a família do Sr. Antônio Patrão. Festa animada, com comida, muita dança e moças bonitas, época muito boa. Lembrávamos do time e dos jogadores daquela época, craques que jogaram por lá, como Higino, Puio, Tutano, Belo, Mangabeirinha, Guarasuco, Queiroz, Paquetão e outros mais. Alguns desses jogadores, jamais tiveram boa vida enfrentando o forte time do São Miguel cujo os diretores Venício Preto, Doriquinho Serra, Gracindo e Luiz Mucura, não mediam esforços para escalar sempre o time titular, e assim, fazer bonito nos jogos ali realizados. Naquele dia, o Bagiquinho relembrou o time do São Miguel daquela época, basicamente tinha a seguinte escalação:
Goleiro: BAGICO (Excelente goleiro).
Defesa: Joaquim Serra, Gregorino, Gracindo Ribeiro e Oscar Mucura.
Meio Campo: Afonso Mucura, Vespasiano Ribeiro e João Serra.
Atacantes:Hermógenes, Duriquinho Serra e Idalino Serra.
 Ficavam à disposição para entrar a qualquer momento: Juquinha e antoniozinho.
Atletas que normalmente eram convidados: Higino e Puio.
Evidentemente, muitos desses amigos já não podem se cumprimentar, isso é a vida, contudo, nós que ainda estamos por aqui não os esqueçemos.
No domingo, dia 27 de novembro de 2011, acompanhamos o Círio da nossa Padroeira juntos, eu, Bagiquinho e a Dodó e já à tarde, lá ia o Bagiquinho pro sítio, para o lugar que ele sempre foi feliz e indiscutivelmente se sentia bem. Tinha alguns planos para este Natal/final do ano, como por exemplo: reunir a família para uma festa e ao som das músicas do Giníca, seu filho, dançarem até a saracura anunciar o raiar do dia. Não foi possível.
Em uma família, todos membros são importantes e cada um exerce seu papel para alcançar o objetivo maior, qual seja:O sucesso de todos.Como em uma nau, é a união e a disciplina que fazem toda diferença. Eventualmente, o comandante pode faltar, mas certamente a missão será cumprida, pois, as instruções e os ensinamentos são feitos ao longo da viagem. Assim é a vida, aprender sempre e aplicar se necessário for. Sei que durante sua jornada por aqui o Bagiquinho transmitiu inúmeros ensinamentos para os seus e hoje, sem seu timoneiro, tenho certeza que pouco mudará, pois a união de seus descendentes os farão sempre fortes. Tristes certamente ficarão principalmente quando reunidos na cozinha com fogão à lenha,durante as longas conversas, olharem para aquele esteio, certamente estará solitário, pois, seu principal usuário estará ausente!
                                                        Cozinha.
                                                      Fogão à lenha.
Bagiquinho, um grande abraço e saiba que mais importante que bens materiais são as lembranças que ficam, essas são eternas. CERTAMENTE VOCÊ SERÁ SEMPRE LEMBRADO COM CARINHO POR TODOS QUE TE AMARAM E SE EU PUDESSE PERGUNTAR-LHE COM FOI A VIDA, ACHO QUE VOCÊ DIRIA: MUNDINHO, FOI BOA, FOI BOA! VAI COM DEUS MEU AMIGO.  
23dez2011

domingo, 18 de dezembro de 2011

O BAR DO ODU.



Não sei se voces conhecem os senhores Lucival Bandeira e Oduvaldo Bandeira, aparentemente pouco conhecidos. Entretanto, se falarmos no Daco e no Odu, aí tudo fica mais fácil. Como sabemos, o Daco (Lucival) e Odu (Oduvaldo) juntamente com o Coeno e outros irmãos, são filhos do Sr. Lindolfo Bandeira, célebre pela tranquilidade ao falar com as pessoas e pelos inúmeros “ponteiros” que enfrentou na cana do leme da Patativa.
Este ano, o Bar do Odu, como é denominado o estabelecimento da família Bandeira, localizado ali na pracinha, não só atendeu aos anseios dos pontapedrenses em pintar seu bar, como foi além. Com bastante criatividade, relembrou nas paredes do balcão do bar garités que fizeram parte da história do nosso Município. Não teve como objetivo mostrar uma obra de arte, mas sim, um trabalho nativo, feito por um morador do lugar. O artista que mostra sua arte através de pinturas simples, mas significativas, é o Sr. Lopes, filho do Sr. Pitíco, como é mais conhecido.
Eu, soudosista como sempre, gostei das pinturas e além de PARABENIZAR a família Bandeira, mostro para voces o trabalho existente no Bar do Odu para que todos pontapedrenses apreciem e relembrem um pouco das garités e seus proprietários que faziam as viagens para Belém carregando açaí e eventualmente disponibilizando as camarinhas para os marinheiros de primeira viagem, mas era o que tínhamos naquela época, boa por sinal. Vejamos:
a)     Patativa – Propriedade do Sr Lindolfo Bandeira, ele mesmo pilotava. 
 
b)    Vespertina – Pertencia ao Sr. João Gomes que também era o piloto.


c)     Maringá – Era do Sr. João Ramos e quem pilotava era o Pedro do Bidi.




d)    Sincera – Pertencia ao Sr. Miguel Martins.


e)     Luz da Esperança – Propriedade do Sr. Fernando Everdosa, e


f)      Original – propietário Sr. Luiz Pezudo.


 A oportuna lembrança da família Bandeira ao mostrar quadros dessas embarcações na parede do balção do Bar do Odu, é sem dúvida motivo para que outros comerciantes alegrem seus estabelecimentos com outros temas, ou mesmo outros meios de tornar nossa Cidade mais alegre e manter nossa cultura viva em nossas memórias.
Observando a parede do Bar do Odu, vemos que tem uma pintura de um saxofonista que o Daco afirmou tratar-se de uma homenagem ao seu avô sr. João Bandeira, exímio instrumentista, como o neto.
Dificilmente veremos garités como as acima mencionadas,entretanto,  embarcações de madeiras continuarão navegando em nossos rios, pois, já ficou provado que, na Amazônia, a madeira ainda é o melhor material para fazer embarcações, dado as particularidades da região. Nosso Município certamente continuará possuindo belas embarcações feitas por mãos habilidosas como as do Sr. Raimundo da Silva Ribeiro, nascido no Municipio de Cametá e que escolheu Ponta de Pedras, como local para desenvolver sua arte de grande mestre na construção de belas embarcações. Ao Sr. Cametá, como é mais conhecido, muito obrigado.  

