sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

O PESSOAL DA BEIRADA FOI MORAR NA CIDADE.



Não faz muito tempo, quando pescava uns mandis sentado no banco de um casco amarrado num aturriazal, na boca do Giticateu,lembrei do tempo em que víamos inúmeras pessoas iscando matapis naquela beirada ou com suas redes de lancear, pegando alguns camarões ou peixes para a boia. Se fosse na maré seca via-se alguns que iam despescar seus cacuris ou canoas até bater de estacas, atravessadas, para sentar a camboa e espalhar os paris.Isso era rotina.Era um vaivém constante.Eram conhecidos dali mesmo, que passavam pela pessoa e cumprimentavam-se com um: Ei suomi! Isso foi no tempo do dantes, diria meu velho Pai se fosse vivo. Hoje, o pessoal da beirada já não anda a remo, as montarias já não usam velas para aproveitar o vento, tudo está mudado e aquele pessoal de outrora já não mora por ali. Migraram para a cidade grande, foram para Ponta de Pedras.
Naquele tempo, quando alguém da beirada levava um bom peixe era encontrado na Ponte do Seu João Ramos que, por incrível que pareça, estava sempre em melhores condições do que está agora. Ali, até o começo da enchente sempre tinha um grande número de embarcações, naquela época quase não se usava casco. Tinha embarcação dos Ervanos, dos Serras, dos Freitas, dos Patos, dos Mucuras, do pessoal do Cupichaua, do São Miguel, dos Sapos, dos Veados, daquela turma toda, todos conhecidos. Geralmente iam vender camarão no antigo mercado, que um maluco mandou demolir. Quando o camarão bamburrava, muitos levavam de volta para fritar e vender em Belém, que nem sempre era vantagem.Essse movimento na Ponte do Seu João Ramos, também sumiu porque os camaroeiros e os camarões diminuiram.
Naquela época, acho que nossa população vivia mais em equilíbrio, o pessoal do sítio como costumavam chamar conseguia sobreviver bem, plantava sua roçinha, iscava seus matapis, criava seus xerimbabos, apanhava açaí, de tal forma que dava para comer e sempre que possível vendia o excedente, que não era lá grande quantidade, mas dava para conseguir uns borós.
O pessoal de Ponta de Pedras, da mesma forma, vivia relativamente bem, a Cidade era calma, não tínhamos notícia de crime, nunca ouvi falar de drogas ilícitas, podíamos andar tranquilo depois que a luz apagasse (A luz apagava onze horas da noite) e nada acontecia, às vezes, um susto com o latido de um cachorro e nada mais. Lembro bem que, se um rapaz do sítio namorasse uma moça da Cidade e estivesse conversando com ela, na primeira piscada da luz, era como se fosse um sinal para se despedir, isso aconteceu comigo, porque sou do sítio e namorei moça da Cidade. Quando íamos para as festas na Cidade, calça de linho passadinha, glostora ou mutamba no cabelo e extrato, ao terminar a festa, com a luz apagada, íamos sentar no banco da pracinha, e inúmeras vezes esperamos Seu Imérito ou Seu Miguel Jarana abrir para tomarmas café com pão e manteiga, manteiga mesmo. Depois, se a maré estivesse seca e a montaria lá em terra, era só tirar a calça e meter o pé no tijuco, empurrar a montaria e voltar tranquilo pro sítio.Tempo bom aquele! 
Ponta de Pedras era muito agradável de se andar, existiam inúmeros espaços, por exemplo: No local da Catedral, era um campo de futebol onde o pessoal jogava nos finais de tarde e os moradores dos arredores colocavam cadeiras de balanço na porta para assistir; o chalé da família Ramos era bem cuidado; no Ponto Certo, tinha o campo da moinha, onde o pessoal da Serraria e Olaria dos Marianos jogava bola após a labuta; no Campinho, onde existe aquele Colégio, era um campo, onde o pessoal daquela área trançava na bola.
