sábado, 19 de janeiro de 2013

A PREFEITA DE PONTA DE PEDRAS NÃO GOSTOU DA FORMA COMO O EX-PREFEITO FEZ A TRANSIÇÃO DO CARGO DE PREFEITO MUNICIPAL.



A Prefeita de Ponta de Pedras, Sra.Consuelo Castro, está muito apoquentada porque o Prefeito anterior não agiu corretamente durante o período de transição do Cargo de Prefeito, deixou várias pendências, tais como: não deixou a equipe de transição da Prefeita entrar na Prefeitura e ainda gastou dinheiro do povo após ter deixado o cargo, segundo palavras da Prefeita atual (Leia a materia completa em www.consuelocastro.blogspot.com.br). Não vou me metar nessa briga porque é briga de “cachorro grande” e certamente minha opinião em nada vai mudar os fatos. Deixem isso pra lá, é pinima política!
Porém, um pequeno comentário, de quem já trabalhou no serviço público e transmitiu e recebeu cargos, envolvendo transmissão de responsabilidades de patrimônio e recursos públicos poderá ser emitido.
A transmissão de qualquer cargo deve ser feito com a maior lisura possível, porque após a investidura, o novo responsável terá que responder por tudo que recebeu ou deixou de receber, não adianta ficar dando desculpas de que não lhe foi passado isto ou aquilo, o novo responsável será o único e exclusivo responsável por tudo que ocorrer na repartição ou departamento, a partir da data da assunção do cargo. Não tem para onde correr.
É comum vermos políticos botando a “boca no trambone”, chamando a mídia para denunciar a administração anterior, às vezes, são políticos que já administraram o município e seu histórico não lhe é muito abonador, mas “denunciando”, justifica uma eventual falha mais adiante, assevero que isso em nada adianta. Começe a trabalhar e seja HONESTO que o próprio povo vai notar.
Sei que inúmeros prefeitos e vereadores, jamais tiveram uma formação para o cargo que ocupam, poucos leram os vários manuais sobre administração municipal, como por exemplo, os publicadas pela Controladoria Geral da União (CGU), dentre eles: Manual para Treinamento de Agentes Municipais; O Vereador e a Fiscalização dos Recursos Públicos Municipais;do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão: Manual Básico de Treinamento para Municípios e da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, o excelente manual: Orientação Para o Gestor Municipal – Encerramento de Mandato, para citar apenas alguns. Existem outros, bem como cursos, que deveriam ser acompanhados e livros que deveriam ser lidos para que nossos administradores tivessem uma melhor formação, sem falarmos de que, ter pelo menos o segundo grau seria de suma importância, mas infelizmente a Constituição Federal não prevê isso, assim, temos até analfabeto nas prefeituras e camaras de vereadores.
Mas se nossos administradores não levarem em consideração ao anteriormente citado, posso afirmar que o mínimo que uma pessoa que assume uma função deve fazer é produzir um RELATÓRIO DE ASSUNÇÃO DE FUNÇÃO, onde deverá enumerar todas as irregularidades que na sua opinião foram constatadas e dar conhecimento desse relatório às autoridades competentes, principalmente para seu patrão, isto é, O POVO.Esse relatório será muito útil para qualquer administrador,porque servirá de base para verificar como anda sua administração à medida que os anos passam na função. Por onde passei, era obrigatório por ocasião de passagem de Comando ou Direção a elaboração de relatório,tanto de passagem como de assunção da função, mas por lá existe chefe, aquele que zela pelo bem público, onde todos aprendemos como administrar e ninguém assume uma função se não estiver preparado para tal. Nas prefeituras isso nem sempre é levado à sério, daí os descalabros que vemos constantemente e essas pequenas rusgas entre pessoas que prometeram zelar pelo bem dos cidadãos, contudo, as divergências políticas em nada contribuem para o bem do município. Alguns prefeitos parecem que são donos dos municípios e não querem largar a prefeirura de jeito nenhum, esses prefeitos devem saber que posteriormente poderão voltar, independente da forma como administraram o município, se não foi bem, e isso é o mais comum, o povo logo esquece e novamente poderá administrar a prefeitura, para que brigar? Ficar denunciando na mídia ou falando aos “quatro ventos” da administração anterior, também não leva a nada, em vez disso, produzir um relatório circunstanciado, onde espelhe a realidade dos fatos e encaminhar a quem deve julgar eventuais desvios de conduto na administração municipal, deve ser o melhor procedimento.
Pensem nisso.

sábado, 12 de janeiro de 2013

O ESPINHEL.