                  Cametá juntamente com a homenagem ao sr. João Bandeira.

Finalizando, seria bom que exemplo como da família Bandeira, sempre que possível, fosse seguido e a Cidade só teria a ganhar.
Pensem nisso.
18DEZ2011.   



quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

PONTA DE PEDRAS - PARTE I - PONTOS POSITIVOS.


Este ano, quem foi acompanhar o Círio de Nossa Senhora da Conceição, padroeira de Ponta de Pedras, deve ter notado que a Cidade mudou um pouco em relação aos últimos anos. Dessa forma, procurarei destacar os pontos que pude observar e considerei positivo e numa outra oportunidade, citarei alguns pontos que deixaram a desejar sob meu ponto de vista.
Outro dia citei a boa oferta de transporte para o Município, isso facilitou a presença de maior número de romeiros este ano, pois, a quantidade de pessoas na Cidade era bem maior do que das outras vezes. Dava para notar que a pracinha, ponta de encontro dos que visitam a Cidade, nas noites que estive por lá, estava sempre movimentadíssima.
Falando na Pracinha, durante a noite, aquelas motocicletas e bicicletas que costumeiramente se misturavam com os transeuntes nessas ocasiões, estavam ausentes. Notei que ao lado da igrejinha tinha um estacionamento para esses veículos. Parabéns ao Rony, que segundo me falaram anda se esforçando para melhorar o trânsito, mesmo sem a principal ferramenta para isso, pois eu soube, que nosso Município ainda não tem um Departamento Municipal de Trânsito ou coisa parecido. Acho que nossos ocupados vereadores, em 134 anos, ainda não tiveram tempo para elaborar tão importante documento. É uma pena!
Já que falei na igrejinha, ponto de referência para nós, pontapedrenses, confesso que ficou muito bonito o novo visual da Igreja, pintadinha com uma cor forte e que ao por-do-sol, se acentua.

O interior da Igreja, igualmente ficou uma beleza. Para completar, o relógio dava as badaladas de sempre, nas horas cheias e nas meias hora. Soube que a recuperação da Igreja foi uma iniciativa da própria comunidade, achei isso muito importante e dessa forma a pracinha ficou ainda mais bela e aconchegante.

Por falar em beleza e na pracinha, os bares pintados com belas cores deram um complemento que vinha sendo sentido. Alguns proprietários de bar ousaram, mandaram pintores locais mostrarem suas habilidades nas parades, pintando belas paisagens com motivos pontapedrenses, eu saudosista que sou, achei o máximo.

Ao contrário do ano passado, achei a Cidade mais limpa de um modo geral. Algumas ruas foram recuperadas, como aquela que passa em frente da Catedral, ali foi melhorado porque ano passado era só buraco, dificultando caminhar. As ruas por onde a procissão passou, estavam asfaltadas e aquela poeirada que levantava e incomodava todos acabou! Aqui, meus parabéns são para o Prefeito e seus assessores. Prefeito: ASSIM QUE SE FAZ.
Estive ali pelo João tomando uma cerpa e na passagem, observei que aquele bar horrível que funcionava na Casa Tavares "escafedeu-se", instalaram no local uma loja que vende roupas. Também não vi aquela jardineira que ficava isolada no meio da passagem, agora fizeram um jardim no local, só falta umas flores para completar o trabalho.
A feira estava mais apresentável e tenho certeza que o pessoal que visitou Ponta de Pedras este ano, para o Círio, ficou mais satisfeito em ver sua Cidade melhor cuidada e um pouco mais organizada.
Por falar em organização, este ano, o pessoal que cuida dessa parte da festa, programou o círio fluvial e a corrida de cavalos marajoaras para ocorrerem em horários diferentes. O círio, sábado pela manhã e a corrida no sábado a tarde, pelo que ouvi, os eventos estavam bem organizados e o resultado da corrida, este ano, foi uma surpresa porque um azarão emplacou o primeiro lugar. Eu não consegui assistir esses eventos, pois, fui acometido de uma infecção intestinal que deixou-me entregue ao departamento médico, sob os cuidados da Dione, minha mulher e da Graça minha irmã, a quem agradeço toda dedicação e empenho para meu pronto restabelecimento, o que aconteceu somente no domingo e dessa forma acompanhei o Círio, meio capenga mas deu para ir até ao final, conforme meu objetivo.

Certamente alguns pontos positivos ficaram de fora, minha perspicácia deve ter falhado em algum detalhe e peço disculpas por isso, mas certamente no relatório que a Comissão Organizadora do Círio fará deverá constar tudo. Caso não elaborem esse documento, sugiro que outros pontadrenses que amam sua Terra, como eu, comentem sobre nossa Cidade, procurando citar os pontos positivos observados e se observar pontos negativos, da mesma forma citar, mas sempre com o objetivo de ajudar, esquecer partidarismo, rivalidades políticas e outras mazelas que só trazem magoas para os que tentam de alguma forma acertar. Certamente a Cidade precisa de melhorias, mas sejamos justos nos momentos de acerto e o melhor pagamento, sem dúvida, é o reconhecimento.
FINALIZANDO, PARABENIZO À TODOS QUE DE ALGUMA FORMA TIVERAM IDÉIA OU COLABORAM PARA O SUCESSO DO CÍRIO DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO – 2011, EM PONTA DE PEDRAS.
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terça-feira, 6 de dezembro de 2011

VIAJANDO PARA PONTA DE PEDRAS.


Viajar para o interior do estado parece simples. Aquele pessoal que já está acostumado, como eu, não acha nada de mais, no entanto, para os marinheiros de primeira viagem não deixa de ser um bom passeio.
A viagem para Ponta de Pedras, que fica próxima de Belém, a umas tres a quatro horas de viagem de barco, é rápida. O B/M (barco motor) tem algum conforto: cadeiras estofadas para todos passageiros e alguns camarotes bem simples com banheiro, que poderão ser comprados pelos passageiros mais abastados e assim podem viajar mais confortável.