Nessa pacata Ponta de Pedras, vivia-se relativamente bem. Hoje, o pessoal da beirada mora na Cidade, acho que o êxodo foi em busca de conforto, de melhoria, principalmente para os filhos, acho muito justo. No entanto, a Cidade, em nenhum momento se preparou para receber seus novos hóspedes, é como se uma pessoa chegasse em um lugar desconhecido e  sem ser convidado tivesse a seguinte recepção: Vai se arrumando por aí por enquanto (Esse por enquanto leia-se definitivamente). Daí, se andarmos pela Cidade, constatamos que novas ruas foram abertas, em igapós, com pontes mal cuidadas; casas sem esgotos sanitários, depositando excrementos no solo; lixo por todo que é lado e doença campeando, atingindo principalmente crianças e idosos. Essa falta de planejamento para receber dignamente os moradores do sítio e mesmo o aumento da população que já residia na Cidade,deu origem a um sem número de problemas. Hoje já não se pode tomar um banho no Ponto Certo porque ao mergulhar, pode buiar com um “capitão” na cabeça que, eventualmente, pode vir de bubuia descendo ou subindo o rio. Isso sem falar de tráfico de drogas, crimes, assaltos e outras mazelas que a população é obrigada a conviver.
Vislumbra-se alguma melhoria? Sou muito otimista que sim, não partindo unicamente do poder público porque as políticas públicas nem sempre conseguem resolver todos problemas que afliguem uma comunidade. A mudança terá de partir, também, do povo, da educação das pessoas, da união, da conscientização de todos e da necessidade de cada um viver melhor, pois, acredito que esse seja o principal objetivo dos que moram em Ponta de Pedras.
Pensem nisso.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

AUDITORIA DA CONTROLADORIA GERAL DA UNIÃO EM PONTA DE PEDRAS – UM PEQUENO COMENTÁRIO.




Como voces estão lembrados, em 2009, a Controladoria Geral da União (CGU) realizou uma auditoria em Ponta de Pedras. O trabalho teve como objetivo - Analisar a aplicação dos recursos federais no município sob a responsabilidade de órgãos federais, estaduais, municipais ou entidades legalmente habilitadas- conforme consta no relatória elaborado pelos técnicos da Controladoria.
Observou-se ainda que, foram selecionadas 20 ações. Concluída a auditoria os técnicos constataram 67 possíveis falhas no cumprimento dos dispositivos legais.
Estamos no final do ano de 2012, portanto, tres anos se passaram e fica uma pergunta: Sim, feita a auditoria, constatadas algumas falhas, feito o relatório e qual foi o benefício para o município e se houve algum responsável pelas falhas, que providências foram tomadas?
Numa rápida análise, sem maiores pretensões, após passados esses tres anos, podemos dizer que não houve nenhum culpado. É simples deduzir isso, considerando os seguintes fatos:
a)     Em 2009, o Prefeito era o Sr. Pedro Paulo Boulhosa, Prefeito atual e apesar das inúmeras cobranças da CGU, o Prefeito sartou daqui, sartou dali e com a reinauguração do antigo Palácio Municipal, está terminando seu mandato com chave de ouro, o que podemos deduzir que não teve nenhuma culpa pelas discrepâncias observadas;
b)    A Prefeita que antecedeu ao Prefeito atual, Sra. Consuelo Castro, uma vez cobrada pela CGU, igualmente deu suas justificativas meio esfarrapada, mas não tinha nehuma responsabilidade com os fatos apurados, pelo contrário, o povo até gostou da atuação da Sra. Consuelo na Prefeitura, pois, a elegeu em outubro deste ano para administrar o Município por mais quatro anos.
Apurar no “gado miúdo” os responsáveis, não é uma atribuição da CGU, porque externamente, o responsável pelo municipio é o Prefeito, como acontece em qualquer empresa, estado, ministério, etc, é o chefe máximo que responde pelos deslizes eventualmente cometidos pelos subordinados e posteriormente, poderá punir o faltoso se assim decidir.
Se não houve responsável, consequentemente não tem ninguém a punir, contudo, as irregularidades, se assim podemos dizer, essas sim,existiram, e aí como ficou? Bem, aqui cabe novamente um comentário, este, muito importante no meu entender.
Durante 32 anos, como militar da Marinha, participei de um sem número de Inspeções Administrativas, que eram muito semelhantes às auditorias da CGU; ora eu era inpecionado outras vezes era inspetor, isto em função da própria administração naval, mas posso assegurar que o meu tempo  como inspetor foi muito superior.
Após cada inspeção, fazíamos exatamente como os auditores da CGU, emitíamos um relatório, mas no final do relatório tinha uma pequena diferença, plenamente justificada. Tinha a SITUAÇÃO OBSERVADA, isto é, como estava o item inspecionado; fazia-se um pequeno COMENTÁRIO sobre o fato observado e finalmente a AÇÃO RECOMENDADA, onde sugeria-se um procedimento para eliminar a falha constatada e aqui reside a diferença entre a auditoria da CGU e as inspeções da Marinha, das quais participei inúmeras vezes.