Num finalzinho de tarde de verão, Juca do Panga resolveu esticar um espinhel para ver se conseguia pegar algum peixe;um filhote, surubim,dourada, piramutaba ou qualquer outro, pois já fazia algum tempo que não saboreava um caldo de peixe fresco com pimenta. Sabia que peixes grandes por aquelas bandas já andavam vasqueiros, peixe de cacuri, tapagem ou de lanço ainda tinha uma boa rebarba. O espinhel já estava pronto e pendurado no beiral da casa fazia algum tempo, anzóis estorvados tipo peito de camarão, mussum na gamela pronto para servir de isca; pedra que serviria de poita junto ao primeiro mará do porto, tudo pronto, maré de lançante. A linha, que Juca tingiu com cumaté, fora comprada em Belém pelo seu Seruaia, marreteiro conhecido que fazia algumas compras quando ia a Belém, aproveitava para vender alguns xerimbabos da D.Fuluca e trazer alguma encomenda. Ganhava uma “beirinha” é claro, pois, aumentava o preço da mercadoria que constava da nota fiscal, essa não era entregue a quem encomendou o objeto, sempre com a desculpa de que não recebera a nota. O Espinhel precisava ser testado, senão podia ficar panema!
Juca do Panga, em pé junto a um espeque que escorava um pé de manga caiana, aguardava o café que D.Fuluca preparava no fogão, estava demorando porque a lenha que seu Felismino conseguira estava verduenga. Seu Felismino, sentado na beira do jirau, uma das pernas encolhida também aguardava o café enquanto apreciava uma bácula que deliciava-se num lamaçal no pé de um inajazeiro velho. Diquinha, com um pitó no cabelo, procurava por uma suvela para costurar um chinela de sola que usava para pisar no tijuco quando ia para o terreiro dar milho aos xarimbabos.
- Mas credo em cruz Filismino, essas axas de ingá istão verde, tu não pudias percurar pelo menos mututi seco aí pelo mato? Disse D. Fuluca.
Bão…tú pensa qui tá fácil achar lenha boa por aí, esse pessoar tira tudo, umas zinha assim,assim, só lá pra cabeceira do mucambo, fora disso, só essas verduengas mesmo, qui jeito? Respondeu seu Filismino.
- Mas está bom Mamãe, é só esperar mais um pouco que pega fogo, aí o café sai. Interveio Juca.
- Mas bão, agora quem aguenta uma fumaça dessas, é porque num é nu zolho de vuces; mas me diz uma cuisa: tu vai demorar pra por iste ispinhé? Comentou D. Fuluca.
-Não Mamãe, eu volto logo porque ainda quero ir no Itaguary para dar uma olhada na Pirapema que sai hoje, quero ver o Manduca jogar uns versos, estou só esperando a maré parar mais um pouco porque quero por o espinhel na preamar. Respondeu Juca.
- Oh cobôco bom num verso o Manduca, benza Deus! Disse seu Filismino.
- Mas me diz uma cuisa: donde antão tu já vai botar iste espinher? Indagou D. Fuluca.