Antes do B/M desatracar tem início a venda de tudo que é bugigangas pelos vendedores ambulantes, é picolé, jornal, laranja,brinquedinho plástico e etc. Na cantina do B/M também existem vários itens a venda, principalmente comida e refrigerantes, assim, a empresa compensa a receita por ter deixado de vender toda a lotação da embarcação. 
Na viagem que fiz no B/M Dádiva do Marajó, por ter saído às 12 horas, tinha almoço para venda: arroz, feijão, macarrão, frango frito e farofa, ao preço de R$ 7,00 (sete reais), não achei caro e também não vi reclamações de que tenha faltado o prato para venda.

Como já comentei existem outras embarcações nessa época e assim o romeiro pode contar com mais opções para chegar até o Município e acompanhar  o Círio da Padroeira do lugar.
A travessia é tranquila e durante a viagem pode-se apreciar as belas paisagens quando passamos pelas ilhas e após a entrada no Rio Marajó Açu, que banha Ponta de Pedras. Se levarmos uma máquina fotografica com uma objetiva de alguns mm, podemos obter belas fotos durante a viagem. Comboios madereiros, barcos de passageiros, barcos pesqueiros e pescadores, são comuns ao longo da viagem. Uma foto do farol do Carnapijó, que fica na entrada/saída do furo do Carnapijó, sempre causa um bom impacto, assim como, uma foto do farol Itaguary, que fica na entrada/saída do Rio Marajó Açu. Não deixa de ser um belo passeio para os que estão acostumados na rotina das avenidas apinhadas de veículos barulhantes e poluidores.

Só para comparação, vejamos o preço de alguns passeios de B/M pela orla de Belém, oferecido pela empresa de turismo valeverde, sediada em Belém:
a)     Furos e igarapés – conhecer os furos e igarapés, com uma caminhada na floresta, R$ 100,00 por pessoa, duração: 3 horas e
b)    Passeio curtindo as belezas da orla de Belém, R$ 40,00 por pessoa, duração: 1h30minutos.                       
Outras empresas oferecem passeios para Soure, Salinópolis e outros lugares do nosso interior, assim, entendo que uma volta por Ponta de Pedras, além de agradável é relativamente barato. Resta saber se o Município está preparado para receber o visitante (turista) que a cada dia procura por mais verde e lugares aconchegantes para buscar algum momento de paz e tranquilidade. Acho que Ponta de Pedras pode ser um desses lugares, basta que as autoridades pontapedrenses trabalhem para isso. Sobre a Cidade? Depois eu comento.


terça-feira, 22 de novembro de 2011

FEIRA DO AÇAÍ X CÍRIO DE PONTA DE PEDRAS.

Pois é, conforme falei, estou a caminho de Ponta de Pedras, onde dia 27 de novembro, se Deus quizer, acompanharei o Círio da Padroeira da Cidade – NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO.
A nossa travessia Rio-Belém, eu e minha mulher, companheira nas minhas viagens foi tranquila, transcorreu normal, estradas boas e sem maiores atropelos.
Quando cheguei na Cidade das Mangueiras, procurei dar uma andada pela Cidade, mesmo vindo todos os anos, sempre é bom ver como está tudo por aqui. Olhem, achei a cidade de Belém um pouco abandonada, contudo, deixarei para comentar posteriormente, vou andar mais um pouco.
Fui dar uma volta lá pela feira do açaí, rever como estão meus conterrâneos que labutam diariamente naquele local. Como a grande maioria deve saber, antigamente a feira era ali próximo da Estação das Docas, na ilharga do local onde atracava o Lobo D’Almada ou o Presidente Vargas, navios da extinta SNAPP. A feira continua com aquela aparência de bagunça, gente andando sem parar e vendendo açaí, farinha,carne fresca,carvão, algumas frutas e tudo mais que aparecer, tudo pagamento à vista, lá ainda não se usa cartão de crédito. Conversando com alguns conterras, falaram-me desolados que não iam à Ponta de Pedras, estavam decepcionados com o estado da Cidade. Dizem que está suja, abandonada e que se forem será para ficarem estressados. Que preferiam ficar ali, lutando para vender seu lote de açaí, mesmo acordando duas da matina e indo pra feira enfrentar as dificuldades do momento. 

Aí me fez lembrar a estória do urubu do ver-o-peso:
“Um urubu vivia brigando por restos de peixe ali nas docas do ver-o-peso. Um parente que vivia no Marajó, de passagem pela cidade foi visitá-lo, pousou no relógio da praça e viu seu primo todo enlameado brigando pela posse de uma cabeça de piramutaba. O urubu que estava pousado no relógio viu que seu primo perdera a parada e depois conversou com ele.
- Mas primo, vamos pro Marajó, lá tem muita bóia, olha como estou gordo! O urubu baquiado topou e os dois voaram pro Marajó. Durante o voo, viram alguns peixes mortos e o urubu faminto já queria dar um razante e se empanturrar. O primo marajoara disse-lhe: - calma primo, hoje iremos comer filé, na Fazendo Santa Gertrudes. E continuaram.
Ficaram assim mais ou menos uma semana, comendo manjar de diretoria, depois, o urubu do ver-o-peso sumiu. Será que ele morreu? Perguntava para si o urubu marajoara. Como não encontrou nenhuma informação a respeito do primo, rumou para Belém. Qual sua surpresa.Seu primo, estava lá, todo desgrenhado, sujo, pitiu mais que o normal e todo agatanhado, brigando por uma gurijuba que não deu pra quem quis.
Depois, num galho de mangueira, cansado e com fome foi interpelado pelo urubu marajoara: - mas primo, você sumiu, não gostou do Marajó? Pois é - respondeu o urubu do ver-o-peso – lá tem do bom e do melhor, peixe, carne boa à vontade mas não serve pra mim – Eu gosto mesmo é da sacanagem!” É, trabalhar no ver-o-peso é assim mesmo, depois de viciado não larga mais, só mesmo a velhice ou a morte os separam.