Sempre achei que nas AÇÕES RECOMENDADAS é que residia a grande importância daquelas vistorias, pois, ao ser detetada alguma discrepância e ainda por cima dar uma orientação para resolver a falha, a equipe de inspetores prestava um serviço inestimável de aferição dos procedimentos que estavam empregando e orientava para melhorar, isso de graça e sem que ninguém deixa-se seu local de trabalho. Existe coisa melhor?
A CGU não recomenda nenhuma ação para solucionar o problema detetado e não podia ser diferente porque se assim fezesse, estaria interferindo na administração municipal, na vida naval isso é possível porque as inspeções são feitas em organizações subordinadas ao inspetor-geral. Contudo, a CGU faz um comentário sobre o CONTROLE INTERNO da prefeitura auditada e alí pode ser observado claramente que é preciso tomar alguma providência para evitar que o problema volte a ocorrer. É ali que a CGU deixa sua grande contribuição para o município. Resta saber se isso foi observado, se a Prefeitura Muncipal de Ponta de Pedras, criou instrumentos internos, como fichas, controles, autenticações, enfim, qualquer instrumento capaz de evitar que tal falha volte a ocorrer. Ainda mais, devemos perguntar se TODAS as discrepâncias constatadas pela CGU e possíveis de soluções, foram solucionadas, tem algum setor encarregado desse assunto? Se nada disso foi observado, então a auditoria teve pouquissimo valor para o Município.
Finalmente, inspecionar, em princípio, não deve pautar-se somente em encontrar motivos para punir alguém e não deve ter como foco principal,  verificar se A ou B está trabalhando bem. Uma inspeção visa detetar falhas e sugerir soluções que uma vez implementadas possam evitar que novas falhas aconteçam, mas se durante as inspeções surgirem culpados passíveis de punição, ai sim, deve-se tomar essa providência, pois, isso é uma regra normal no desempenho de cada função.
A inspeção é saudável e ajuda muito o administrador que deseja ter sucesso na sua missão. Seria ótimo, que um cólegio de Ponta de Pedras inspecionasse outro, uma secretaria municipal poderia fazer inspeção na outra, a Camara Municipal poderia fazer inspeção em determinados setores da Prefeitura, afinal de contas, a Camara é o órgão de controle externo da Prefeitura. Para isso, bastaria um calendário com as periodicidades das inspeções e na data marcada era só escalar um certo número de pessoas e durante dois ou tres dias fazer a inspeção. Os setores a serem inspecionados e os itens a serem verificados bem como o relatório, poderiam seguir o modelo da CGU, que certamente seguiu algum modelo e aos poucos vai-se melhorando porque, com toda certeza, os benefícios serão bem maiores do que o trabalho que aparentemente parece dar.
Pensem nisso.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

PARA MEDITAR, PRINCIPALMENTE QUEM EXERCE CARGO DE CHEFIA, DE LIDERANÇA DE PESSOAS.



SunTzu, natural de Ch’i conseguiu a admiração de Ho-lu, rei de Wu, essa admiração foi devido Sun Tzu ter escrito o livro – A Arte da Guerra - que tem somente treze capítulos. O rei, curioso, resolveu testar as teses existentes no livro, dando-se o seguinte diálogo:
Ho-lu disse: “Li, Senhor, os seus treze capítulos completos.Será capaz de me fazer uma pequena demonstração de contrôle de tropas?”.
Sun Tzu respondeu:”sou, sim.”
Ho-lo perguntou: “Poderá a experiência ser feita com mulheres?”
Sun Tzu assentiu: “pode,sim”
Concordando, o rei mandou que do palácio viessem cento e oitenta belas mulheres.
Sun Tzu dividiu-as em duas companhias, colocando à frente de cada uma delas uma das favoritas do rei. A todas ensinou como empunhar alabardos. Perguntou-lhes então: “sabeis onde estão o coração, as mãos, direita e esquerda, e as costas?”
E as mulheres afirmaram: “Sabemos”
Sun Tzu explicou-lhes:”Quando eu der a ordem ‘Em frente’,virai-vos para onde o coração está virado. Quando mandar ‘ À esquerda’, voltai-vos para o lado da mão esquerda. Quando mandar ‘À direita’, voltar-vos-ei para o da direita. Finalmente, quando ordenar ‘À retaguarda’, virar-vos-eis na direção das vossas costas.”