-Estou pensando em colocar ali abaixo da casa da tia Tila, naquele aningal.
Hum, hum concordou D. Fuluca.
Meo filho, coloca a montaria direito naquela samaumeira grande do utro lado, tu sabe qui naquela direção tem um puço, se o espinher ficar pra baxo fica inrriba da ponta du baxio da ilha e si ficar pra cima pode engatar nas pedras, onde a Dinoca se esbandalhu, tu te alembra? Recomendou seu Filismino.
-É, eu sei Papai.
- I qui oras tu tá pensando ir pro Itaguary antão? Quis saber D. Fuluca.
- Depois da ladainha, quando soltarem os foguetes acho que já estou voltando, se Deus quizer. Respondeu Juca.
-Toma o café meo filho, toma meo Veio. Diquinha, mea filha, vai percurar café na chicolatera e si quizeres rosca tem dentro da lata de mulico que istá inrriba da tábua, na ilharga du pote, pega lá. Disse D.Fuluca.
- Já vou Mamãe, a senhora sabe onde está a suvela? Perguntou Diquinha.
- Dexa me alembrar…hum, já sei! Percura nixi balaio de arumã aí perto da lamparina, mas num me disarruma ixis cueros qui tu perparando pro filho da cumadre Ismaelina, si num istiver, istá dentro dixe barde de cuia dipindurado na ilharga du oratório. Respondeu D. Fuluca.
Juca tomou o café, juntou o material dentro de um paneiro de jacitara e rumou para o porto para embarcar na montaria. Seu Filismino permaneceu sentado observando o filho que se afastava remando igarapé abaixo.
Chegando no aningal, local escolhido, maré na preamar, juca selecionou uma aningueira forte, amarrou a montaria; um anu coroca voou e pousou num galho de mangueiro ali perto; alguns tralhotos que estavam nadando por ali saltaram assustados e algumas ciganas que estavam pousadas nos galhos de uma momoraneira voaram; na outra margem do rio via-se um bando de garças voando rente a água em direção ao poleiro para passar a noite e as luzes do Itaguary aos poucos começavam a piscar, a noite estava chegando. Juca cortou os muçuns e pacientemente iscou o espinhel, pendurando os anzóis na falca da montaria, para que na medida em que fosse remando para fora, se afastando da margem, os anzóis fossem cainda n’água. Ao terminar de iscar o espinhel desceu n’água com uma das pontas da linha e mergulhando, amarrou na aningueira, lá no fundo, para que o espinhel não aparecesse quando a maré estivesse baixa. Subiu na montaria e começou a remar em direção a samaumeira, conforme orientação do Pai.
Após ter posto todos anzóis n’água, remou bem forte para esticar o espinhel e largou a pedra que estava amarrada na outra ponta da linha. Quando regressava para casa, ao se aproximar do porto, ouviu o estouro de um foguete, era o anúncio de que a ladainha não demoraria muito a começar, mas a Pirapema só ia sair lá pelas nove, dava tempo.  