Tentei argumentar que deveríamos ir, prestigiar nosso Torrão, rever os amigos e principalmente relembrar tempos mais alegres. Eu, conforme falei, irei.
As passagens custam em torno de R$13,00 (já comprei as nossas) e o tempo de viagem dura em média 3 horas, naqueles barcos menos velozes, como eu gosto, para apreciar as paisagens. Transporte não falta, tem embarcação diariamente. Ainda não temos um local onde todas embarcações encostam, assim, uma atraca no terminal da Arapari, outra sai do porto Açaí Biruta e outras encostam no Posto Brilhante. O ideal seria todas chegarem e sairem do mesmo lugar – mas acho que seria demais! Quem sabe um dia?
Mas isso não é problema quando desejamos rever nossa Terra.  
22nov2011. 
  

terça-feira, 8 de novembro de 2011

PARA REFLETIR.

A Revista VEJA, publicou uma reportagem em que analisa 106 cidades brasileiras com mais de 200 mil habitantes, excluiu dessa relação as capitais.
Foram escolhidos oito temas, fundamentais para o bem-estar dos cadadãos, são eles: emprego, ensino básico, internet, saneamento, criminalidade, renda, lixo e mortalidade infantil. Mediante cruzamentos de diversos bancos de dados,foi possível mostrar  municípios que estão dando certo e aqueles que ainda lutam para encontrar seu caminho.
Vejamos os municípios melhores cotados e aqueles que obtiveram menos pontuação em cada tema analisado:
a)   Emprego: a cidade de Paulista(PE) obteve 21,3%, sendo a cidade que mais oferece emprego e a cidade de Magé(RJ), com 1,6% é a que menos oferece
b)   Ensino Básico: a melhor é a cidade de Marília(SP) com  Ideb de 6,4% e a pior é Vitória da Conquista com Ideb de 2,9%;
c)   Internet: a melhor é Santos(SP) com 28,9 pontos de banda larga por 100 mil habitantes e em último lugar ficou Ananindeu(PA), com 0,2 pontos;
d)   Saneamento: a que atende melhor sua população com saneamento é Americana(SP) com 99% e a pior é Arapiraca(AL) com 19,4%;
e)   Criminalidade: A Menor taxa de homicídios pra 100 mil habitantes é de Santarém(PA) com 3,8 e a mais violenta é Marabá(PA) com 125;
f)    Renda: a renda domiciliar per capita, mais alta, está em Niterói(RJ) com R$ 2031,00 e a mais baixa é de Maracanaú(CE) com R$ 385,00;
g)   Lixo: a cidade que atende o maior número da população com a coleta de lixo é Santo André(SP) com 100% e a pior é Santarém(PA) com 75%; e
h)   Mortalidade Infantil:a mortalidade infantil por grupo de 1000 nascidos vivos é menor em Presidente Prudente(SP) com 8 e maior em Itabuna(BA) com 29,4.
A reportagem mostra que, as cidades que tiveram um grande avanço nos índices analisados, investiram maciçamente em educação. Na mesma reportagem, estão listadas outras cidades que investiram em determinado setor e obtivem notável êxito.
 É uma reportagem que vale a pena ser lida.

08nov2011.

                                     







terça-feira, 1 de novembro de 2011

FESTA NO INTERIOR.


Recentemente estive em Blumenau, para conhecer a Oktoberfest, evento realizado anualmente pela comunidade alemã naquele Município. Não fiquei abismado, pois, já fui em eventos muito bonitos quanto àquele. O Círio de Belém, o Carnaval do Rio de Janeiro, o Natal Luz de Gramado,a Festa do Bom fim na Bahia e os vários círios que já tive oportunidade de acompanhar pelo interior do Pará, são muito bonitos e cada um tem sua particularidade, mas a Oktoberfest  achei diferente, por isso, estou dando meu testemunho aqui.
O espaço para o evento é um pavilhão construído num terreno de 26.000 metros quadrados, esse imenso pavilhão foi dividido em três setores, onde as pessoas se divertem cantando, dançando, comendo e tomando muito chopp, muito chopp, é claro!                                              
Durante minha permanência por lá, não vi uma única pessoa embriagado e olha que chopp era o que não faltava, de excelente qualidade e ao preço de R$ 4,50 o copo, era só comprar um tiket numa bilheteria, escolher o chopp e beber à vontade, não soube que tenha faltada a bebida.Pessoas de todas as idades brincavam com alegria, fossem crianças, jovens, adultos ou pessoas de terceira idade. Algumas vestidas a caráter.
 Nos tres palcos existentes, um em cada setor, não faltava música, principalmente do folclore alemão. Para mim, do Giticateu, que estava acostumado dançar forró, bolero e merengue nas festas da Joana, no Carnapijó, pareceu estranho, mas para aquele momento, era contagiante ver como o pessoal dançava com aquelas bandas infestadas de instrumentos de sopro. Uma banda que veio de Munique especialmente para a festa, deu um verdadeiro show.



Aquele haver de gente bebendo chopp e comendo joelho de porco, marreco ou outra comida típica, parecia que estava bebendo água ou bebendo açaí com piramutaba frita, só com uma pequena diferença: se por descuido, entornasse um copo de chopp no chão, imediatamente era limpo. As várias mesas dispostas, com bancos de um lado e outro para as pessoas sentarem e comerem enquanto apreciavam as danças típicas, igualmente, estavam sempre limpas. Eu já disse que não vi nenhum porre? Fumante, também não ví.


Ainda sobre os setores, com um pé direito de dar inveja a qualquer padre, querendo que a sua igreja tivesse um teto daquela altura, pra variar, era ar condicionado. Chique não?
Dos três setores, os setores um e dois ficaram para a brahma vender seu chopp e o setor tres era o quente, com chopp artesanal, ali bamburrava chopp gostoso, que normalmente não vejo amiúde. Num papelzinho, anotei o nome de alguns deles, vejam só: eisenbahn, bierland e wunder bier, de Blumenau; das bier, de Gaspar e scharnstein, de Pomerode. Se encontrarem por aí alguns desses, provem sem susto, mas eu gostei muito do eisenbahn. Tinha até chopp feito de vinho, mas eu não provei, deixei como motivo para voltar. Aí vocês perguntam: e com tanto chopp, não tinham ninguém fazendo xixi na parede? Banheiro limpo era o que não faltava e todo mundo na fila, esperando sua vez.