E as mulheres tornaram a afirmar: “Entendemos”.
Uma vez feitas essas recomendações, informou-as estarem os instrumentos do carrasco prontos a funcionar caso as ordens não fossem obdecidas.
Sun Tzu proferiu as ordens três vezes e explicou-as cinco vezes mais, após o que ordenou ao tamborim que rufasse ‘Direita volver’. As mulheres desandaram a rir.
Sun Tzu comentou: “Se os regulamentos não são claros e as ordens não são perfeitamente explicadas, a culpa é do comandante”.
Assim, repetiu as ordens mais três vezes e explicou-as mais cinco vezes, após o que fez sinal ao tamborim para que rufasse ‘Esquerda volver’. De novo as mulheres cairam na gargalhada.
Sun Tzu comentou: “Se as instruções não são claras, e os comandos, pouco explícitos, a culpa é do comandante. Mas quando foram bem claramente postos e não executados de acordo com os ditames militares, então a culpa é dos oficiais”.
Logo a seguir, ordenou que as mulheres no comando das divisões esquerda e direita fossem decapitadas.
O rei de Wu, que do alto do seu terraço assistia aos exercícios,viu que as suas duas queridas concubinas iam ser executadas. Aterrado, enviou com toda pressa um ajudante-de-campo, com a mensagem seguinte: “ Já verifiquei ser o general capaz de lidar com tropas. Sem aquelas duas concubinas, a minha comida perderá o seu sabor. É meu desejo que não sejam executadas”.
Sun Tzu respondeu-lhe: “ Este vosso servo foi por vós próprio nomeado comandante-chefe, e quando um comandante-chefe encabeça as suas tropas não é obrigado a obedecer totalmente seu soberano”.
Como exemplo, fez levar adiante a sua ordem de decapitação das duas mulheres que haviam comandado as duas divisões e nomeou as duas que se lhes seguiam em categoria como novas comandantes.
Repetiu as ordens com o tamborim, e as mulheres viraram à esquerda, à direita, em frente, à retaguarda, ajoelharam-se e ergueram-se, todas em total acordo com as instruçõs que lhes havia dado. Nem sequer ousaram produzir o mais leve ruído.
Sun Tzu enviou nessa altura uma mensagem ao rei, informando-o de que as tropas estavam agora em condições. “ O rei poderia descer e inspecioná-las. Estão prontas a ser utilizadas em conformidade com os reais desejos, por meio de ferro e do fogo, se for preciso”.
O rei de Wu respondeu-lhe: “Pode o general voltar ao seu quartel e descansar. Não inspecionaremos as tropas”.
Ao que Sun Tzu replicou: “ O rei apenas aprecia palavras ocas. É incapaz de as por em prática”.
Nota: Ho-lu, ciente da competência de comando de Sun Tzu, elevou-o ao Generalato. 
Sun Tzu viveu na China, no período dos Estados Guerreiros, 500 anos a.C,mas seu escrito permanece atual, é muito utilizado nas grandes empresas e nos locais onde a estratégia faz parte de objetivos a serem alcançados.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

AERÓDROMOS, PLATAFORMAS E TERMINAIS HIDROVIÁRIS EM MUNICÍPIOS MARAJOARAS.




Dia 23 de novembro deste ano, o Governador do Estado do Pará, Sr.Simão Jatene, reunido com os prefeitos da Ilha de Marajó, eleitos em outubro passado, anunciou um investimento de aproximadamente R$ 2 bilhões de reais nos municípios da Ilha. Essa verba virá de apoio em operações de crédito conquistado recentemente, segundo a nota que li na imprensa.
Afuá, Cachoeira do Arari, Chaves, Curralinho, Muaná, Ponta de Pedras, Portel, Santa Cruz do Arari e São Sebastião da Boa vista, serão aquinhoados com aeródromos, que são pequenos aeroportos.
Breves, Curralinho, Ponta de Pedras, Salvaterra, Bagre e São Sebastião da Boa Vista, ganharão plataformas e terminais hidroviários.
Naquela oportunidade o Governador disse “Queremos acabar com aquela história de não ser mais possível chegar a um município da Ilha do Marajó devido à dificuldade de locomoção”.
 Reunião do Governador Simão Jatene com os prefeitos Marajoaras,
eleitos em 2012.  
