sexta-feira, 27 de abril de 2012

AS ELEIÇÕES SE APROXIMAM.



Como 2012 é um ano eleitoral, vamos começar assistir inúmeros candidatos aos cargos de prefeito e vereador se desdobrarem em fazer promessas. Costumo assistir esses programas, mais como programa de piada, dado as  “figuras” que se candidatam do que propriamente um programa onde os pretendentes aos referidos cargos apresentam seus programas de govêrno. Isso acontece em todo o Brasil, pois, as eleições municipais, são uma grande oportunidade para um grande número de pessoas tentarem ocupar um cargo público mesmo não merecendo. Aqueles que já estão por lá, lutam para não sair. Os municípios, esses, continuam os mesmos, muito raro é o município que tem um bom administrador e assim, apresenta alguma melhora.
Temos visto na midia a atuação dos políticos brasileiros, os escândalos se sucedem em todos os níveis. De norte a sul vemos uma verdadeira briga entre gatos e ratos: os gatos (justiça) tentam evitar a todo custo que os ratos (políticos e seus comparsas) dilapidem o patrimônio público. Temos notado que a luta tem sido quase em vão porque os ratos se multiplicam e a cada dia mais criativos, tentam se aproveitar mais dos cargos que prometem desempanhar com ética, quando em campanha. E o que podemos fazer?
Acho que mesmo a justiça procurando evitar que pessoas de má índole tenham acesso aos cofres públicos, não é uma tarefa fácil. Nós os eleitores, e principalmente aqueles que vivem na dependência de uma “ajudazinha” desses políticos inescrupulosos somos os verdadeiros responsáveis pelo caos que vivemos. Os eleitores elegem candidatos que visivelmente não têm a menor condições de assumir um cargo de tamanha envergadura, muitos não tem o devido preparo, certamente serão marionetes na mão dos mais espertos, as “raposas” que dão a oportunidade de um despreparado se eleger, seja angariando votos, seja injetando dinheiro para elegerem seus candidatos, sempre na certeza de que terão algum benefício após o incauto ser eleito.
Nos interiores, os prefeitos e vereadores navegam no mesmo barco. São políticos que já vêm de famílias que sempre governaram seus municípios. Fazem de tudo para manterem-se nos cargos e mediante um pequeno agrado, usam os municípes mais necessitados como escudo para defenderem seus interesses.
Vemos constantemente políticos com pendência judicial se candidatando e o que é muito pior, existem pessoas que ainda votam nessas pessoas.
Os eleitores, principalmente em município pequeno, têm condições de saber o desempenho de prefeito e vereador e assim, fazer uma análise mais criteriosa na hora de votar ou escolher seu candidato.
Municípios pequenos têm em média nove vereadores, todos conhecidos e, dessa forma, pode-se saber o desempenho de cada um na Camara Municipal. Não custa nada procurar saber se durante o período em que desempenhou o cargo na camara, o vereador apresentou alguma proposta que de certa forma pudesse beneficiar a população. Se o Prefeito fez alguma obra com recursos próprios ou algo de útil, além das obras do govêrno Federal ou estadual, isso é muito fácil de ver.
Os eleitores podem verificar se o município tem Plano Diretor aprovado; se o Plano Plurianual e a Lei de Diretrizes Orçamentárias estão sendo cumpridas; se os Conselhos existem e se são atuantes; se as verbas de convênios que foram recebidas, foram empregadas corretamente; se os vereadores estão cumprindo seus deveres, como por exemplo: verificar as contas da Prefeitura. Essas informações devem existir em toda prefeitura a disposição do cidadão, está previsto em lei. Com os dados colhidos por ali mesmo, pode-se julgar se Prefeito ou vereador merece ser eleito para mais um período de quatro anos.
Para os novos candidatos, é bom saber se possui um mínimo de preparo para o bom desempenho do cargo, não existem milagres, quem nada sabe, tem que “comer” na mão de quem sabe, essa é a regra do jogo. Muitos candidatos tentam e às vezes conseguem, se eleger para se beneficiar do cargo. É bom verificar qual o desempenho do candidato em seu emprego atual e se não trabalha, é bom saber o motivo, muitos são incompetentes mesmo, não conseguem passar num concurso, não conseguem subir na vida, ora, se o cidadão não conseguiu administrar a própria vida, como poderá administrar uma prefeitura ou ser um vereador? No frigir dos ovos, nós os eleitores, temos uma imensa responsabilidade nas eleições, devemos ter cuidado com os “papagaios de piratas”, que ficam por trás desses “políticos” pedindo, exaltando e defendendo seus protetores que após eleitos dão-lhes migalhas e para o povo, só esperança, mas aí não tem mais jeito, só resta lamentar por ter desperdiçado um voto, que parece não ser muito, mas é de um em um voto que elegemos esses políticos que aí estão.
Pense nisso.  