Ainda podemos pensar que nessa confusão, os casais poderiam esqueçer a camisinha em casa, mas os organizadores pensaram nisso, tinha camisinha disponível para todos, eu fiz o meu agá, tirei a minha.
Na cidade, os hotéis, num computador, na entrada, disponibilizavam informações sobre a festa, como distribuição dos setores, história da festa, preços dos ingressos (inteira R$ 6,00 e meia R$3,00) e outras informações. As corridas de táxis eram tabeladas, não eram caras.
Fora do Pavilhão tinham inúmeras lojas vendendo tudo alusivo a festa e mais comidas. Tinha um parque e mais um setor na parte externa.
Ainda tinha o desfile típico na rua XV de novembro, uma beleza, onde chopp era distribuído para os que estavam assistindo, eu aproveitei. Su du sítio mas num su bubo!


Saí com uma pergunta: guardado as devidas proporções e considerando as particularidades de cada festa e local, por que meu Deus, em nossos municípios ribeirinhos,não podem ser assim, pelo menos um pouquinho?
Agora me deem licença, vou preparar-me para encarar a estrada, vou de carro passar o círio da minha querida Ponta de Pedras, na Ilha de Marajó,serão 3.100 Km até Belém e depois mais umas 3 ou 4 horas de barco até Ponta.
Sobre a festa em Ponta de Pedras? Se Deus permitir, depois eu conto. 
Fiquem vendo uma dança típica que filmei durante a oktoberfest 2011.

01nov2011.  

domingo, 30 de outubro de 2011

MUNICÍPIOS PERDEM CERTAS OPORTUNIDADES DE CRESCER POR FALTA DE DIÁLOGOS ENTRE OS PREFEITOS.


Se nosso objetivo é cumprir uma missão, nada melhor do que procurar saber se alguém já tentou e verificar como foi o desempenho da pessoa. Evidentemente procurando tirar benefícios das boas ações e da mesma forma, evitar cometer os erros caso sejam constatados. Precisamos de uma referência e nada melhor do que ser humilde para saber que antes de nós alguém deve ter passado por ali.
Talvez possamos dizer que isso é lugar-comum, sim, sei que é, mas poucos ou quase ninguém faz isso, o orgulho não permite.A pessoa em cargo de chefia deve estreitar os laços horizontais, trocar ideias, perguntar aos subordinados, se inteirar de experiências bem-sucedidas, participar de encontros, ter conhecimentos de planos e programas, se existirem, manter-se atualizado, ser leal aos seus superiores e procurar aprender com eles, enfim, o cargo de chefia requer um grande esforço e dedicação, além de outras atributos inerentes ao ser humano, mais acentuado em uns e, às vezes, menos em outras. 
Entendo que os Cargos de Prefeito e Vereador,como são cargos de chefia,seus ocupantes poderiam conversar mais entre si, principalmente em cidades pequenas. Os administradores municipais poderiam trocar experiências, um ajudar o outro, mesmo com mão de obra especializada, ainda que cobrando um preço simbólico mas sempre pensando num bem maior, qual seja: o crescimento dos seus municípios.
Sei que existem encontros, reuniões, debates, visitas e outros eventos que normalmente geram algumas diárias, isso é bom, mas pouco proveitoso, os resultados são praticamente inexistentes,contudo, são válidos. Aqui,não estou me referindo a esses eventos.Refiro-me às trocas de experiências, tais como: ceder um funcionário para implantar um sistema de auditoria que já esteja consolidada em determinado município; desenvolvimento, por técnicos de mais de uma prefeitura, de um determinado projeto que beneficie mais de um município; ceder programas de controle, como da merenda escolar, para prefeituras que ainda não disponham dessa ferramenta; prefeitos que tiveram boas ideias e/ou experiências bem-sucedidas permitam que outros municípios se beneficiem e principalmente os municípios beneficiados aceitem, sem interferência do Governo Federal e, outras ações que podem ser implementados por municípios vizinhos.
Hoje, com a internet, podemos notar as grandes disparidades entre as administrações municipais. Alguns municípios disponibilizam fotos, relatórios, plano diretor bem elaborado, plano plurianual, lei orgânica do município e demais dados referentes ao município, outros, quando muito, disponibilizam umas três linhas de notícias, umas duas fotografias, sempre enaltecendo o prefeito e o restante é somente “aguardando material para publicação”.Até os sites, uns, são bem organizados, com currículo do Prefeito; calendários de eventos e tudo mais, outros, são sites que aquelas empresas disponibilizam só pra quebrar o galho e provavelmente ganhar algum dinheiro e o que é pior: as prefeituras pagam. Dessa forma, o dinheiro da população é desperdiçado.Se não pagam, ainda assim é triste, uma prefeitura ter seu nome associado a produto de qualidade duvidosa.Sinceramente, não entendo isso.
Será que nossos administradores não conversam, não se gostam ou temem ter o sucesso ameaçado? Acho que não é o caso. O que falta mesmo, no meu entender, é diálogo entre eles e humildade para aceitar ajuda quando necessário.
É uma pena vermos municípios com mais de cem anos e ainda serem administrados como se nenhuma mudança estivesse acontecendo.Culpa do povo?Incompetência dos administradores? Não. Povo e administradores certamente sabem que as mudanças são irreversíveis e a cada dia as exigências e desafios para os administradores serão maiores e as soluções estão por perto, basta conversarem mais e terem em mente que cada ELEITOR espera muito de cada ADMINISTRADOR MUNICIPAL.
Pensem nisso.
30OUT2011

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

O DIA EM QUE O "JUCURARU" ROI O RABO.


