terça-feira, 22 de novembro de 2011

FEIRA DO AÇAÍ X CÍRIO DE PONTA DE PEDRAS.

Pois é, conforme falei, estou a caminho de Ponta de Pedras, onde dia 27 de novembro, se Deus quizer, acompanharei o Círio da Padroeira da Cidade – NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO.
A nossa travessia Rio-Belém, eu e minha mulher, companheira nas minhas viagens foi tranquila, transcorreu normal, estradas boas e sem maiores atropelos.
Quando cheguei na Cidade das Mangueiras, procurei dar uma andada pela Cidade, mesmo vindo todos os anos, sempre é bom ver como está tudo por aqui. Olhem, achei a cidade de Belém um pouco abandonada, contudo, deixarei para comentar posteriormente, vou andar mais um pouco.
Fui dar uma volta lá pela feira do açaí, rever como estão meus conterrâneos que labutam diariamente naquele local. Como a grande maioria deve saber, antigamente a feira era ali próximo da Estação das Docas, na ilharga do local onde atracava o Lobo D’Almada ou o Presidente Vargas, navios da extinta SNAPP. A feira continua com aquela aparência de bagunça, gente andando sem parar e vendendo açaí, farinha,carne fresca,carvão, algumas frutas e tudo mais que aparecer, tudo pagamento à vista, lá ainda não se usa cartão de crédito. Conversando com alguns conterras, falaram-me desolados que não iam à Ponta de Pedras, estavam decepcionados com o estado da Cidade. Dizem que está suja, abandonada e que se forem será para ficarem estressados. Que preferiam ficar ali, lutando para vender seu lote de açaí, mesmo acordando duas da matina e indo pra feira enfrentar as dificuldades do momento. 

Aí me fez lembrar a estória do urubu do ver-o-peso:
“Um urubu vivia brigando por restos de peixe ali nas docas do ver-o-peso. Um parente que vivia no Marajó, de passagem pela cidade foi visitá-lo, pousou no relógio da praça e viu seu primo todo enlameado brigando pela posse de uma cabeça de piramutaba. O urubu que estava pousado no relógio viu que seu primo perdera a parada e depois conversou com ele.
- Mas primo, vamos pro Marajó, lá tem muita bóia, olha como estou gordo! O urubu baquiado topou e os dois voaram pro Marajó. Durante o voo, viram alguns peixes mortos e o urubu faminto já queria dar um razante e se empanturrar. O primo marajoara disse-lhe: - calma primo, hoje iremos comer filé, na Fazendo Santa Gertrudes. E continuaram.
Ficaram assim mais ou menos uma semana, comendo manjar de diretoria, depois, o urubu do ver-o-peso sumiu. Será que ele morreu? Perguntava para si o urubu marajoara. Como não encontrou nenhuma informação a respeito do primo, rumou para Belém. Qual sua surpresa.Seu primo, estava lá, todo desgrenhado, sujo, pitiu mais que o normal e todo agatanhado, brigando por uma gurijuba que não deu pra quem quis.
Depois, num galho de mangueira, cansado e com fome foi interpelado pelo urubu marajoara: - mas primo, você sumiu, não gostou do Marajó? Pois é - respondeu o urubu do ver-o-peso – lá tem do bom e do melhor, peixe, carne boa à vontade mas não serve pra mim – Eu gosto mesmo é da sacanagem!” É, trabalhar no ver-o-peso é assim mesmo, depois de viciado não larga mais, só mesmo a velhice ou a morte os separam.

Tentei argumentar que deveríamos ir, prestigiar nosso Torrão, rever os amigos e principalmente relembrar tempos mais alegres. Eu, conforme falei, irei.
As passagens custam em torno de R$13,00 (já comprei as nossas) e o tempo de viagem dura em média 3 horas, naqueles barcos menos velozes, como eu gosto, para apreciar as paisagens. Transporte não falta, tem embarcação diariamente. Ainda não temos um local onde todas embarcações encostam, assim, uma atraca no terminal da Arapari, outra sai do porto Açaí Biruta e outras encostam no Posto Brilhante. O ideal seria todas chegarem e sairem do mesmo lugar – mas acho que seria demais! Quem sabe um dia?
Mas isso não é problema quando desejamos rever nossa Terra.  
22nov2011. 
  

terça-feira, 8 de novembro de 2011

PARA REFLETIR.

A Revista VEJA, publicou uma reportagem em que analisa 106 cidades brasileiras com mais de 200 mil habitantes, excluiu dessa relação as capitais.
Foram escolhidos oito temas, fundamentais para o bem-estar dos cadadãos, são eles: emprego, ensino básico, internet, saneamento, criminalidade, renda, lixo e mortalidade infantil. Mediante cruzamentos de diversos bancos de dados,foi possível mostrar  municípios que estão dando certo e aqueles que ainda lutam para encontrar seu caminho.
Vejamos os municípios melhores cotados e aqueles que obtiveram menos pontuação em cada tema analisado:
a)   Emprego: a cidade de Paulista(PE) obteve 21,3%, sendo a cidade que mais oferece emprego e a cidade de Magé(RJ), com 1,6% é a que menos oferece
b)   Ensino Básico: a melhor é a cidade de Marília(SP) com  Ideb de 6,4% e a pior é Vitória da Conquista com Ideb de 2,9%;
c)   Internet: a melhor é Santos(SP) com 28,9 pontos de banda larga por 100 mil habitantes e em último lugar ficou Ananindeu(PA), com 0,2 pontos;
d)   Saneamento: a que atende melhor sua população com saneamento é Americana(SP) com 99% e a pior é Arapiraca(AL) com 19,4%;
e)   Criminalidade: A Menor taxa de homicídios pra 100 mil habitantes é de Santarém(PA) com 3,8 e a mais violenta é Marabá(PA) com 125;
f)    Renda: a renda domiciliar per capita, mais alta, está em Niterói(RJ) com R$ 2031,00 e a mais baixa é de Maracanaú(CE) com R$ 385,00;
g)   Lixo: a cidade que atende o maior número da população com a coleta de lixo é Santo André(SP) com 100% e a pior é Santarém(PA) com 75%; e
h)   Mortalidade Infantil:a mortalidade infantil por grupo de 1000 nascidos vivos é menor em Presidente Prudente(SP) com 8 e maior em Itabuna(BA) com 29,4.
A reportagem mostra que, as cidades que tiveram um grande avanço nos índices analisados, investiram maciçamente em educação. Na mesma reportagem, estão listadas outras cidades que investiram em determinado setor e obtivem notável êxito.
 É uma reportagem que vale a pena ser lida.