Obs: Caso tenha dúvida com alguma palavra usado no sítio, consulte o vocabilário do sítio existente no blog.

sábado, 5 de janeiro de 2013

PONTA DE PEDRAS PRECISA CRESCER.



Quem é filho de Ponta de Pedras, como eu ou visita a cidade já por algum tempo, deve notar que ao longo desses anos a cidade pouco mudou. É evidente que algumas ruas foram abertas, umas poucas asfaltadas, para que novas casas fossem construídas para instalar os moradores que aos poucos vão chegando à cidade, sempre na esperança de conseguirem alguma melhoria. Criou-se novas escolas e algumas casas de comércio foram inauguradas. A cidade cresceu pouco para os seus mais de cem anos de existência, com isso, o município não oferece oportunidades de emprego para nossos irmãos, em consequência, muitos não conseguem ter um ganho para viver regularmente. Precisamos crescer, gerar empregos e, se possível, melhorar a vida do pontapedrense, não sei se concordam.
Não podemos atribuir a culpa pela cidade não ter se desenvolvida senão aos governantes que não tiveram a competência para mudar esse cenário, uma vez que cabe aos Prefeitos e Vereadores administrar o Município e consequentemente procurar aplicar as verbas públicas em benefício dos munícipes, fazendo a cidade crescer e com isso melhorando a vida de cada um dos moradores.
Pode-se argumentar que o município é pobre e que isso dificulta o crescimento, tudo bem isso não se discute, contudo, se levarmos em consideração uma pessoa, veremos que inúmeros pobres são bem-sucedidos, se comparados com alguns ricos. Mais uma vez pode-se argumentar que estamos comparando pessoas com um município, pois, uma coisa não tem nada a ver com a outra. Também concordo, mas se analisarmos friamente, chegaremos à conclusão de que se uma pessoa não planejar adequadamente sua vida, se não for inteligente o suficiente para aplicar os recursos que dispõe ao longo da vida, certamente não terá grandes sucessos e para chegar a essa conclusão, não precisa ser lá um iluminado. O problema dos pequenos municípios é semelhante, com pouco dinheiro, deve-se ter criatividade.
Assim, penso que qualquer município teria condições de melhorar um pouco que seja, se seus administradores tivessem em mente aplicar um pouquinho os recursos do município em alguma obra que fosse benéfica para o povo, tal como fez o Sr. Antonico Malato, com a construção do B/M Raimundo Malato e agora o Sr. Pedro Paulo Boulhosa, com a reforma do prédio da Prefeitura. É o suficiente? Não, não é!
Entra prefeito, sai prefeito e nenhum tem a idéia de criar no município um programa gerador de rendas para o povo, pelo contrário, os poucos locais onde alguns moradores de Ponta de Pedras ainda podiam ganhar algum tostão, como as serrarias e as olarias, acabaram. Hoje o povo vive de pequenas vendas, pois,em cada esquina tem um boteco e o comércio, principalmente de generos alimenticios, que existe em grande número espalhado pela cidade, fora isso, nem as embarcações, como as igarités que empregavam alguns trabalhares, mesmo ganhando um mísero salário, já não existem mais. Será que o Prefeito e Vereadores sabem disso?
 Nosso povo precisa ter um ganho e a responsabilidade por incrementar isso cabe aos políticos locais. Como? Sendo criativo, tendo boas idéias para que as verbas da prefeitura sejam bem aplicadas, se possível, que circule no próprio municipio, isto é, as verbas que são gastas em obras, que essas obras sejam feitas por firmas pontapedrenses, empregando mão-de-obra local; as verbas destinadas à merenda escolar, que os produtos sejam adquiridos no próprio município; os uniformes das escolas sejam produzidos no município.
Quem vive na política, principalmente envolvido com administração pública deve ou deveria saber que cabe aos governos incentivar a economia quando esta não vai lá muito bem, assim, os PACs da vida nada mais são senão uma forma de injetar dinheiro na economia, acabou-se a época de esperar somente pela iniciativa privada quando a economia não vai bem, os governantes têm de intervir senão a vaca vai pro brejo, ou por outro lado, jamais sai do brejo, como é o caso do nosso Município. Não adianta ficar quatro ou oito anos no cargo e deixar o municipio igual ou pior do que recebeu. Não é pra isso que se elege um prefeito, sempre espera-se que o administrar além de bom político, seja um bom administrador ou seja criterioso para escolher seus assessores e dentre esses tenha pelo menos um que tenha essa visão.
Aquele grupo de políticos que só sabe dar desculpas e não tem idéia, pode dizer que não temos condições de fazer o que estou propondo, no entanto, afirmo que isso é possível, basta que sejam criadas firmas, cooperativas, pequenos financiamentos comunitários e que alguém na prefeitura conheça a legislação, principalmente a que trata da transparência das verbas públicas e do correto emprego dessas verbas e com um pouco de boa vontade, certamente serão criados excelentes projetos que irá possibilitar geração de renda para nosso povo.
Para se ter uma idéia, em 2012, Ponta de Pedras recebeu R$-20.921.802,85 (Vinte milhões,novecentos e vinte e um mil, oitocentos e dois reais e oitenta e cinco centavos) somente de transferências constitucionais, isto é, verbas repassadas pelo Governo Federal, que estão previstas em lei, ainda tem as verbas que o Governo Estadual repassa e as verbas que o próprio município arrecada. Para quem administra recursos públicos sempre é pouco, mas devemos lembrar que um pai de família terá que passar, agora, com R$-678,00 (Seiscentos e setenta e oito reais) por mês, isto porque o salário mínimo foi aumentado e muitos, nem isso conseguem ganhar durante um mês.
Pense nisso.