No sítio, tem dia que amanhece chuviscando, aquele burrisco fininho e nossa vontade é ficar enrrolado na rede, de longe, parece até um sucuriju que engoliu uma embiara. No fogão, os tições apagados, denunciam que a boia naquele dia está vasqueira. A chuva continua com aquela zoadinha gostosa na palha de inajá bem mupicada. Lá fora, o tijuco liso que só mussum, tira a coragem de meter o pé na lama, o mijacão ou a frieira rondam cada pé. Credo!
A maré seca no igarapé, tira a vontade de botar o casco n’água porque um ananinzeiro atravessado bem no rego do igarapé impede a passagem, paresque é praga! tem-se que descer e puxar o casco para contornar a árvore caída.
Café, farinha, açúcar e demais mantimentos precisam de uma intera. A mandioca apodrecendo na roça, ainda mais agora com as chuvas. Se não fosse os caititus e os porcos que aparecem por lá, os pai-lourenços poderiam ficar mais um tiquinho de tempo aguardando, mas se não tiver farinha que adianta a boia?
O açaí está vasqueiro, uns cachinhos que tinham ali na pontinha já foram apanhados e os tucanos e araçaris não dão trégua, acabam o restinho que ficou. Alguns ainda estão verdes… nem paró pro bebe. Para catar alguma vassourinha tem-se que ter coragem porque as árvores ficam lisas que nem sabão.
Despescar um cacori? Talvez. Mas com as águas vivas os peixes somem, somente alguns gitos podem estar por lá; camboas não tem dado nada e os matapis não foram iscados. Com esse haver de chuva, mundés e armadilhas não são armadas; tapagens não são feitas, lenternar ...nem pensar.
O rompe-mato continua enrrodilhado no pé do esteio. Só o cochito que ronca, fuçando o caroçal. Nem as galinhas desceram dos puleiros!
No jirau, as panelas tisnadas estão vazias. Tem lenha, mas querosene e fósforo só tem uma rebarbinha.
Pois é, um dia desses, lá no sítio, dizemos que é o dia em que o jucuraru roi o rabo.

10OUT2011

domingo, 2 de outubro de 2011

RIQUEZA PONTAPEDRENSE


 
“……Os dois portugueses, lesados no ajuste, iam se embrabecendo. Mas menos lesados foram ficando ao descobrir ali perto, tão exposta, parecendo muito à mão, a cabocla descalça, dessas de serventia de  famílias. A quem logo jogaram pilhérias, foram pilheriando, pilheriando, Libânia a fazer que nem seu Sousa, mouca. Um deles, então, largou do balde, renteou a pequena e zás! Lhe deu, não onde queria, foi no lado da coxa mais no pano do vestido, lhe deu um beliscão. Mas pra quê! Ela saltou, cega, escura, com o balde d’água suja sobre o homem, deu gritos, virou tinas, atirou vassouras, sabão, paus, lixo, e cuspiu nos homens, obrigados a sair para a rua, corridos, à espera que tal onça se acalmasse..”

Belém do Grão-Pará/Dalcídio Jurandir.

LINLINGUAGEM REGIONAL DO PARÁ, DECLARADO PATRIMÔNIO IMATERIAL DO ESTADO

Diário Oficial Nº. 32008 de 28/09/2011

ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO

LEI N° 7.548, DE 12 DE SETEMBRO DE 2011


Declara como integrante do patrimônio cultural de natureza imaterial do Estado do Pará, a linguagem regional.
A AssemblEia Legislativa do Estado do Pará estatui e seu Presidente, nos termos do § 7º do art. 108 da Constituição do Estado do Pará promulga a seguinte Lei:
Art. 1° Fica reconhecido como patrimônio cultural de natureza imaterial para o Estado do Pará a linguagem regional, nos termos do art. 286, da Constituição do Estado do Pará.
Art. 2° Integra-se ao patrimônio cultural imaterial do Estado do Pará a linguagem regional com as seguintes palavras:
I – pai d’ égua - (excelente);
II – égua – (vírgula do paraense, demonstra a emoção de cada intenção da frase);
III -  “é-gu-a” – (poxa vida);
IV – levou o farelo – (se deu mal);
V -  pitiú – (cheiro de característica do peixe);
VI – só-te-digo-vai! – (expressão usada pelas mães pra chamar atenção dos filhos, quando não às obedecem);
VII – te acoca – (te abaixa);
VIII – tuíra – (pele ressecada);
IX – mas-como-então? – (explique-me);
X – bora logo! – (se apresse).
Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
                       PALÁCIO CABANAGEM, GABINETE DA PRESIDÊNCIA DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO PARÁ, EM 12 DE SETEMBRO DE 2011.
                          DEPUTADO MANOEL PIONEIRO
                           Presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Pará

sábado, 1 de outubro de 2011

SERÁ QUE PONTA DE PEDRAS JÁ FAZ PARTE
DO PROGRAMA?
 
 CGU e GESTÃO PÚBLICA. Portaria/CGU nº 2.008, de 28.09.2011
(DOU de 29.09.2011, S. 1, ps. 20 a 24) - torna pública a realização do
14º sorteio do Programa de Fortalecimento da Gestão Pública, no dia
03.10.2011, às 09:00h, no auditório da Caixa Econômica Federal,
Agência Planalto, situada no Setor Bancário Sul, Quadra 1, Bloco "L",
Brasília-DF. O sorteio selecionará os municípios que receberão ações
de educação presencial do Programa de Fortalecimento da Gestão
Pública, nos termos da Portaria/CGU nº 528, de 11.04.2008. Será
sorteada 01 (uma) unidade municipal para cada Estado da Federação,
exceto para os Estados do Acre, Amapá e Roraima, cujos municípios
concorrerão conjuntamente para a escolha daquele que receberá a ação
de capacitação. Por oportuno, convidamos a rede do Ementário de Gestão
Pública a conhecer e divulgar os detalhes do Programa de
Fortalecimento da Gestão Pública, na página web da Controladoria-Geral
da União, qual seja:
http://www.cgu.gov.br/AreaPrevencaoCorrupcao/AreasAtuacao/Fortalecime...

Extraído do ementário de Paulo Grazziotin.
 EDUCAÇÃO. Lei nº 12.499, de 29.09.2011 (DOU de 30.09.2011,
S. 1, p. 1) - autoriza a União a transferir recursos financeiros aos
Municípios e ao Distrito Federal, com a finalidade de prestar apoio
financeiro à manutenção de novos estabelecimentos públicos de educação
infantil, e dá outras providências. Pelo art. 4º do normativo, a
transferência de recursos financeiros no âmbito desta Lei será
efetivada, automaticamente, pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da
Educação (FNDE), dispensando-se a celebração de convênio, acordo,
contrato, ajuste ou instrumento congênere, mediante depósito em conta
corrente específica. O Conselho Deliberativo do FNDE disporá, em ato
próprio, sobre os critérios operacionais de distribuição, repasse,
execução e prestação de contas do apoio financeiro.