08nov2011.

                                     







terça-feira, 1 de novembro de 2011

FESTA NO INTERIOR.


Recentemente estive em Blumenau, para conhecer a Oktoberfest, evento realizado anualmente pela comunidade alemã naquele Município. Não fiquei abismado, pois, já fui em eventos muito bonitos quanto àquele. O Círio de Belém, o Carnaval do Rio de Janeiro, o Natal Luz de Gramado,a Festa do Bom fim na Bahia e os vários círios que já tive oportunidade de acompanhar pelo interior do Pará, são muito bonitos e cada um tem sua particularidade, mas a Oktoberfest  achei diferente, por isso, estou dando meu testemunho aqui.
O espaço para o evento é um pavilhão construído num terreno de 26.000 metros quadrados, esse imenso pavilhão foi dividido em três setores, onde as pessoas se divertem cantando, dançando, comendo e tomando muito chopp, muito chopp, é claro!                                              
Durante minha permanência por lá, não vi uma única pessoa embriagado e olha que chopp era o que não faltava, de excelente qualidade e ao preço de R$ 4,50 o copo, era só comprar um tiket numa bilheteria, escolher o chopp e beber à vontade, não soube que tenha faltada a bebida.Pessoas de todas as idades brincavam com alegria, fossem crianças, jovens, adultos ou pessoas de terceira idade. Algumas vestidas a caráter.
 Nos tres palcos existentes, um em cada setor, não faltava música, principalmente do folclore alemão. Para mim, do Giticateu, que estava acostumado dançar forró, bolero e merengue nas festas da Joana, no Carnapijó, pareceu estranho, mas para aquele momento, era contagiante ver como o pessoal dançava com aquelas bandas infestadas de instrumentos de sopro. Uma banda que veio de Munique especialmente para a festa, deu um verdadeiro show.



Aquele haver de gente bebendo chopp e comendo joelho de porco, marreco ou outra comida típica, parecia que estava bebendo água ou bebendo açaí com piramutaba frita, só com uma pequena diferença: se por descuido, entornasse um copo de chopp no chão, imediatamente era limpo. As várias mesas dispostas, com bancos de um lado e outro para as pessoas sentarem e comerem enquanto apreciavam as danças típicas, igualmente, estavam sempre limpas. Eu já disse que não vi nenhum porre? Fumante, também não ví.


Ainda sobre os setores, com um pé direito de dar inveja a qualquer padre, querendo que a sua igreja tivesse um teto daquela altura, pra variar, era ar condicionado. Chique não?
Dos três setores, os setores um e dois ficaram para a brahma vender seu chopp e o setor tres era o quente, com chopp artesanal, ali bamburrava chopp gostoso, que normalmente não vejo amiúde. Num papelzinho, anotei o nome de alguns deles, vejam só: eisenbahn, bierland e wunder bier, de Blumenau; das bier, de Gaspar e scharnstein, de Pomerode. Se encontrarem por aí alguns desses, provem sem susto, mas eu gostei muito do eisenbahn. Tinha até chopp feito de vinho, mas eu não provei, deixei como motivo para voltar. Aí vocês perguntam: e com tanto chopp, não tinham ninguém fazendo xixi na parede? Banheiro limpo era o que não faltava e todo mundo na fila, esperando sua vez.

Ainda podemos pensar que nessa confusão, os casais poderiam esqueçer a camisinha em casa, mas os organizadores pensaram nisso, tinha camisinha disponível para todos, eu fiz o meu agá, tirei a minha.
Na cidade, os hotéis, num computador, na entrada, disponibilizavam informações sobre a festa, como distribuição dos setores, história da festa, preços dos ingressos (inteira R$ 6,00 e meia R$3,00) e outras informações. As corridas de táxis eram tabeladas, não eram caras.
Fora do Pavilhão tinham inúmeras lojas vendendo tudo alusivo a festa e mais comidas. Tinha um parque e mais um setor na parte externa.
Ainda tinha o desfile típico na rua XV de novembro, uma beleza, onde chopp era distribuído para os que estavam assistindo, eu aproveitei. Su du sítio mas num su bubo!


Saí com uma pergunta: guardado as devidas proporções e considerando as particularidades de cada festa e local, por que meu Deus, em nossos municípios ribeirinhos,não podem ser assim, pelo menos um pouquinho?
Agora me deem licença, vou preparar-me para encarar a estrada, vou de carro passar o círio da minha querida Ponta de Pedras, na Ilha de Marajó,serão 3.100 Km até Belém e depois mais umas 3 ou 4 horas de barco até Ponta.
Sobre a festa em Ponta de Pedras? Se Deus permitir, depois eu conto. 
Fiquem vendo uma dança típica que filmei durante a oktoberfest 2011.

01nov2011.