Após
um ano administrando o Município de Ponta de Pedras, é difícil constatarmos
alguma melhoria assinada pela atual administração. Se alguma melhoria ainda é
visível, como a recuperação do prédio da Prefeitura, aterramento de algumas
ruas e outras asfaltadas, mesmo com um trabalho sofrível,deve-se aos
administradores que saíram em 2013. A pergunta que fica é: será que a atual
administração não fez nada mesmo? Se fez é difícil constatar, mas certamente
alguma coisa foi feita, ainda que seja pouco. Surge outra pergunta: por que não
é visto? Não é visto porque não é mostrado. Esse fato, não ser transparente,
omitindo algumas informações de interesse dos munícipes, constitui-se um dos grandes
erros de inúmeros gestores, parece que têm vergonha ou temem em escrever sobre
a administração, não têm interesse em mostrar o que foi feito, o que se está fazendo
e o que se pretende fazer, daí, parece que nada foi feito.
Quem
já gerenciou, sabe da necessidade de se gerar um relatório, geralmente um por
ocasião da assunção e outro por ocasião da passagem de função.Esses documentos
servirão de parâmetros para a chefia saber como foi o desempenho de quem saiu e
como está aos olhos de quem entra.
Portanto,
um gestor, função exercida pelo prefeito, antes de assumir o cargo, deveria
reunir a equipe de transição, aquela que foi designada para “receber a
prefeitura” da administração que está passando e orientá-la para “inspecionar”
o município e procurar mostrar a situação em que se encontra, exatamente como
fazem com o dinheiro, que é conferido e caso encontrada alguma discrepância é
denunciada, chegando até aos jornais em muitos casos. Somente inspecionando e
verificando a situação dos equipamentos do município a equipe que assume saberá
informar o estado das escolas, ruas, transportes, prédios públicos, móveis e
equipamentos das secretarias, pessoal e todos demais setores e, dessa forma,
informar através de relatório para a Câmara e Comunidade como encontrou o
município por ocasião da assunção da prefeitura.
Claro,
nos municípios ditos grandes, com inúmeros órgãos e aqueles que apresentam
dificuldades de locomoção, tal tarefa pode ser um pouco mais difícil, mas nos
municípios menores, como Ponta de Pedras, com poucas ruas, onde os órgãos
municipais concentram-se num pequeno perímetro, fica bem mais fácil.
Como
não se tem o hábito de fazer esse tipo de documento e assim dar uma satisfação
aos munícipes, de ínicio poderia apresentar alguma dificuldade na elaboração do
mesmo, até porque a carência de pessoal treinado dificulta inicialmente, contudo,
com o passar do tempo se torna uma rotina. O gestor ao assumir, deveria pensar
numa pessoa para assumir um cargo administrativo que tivesse como atribuição
elaborar documentos dessa natureza, poderia ser alguém incluído naqueles cargos
de confiança, tão comum nas prefeituras. Caso já exista na própria prefeitura o
problema está resolvido. Não tendo esse funcionário para coordenar esse
trabalho, o gestor poderia escolher dentre os funcionários municipais, um que
na sua opinião tivesse capacidade para absorver um treinamento patrocinado pela
prefeitura e os conhecimentos adquiridos seriam repassados para um pequeno
grupo para formar a equipe responsável pela elaboração desses documentos e posterior
divulgação para a comunidade.
Infelizmente
esse documento não é exigido para os prefeitos que saem, nem para os prefeitos
que assumem. Nas empresas e órgãos onde os administradores têm que prestar
contas, esses documentos são normalmente exigidos. Nas prefeituras, como o
patrão é o povo e tendo nos vereadores seus representantes, os prefeitos
deveriam fazer esses relatórios anualmente, ali poderiam ser mostradas as
conquistas conseguidas com recursos do próprio município e as conseguidas junto
aos governos estadual e federal, porque, de qualquer forma, houve empenho da
administração para que as mesmas fossem realizadas. Esse documento seria importante
porque, além de informar a situação do município para os munícipes,
possibilitaria à câmara dispor de subsídios para elaborar e acompanhar as
políticas públicas já que eventuais necessidades estariam contidas no
documento. As secretarias por sua vez, disporiam de um documento para servir de
referência para suas tomadas de decisões iniciais e dessa forma, melhor
assessorar o prefeito nas decisões para conciliar as promessas de campanha com
as necessidades municipais mais urgentes.
A Câmara, por sua vez, como representante do
povo, deveria cobrar essas informações da prefeitura e divulgar para a comunidade
para que todos pudessem acompanhar o andamento da administração, já que o povo
é o principal interessado em acompanhar a administação municipal.
Se
no final de cada ano os administradores informassem sobre a situação da sua administração,
só tinham a ganhar, primeiro gozariam da confiança da comunidade, porque
demostravam transparência administrativa e certamente pequenos feitos
apareceriam, já que a comunidade tinha como comparar a administração do ano anterior
e a atual.