Extraído do Ementário de Gestão Pública - Paulo Grazziotin.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

CONGRESSO GLOBAL CONTRA CORRUPÇÃO, EM 2012

Brasília vai sediar, de 7 a 10 de novembro de 2012, a 15ª Conferência
Internacional Anti-Corrupção, a 15ª IACC, conforme a sigla em inglês.
O anúncio foi feito em 28.09.2011 pela promotora do evento, a ONG
Transparência Internacional (TI), em sua sede, em Berlim (Alemanha). O
evento é realizado desde 1983 e, desta vez, terá como tema
“Mobilizando Pessoas: Conectando Agentes de Mudança”. No Brasil, a
Conferência será feita em parceria com a Controladoria-Geral da União
(CGU), a associação Amigos Associados de Ribeirão Bonito (Amarribo) -
representante da TI no Brasil - e o Instituto Ethos de Empresas e
Responsabilidade Social.
A IACC é considerada o principal fórum global e independente de
combate à corrupção, reunindo as principais lideranças globais da luta
para eliminar seu impacto sobre a governança, a economia, o meio-
ambiente e, principalmente, sobre o cotidiano da população,
especialmente dos mais necessitados. O evento acontece a cada dois
anos.
Mais de 1,5 mil participantes de mais de 135 países devem participar
na 15ª IACC, que reunirá líderes dos setores público e privado,
jornalistas investigativos, representantes do Judiciário, autoridades
de persecução penal, ativistas, acadêmicos e sociedade civil.
A 14ª IACC, realizada em novembro de 2010, em Bangkok na Tailândia,
apontou o caminho para o futuro na luta contra a corrupção: o
movimento anticorrupção internacional decidiu dar nova ênfase ao
combate à corrupção, mobilizando a sociedade civil, os setores privado
e público e as novas gerações. Para tanto, é preciso novas idéias e,
mais importante, uma interação intensa entre todos esses setores.
Entre outras questões importantes para a prevenção e o combate à
corrupção, o evento vai discutir novas formas de incentivar a promoção
de mais transparência sobre os gastos públicos e ampliar a
participação social no controle desses gastos e nas decisões de
governo.
Para mais informações visite o site da conferência no endereço:
http://www.15iacc.org
Obs: Extraído do Ementário de Gestão Pública - Paulo Grazziotin.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

CREUZA, A PÁVULA.

Dona Fulaca estava terminando de preparar uns peixes que seu Filismino pegara no cacori, enquanto isso, Juca, em pé nas proximidades olhava sua Mãe riscar alguns jaraquis. Tinham ituís, duas ou três pescadas e um belo piranambu, ao todo, uns três quilos de peixe.
Diquinha atiçava o fogo e seu Filismino foro tomar banho.
Mas Juca – disse D. Fuluca – tu sabe quem chegu de Belém?
- Não Mamãe, quem foi? Respondeu Juca.
- A Creuza.
E quem é Creuza Mamãe? Indagou Juca.
- Mas a filha da cumadre Dicota e du Cumpadre Zé Pongó, aquele qui mora ali abaixo da buca du Paricatuba, naquela enseada.Respondeu D. Fuluca.
Ah, sim, lembro..E daí?
Meo filho, o qui é verdade mande Deus que se diga: a piquena tá pávula, tá pávula, que só vendo. Eu tava sentada naquele banco du João Ramos cum o Diquito Prego e o Cumpadre Pongó, isperando a Diquinha qui tinha ida cumprar uma quarta de café e meio quartilho de querosene e quando eu vejo, lá vem a Creuza, ali da banda da rampa, aquela qui us Abaiteuaras encostam com us potes pra vender.Disse D. Fuluca.
- Eu sei.
- Puis é, ela chegu e nem tumu bença, eu, calada estava, calada fiquei. Meo filho, a piquena tava cum vistido tão apertado qui dava pra ver a marca da carçinha dela, um vistido gitito mesmo. Tuda hora ela ajeitava u cumprimento du vistido, puxando pra baixo, eu num intendo porque essas piquenas compram um vistido tão curto pra despuis ficar puxando, porque num compram no cumprimento certo? O Diquito ficava só olhando pra ver se via arguma cuisa. Pra cumpretar ela tava de sapato arto e de zóculos, mas mano, ela ficu tudo tempo se tariando pru salto não entrar na greta da tábua da ponte; o zóculos, era tão grande que parecia um zolho de tralhoto e num parava de ajeitar, era  um haver de acerta zóculos, joga u cabelo pra trás, ispia pru lado pra ver se arguém tava ulhando, era uma pavulage só!.
- Mas Mamãe, ela frisou o cabelo não foi? Perguntou Diquinha.
- Mea Filha, eu num me alembro cumo era u cabelo da Creuza.
- Mamãe, o cabelo dela era liso, a Senhora não lembra? Disse Juca.
- Antão pintu, porque tava tali quar um murrão de argudão que teu Pai faz pra calafetar a muntaria. Falou D. Fuluca
Coma assim Mamãe? Indagou Juca.
Meo filho, Tava tudo inrrolado e vermelho, parece us murrões pintados cum zarção - creio em Deus Pai!
- Despuis ela tiru o zóculos e deu pra ver a imissidade de pintura que ela tava usando. O zolho tinha uma berada pintada de azur e por cima meio marrom, mas meo Filho, quando ela piscava a pele ingilhava e isticava, qui cuisa feia, mar cumparada, parecia um fiofó de galinha.
- Mas Mamãe, a Senhora já viu isso? Perguntou Juca.
- Ora Juca, eu num vi, mas dá pra carcular. Respondeu D. Fuluca.
- Nu rosto ela passu tanto ruge, qui Deus me perdue, parecia uma visage, uma visage! O Diquito, aquilo qui é pessimismo em pessoa, só ulhava.
Despuis, u cumpadre Pongó disse qui ia imbora e a Creuza, foi de sapato arto até na cabeça da ponte. O Diquito, aquele peste, pois desceu dizendo que ia impurrar a muntaria que istava inseca, mas quar nada, ele fui ispiar a Creuza passando por riba da ponte, aí ela ficu imbatucada, num sabia se olhava pro chão pra livrar o sarto da greta da tábua ou fechava a perna pra evitar que o Diquito visse arguma cuisa, foi muito istorde a situação.
- Mas Mamãe, porque a Senhora lembrou disso agora? Indagou Juca.
- Meo Filho, é que eu alembrei da cumadre Dicota; nu panero do cumpadre Pongó, tinha uns tres maparás sargados, daqueles que vem de Cametá e uma cambada de tamuatá du gelo, agora tu carcula a Creuza cum aquela pavulagem tuda, cumendo peixe pitiu nu armoço e na junta, num tem istrato que dê jeito. A num ser qui ela tome um chibé, um mingau branco ou como duis uvu cozido, aí eu quero vê aquela pavulage tuda. Disse D. Fuluca.
- É Mamãe, mas de fome ela não vai morrer - Respondeu Juca.
- E a bóia sai ou num saí? Perguntou seu Filismino que chegara do banho.
- É pra já – Disse D. Fuluca - Diquinha, mea filha, me pega duis limãozinho pra temperar isti pexe e pega umas pimentas pru teu Pai, anda piquena. Mas gosta de iscutar cunversa, mas já gosta.
Causos do sítio.