Se eu comentasse isso com a D. Iaiá, minha avó, certamente ela diria: Hummm! Tá é bom, cavalo dado num se olha os dentes. Eu concordaria plenamente com ela.
No entanto, se olharmos para o montante de dinheiro que será investido (será mesmo?) e, se tivermos um mínimo de conhecimento dos municípios marajoaras, fica a pergunta: Mas é disso que os municípios marajoaras estão necessitando com mais urgência? A resposta seria inevitavelmente NÃO!
Os aeródromos são necessários, não se discute isso, mas a população certamente fará pouco uso de tamanho investimento, porque como todos sabem o poder aquisitivo da população marajoara é relativamente baixo. Será muito útil para evacuar um doente, transportar pessoas que podem arcar com as despesas do aluguel de pequenas aeronaves ou mesmo políticos em época de eleições que irão pedir votos para aquele pessoal sofrido, porque, sinceramente, não acredito que uma empresa de aviação faço trafego de passageiros comercialmente para os municípios marajoaras.
Dos municípios que irão receber plataformas e terminais hidroviários, seis no total, conheço seus acessos por água relativamente bem, porque durante meu trabalho, usava as instalações municipais para atracar a embarcação da Marinha em que viajava, ficando por alguns dias, com exceção de Salvaterra que atracávamos em Camará.
Pois bem, Breves tem um bom atracadouro, com terminal hidroviário já instalado, pode necessitar reforma. Curralinho tem um trapiche de concreto; Ponta de Pedras dispensa comentários; Salvaterra, conforme falei anteriormente, usávamos o Porto de Camará, onde atracam as balsas que transportam os carros indo de Belém e, por rodovia, pode-se chegar até Soure passando por Salvaterra, não custa lembrar que para chegar-se a Soure com os carros, deve-se atravessar em mais uma balsa. Bagre, o movimento de embarcação é muito pequeno, o que é difícil é a entrada por causa do baixio que fica na entrada no rio que da acesso à Cidade e São Sebastião da Boa Vista tem um trapiche de madeira. Posso assegurar-lhes que é por via fluvial que a maior parte da população marajoara se locomove em condições normais e se for necessário viajar de avião, em caso de emergência, será a Prefeitura que arcará com as despesas, como normalmente é feito.
O que estranhei muito foi Anajás não receber nenhum mimo, porque, além de ficar longe da capital do Estado, Belém, certamente é um dos Municípios mais carente da Ilha, mas tudo bem, política é política.
Mas aí, se tudo está bom, o que fazer com o dinheiro, perguntariam os mais afoitos. Bem, nesse momento é que entram os assessores que conhecem as carências daquele pessoal para sugerir melhor o emprego das verbas, principalmente nos itens que efetivamente beneficiem a todos munícipes; como no abastecimento d’água de boa qualidade; um bom hospital, localizado num ponto que posso atender vários municípios; SANEAMENTO BÁSICO carente em TODOS os municípios marajoaras e principalmente um TERMINAL DE PASSAGEIROS EM BELÉM, onde os barcos indo/vindo do Marajó possam atracar na plataforma, não como acontece hoje, em que alguns atracam no Posto Santa Efigênia e os passageiros são obrigados a passar por cima de vários barcos que, atracados na plataforma, descarregam todo tipo de carga, dificultando o embarque/desembarque das pessoas, principalmente idosos, senhoras grávidas e doentes, já tendo ocorrido até casos de mortes, dado a grande dificuldade de transitar por cima dos barcos. Às vezes, quando a maré está seca, ficam muito baixo em relação ao trapiche. Talvez a única exceção seja os barcos que viajam para Breves, por pertencerem à empresa Bom Jesus, atracam num porto de propriedade da empresa, que fica lá na estrada nova, os demais barcos de passageiros indo/vindo de municípios marajoaras, atracam em portos particulares em péssimas condições de uso. Essa dádiva para os habitantes da Ilha do Marajó, sim, faria um bem enorme a todos.
As decisões políticas são bastante complicadas, às vezes controversas, porque certos políticos, detentores do poder e alheios às reais necessidades do povo, tomam decisões nem sempre as melhores para certas ocasiões, aplicam o dinheiro público sem um prévio estudo das reais necessidades da população e com isso, nossos municípios em nada melhoram, mas o dinheiro, esse sim, é utilizado, só que mal empregado. Sinceramente, é uma pena.
Pensem nisso.