terça-feira, 10 de abril de 2012

A DIVIDA DO DIQUITO PREGO.


Juca andava inquente naqueles dias. Na roça não tinha paradeiro, ora espiava no relógio, ora abandonava a capina e ia beber um chibé ou dava uma desculpa qualquer para por pouco mandioca no aturá, o certo é que alguma coisa estava deixando Juca preocupado e D. Fuluca observando tal cuíra, não se conteve e perguntou:
- Mas meo Filho, u qui é antão esse haver de cuíra que te dexa assim, parece até bode na chuva, num para?
- É Mamãe, eu estou um pouco preocupado, vai chegar o aniversário da  Noca e até agora ainda não sei o que vou dar de presente pra ela. A Senhora sabe a dificuldade que temos de comprar um bom presente por aqui. Respondeu Juca.
- É meo Filho, por aqui só mesmo a Casa da Beira ou u Ponto Certo qui ainda tem arguma cuisinha, mas é cuisa puca, tu sabes. Rupa só aquelas qui num se usa mais i pano só uma chitinha i nada mais, o jeito é tu ires em Belém. Opinou D. Fuluca.
- Mas esse é o motivo da minha cuíra, tenho pouco dinheiro pra levar. Como a Senhora sabe, ainda não recebi aquele dinheiro que o Diquito Prego está me devando, referente a lenha que eu vendi pre ele. Explicou Juca.
- Mas meo Filho, coinfeito, eu bem que te avisei, tem cuidado que o Diquito é vilhaco. Tú te alembra quando teu Pai chegu dos marcos com aquelas cinco arrubas de uéua, pois é, o Diquito se incarregu de vender, mas o qui ele fiz, o que ele fiz, vendeu as uéuas pra uns cametaenses papa mapará e gastu tudo o dinheiro com rupa pra aquela impambada acesa, a tar de Quitéria, qui disque vive de amigamento cum ele. E teu Pai ficou sem um vintém e si recebeu fui aos puquinhos, tu sabes bem dessa história.Disse D. Fuluca. 
É, eu lembro, mas eu vou falar com ele e ver se recebo pelo menos a metade, já dá pra comprar um sapato. Disse Juca.
Meo Filho, mas fala cum ele i vê o que ele diz, caso ele dê arguma discurpa, porque esse pessoar é useiro e veseiro nessas artimanhas, aí tu me fala qui eu mesma vu ter uma cunversa com esse porquera. Eu quero ver si ele é mesmo arisco, ou ele paga ou meto-lhe o relho, aí eu quero ver ele tudo lanhado. Axi que ele num paga. Eu ponho ele pra correr niste açaizal e de tanto apanhar, vai percisar de afumentação no outro dia.O Diquito que me apoquente. Se exasperou D. Fuluca.
Calma Mamãe, deixe que eu mesmo converso com o Diquito, fique tranquila. Daqui a pouco eu vou no Itaguari e vou falar com ele. Disse Juca.
Ah! meo Filho, já qui tu vais no Itaguari me faz um favor, leva a garrafa e me compra meio quartilho de querosene, um maço de tabaço acará, um livro de abade colomy e forfi, mas meo Filho traz marca moça, pra mim u melhor forfi , u melhor. Disse D. Fuluca.
Sim Mamãe, eu compro.