28SET2011.

terça-feira, 20 de setembro de 2011


CHEGADA DO ARARI.

Eram aproximadamente tres da tarde, Dona Fuluca soprava as brasas embaixo de alguns sacaís para aumentar o fogo e assim, fazer o café da tarde. Juca aguardava em pé junto ao jirau para, então, ir apanhar o açaí pro bebe. O almoço tinha sido uns jejus salgados com vinagreira. Ainda tinha uma rebarba de capivara que seria assada para comer com açaí à noite.
Diquinha, que tinha ido no porto buscar água num balde de cuieira, gritou alegre:
- Mãe, olhe quem vem lá na volta do igarapé!
- Quem é antão piquena? Disse Dona Fuluca.
- É o Papai.
- Humm! Dexa ele chegar, eu quero proguntar pra ele o que ele viu nu Arari que esqueceu de vortar, pensei que argum tuiuiu tinha ingulido ele ou antão tinha sido mundiado por arguém ou será qui já tava amasiado cum arguma corna? Dexa ele chegar.Disse Dona Fuluca.
Mas Mamãe deixe de ficar cismada, que aleve, a senhora sabe que o Papai estava trabalhando e ele não faria isso. Respondeu Diquinha, colocando a água no pote, antes, cuidou de por um saco, que fora usado para embalar sal, após ter sido lavado e dobrado em dois, para coar a água.
Juca largou o cobó, o paneiro e dirigiu-se ao porto para aguardar o Pai e ajudar amarrar o reboque no mará. Em questão de minutos, o reboque com seu Filismino e seu irmão Laurindo, após passar o mangueiro grande encostou lentamente.
Ei parente… Falou seu Laurindo.
-  Uuuuuui! Respondeu Juca, bença Pai, bença Tio. Disse Juca.
- Deus te faça feliz, disseram os dois irmãos uníssonos.
- Como estão todos por aí? Perguntou Seu Filismino.
- Zinho assim, assim, a Mamãe que está numa consumição só com a sua volta, se prepare que ela disse que vai dar-lhe uma descompostura pela demora. Respondeu Juca.
- Dexa ela comigo, eu trouxe uma coalhada de leite de bufalo, uma carne especial e uns apaiaris salgados, quando ela pruvar a coalhada, comer a carne  e o peixe assados com açaí, ela amansa num é, Laurindo?
- E num é antão…Ainda mais misturada com saudade, mas credo! Respondeu Seu Laurindo.
Juca, deu uma espiada e notou que o iapá do toldo já estava quase todo esbandalhado, a poronga jogada no fundo do batelo não prestava pra nada, a panacarica também pra nada servia, a bilha quebrada e Seu Fislimino com uns arranhões no rosto parecia que tinha se agarrado com um jacaré-açu.
- O que foi que aconteceu então com voces, lutaram com a Boiúna? Indagou Juca.
- Pois é – responde Seu Laurindo – Num foi o Bezouro onti a noite, que quase nos põe nu fundo alí abaixo do Mutá, acho qui o cumandante estava avoado. Demos sorte de num ter pegado na ilharga du bote, fui só de cumprido a batida, senão, nós num estavamos aqui cunversando, num foi Felismino?
É, a bordoada foi feia, me jugu a forqueta no perau, o faia quebru, jugu o fogão n’água,  quebru a bilha e ainda abriu um rombo na rudela, ali do lado direito du gaviete, o jeito foi por uma camisa pra tapar o buraco, dá uma espiada.Istis arranhão fui tentando salvar as cuisas. Disse Seu Felismino.
Juca olhou e disse: - É mesmo, mas por um lado foi bom porque agora a Mamãe, depois de saber disso esquecerá a pinimba que estava criando com essa viagem.
Nisso se aproximam Dona Fuluca e Diquinha. Enquanto Diquinha dava uma olhada na carga que estava no batelo, Dona Fuluca, não perdeu tempo:
- Mas tu num tem vergonha mesmo, heim Filismino? Além de te agarrar com essas piquenas de Cachueira, essas ufiricidas, ainda vem tudo agatanhado pra casa, parece tudo curubento. Tu sabe u qui é bom pra isso? É vergonha nessa cara dislambida, mas dexa ti istá, eu curo essa senvergonhice cum limão galego, dexa ti istá...
- Mas minha Flor, tu num dexa nem eu falar, diz pra ela Juca o que aconteceu.
Após Juca ter explicado direitinho o acontecido, Dona Fuluca, mais calma, olhou para Seu Filismino e disse:
 - Mas credo! Esconjura, parece que tava adivinhando qui arguma cuisa ruim tava acontecendo, ainda bem que voces estão bem. Vamos sartar pra fazer uma afumentação, passar uma andiroba nesses baques e emprastar, cumpadre o sinhô também, o Juca i a Diquinha tiram os teréns du batelo, voces aproveitam pra beber um café com beijú que eu fez agora, tá fresquinho.
- Mas minha flor eu trouxe uns mimos pra ti. Disse Seu Filismino.
- Depuis, depuis, vamu vê premero esses baqui e curar eles porque pode virar uma pustema, aí num tem santo que dê jeito, vamu, vamu, premero a saúde depuis o resto.
Juntos, seguiram por cima do meritizeiro que servia de porto e Dona Fuluca na frente, apressada, de vez em quanto olhava pra trás para verificar se estava sendo seguida, enquanto Juca e Diquinha cuidavam para descarregar a embarcação.
Causos do sítio.

20Set2011.