Recentemente,
eu e minha mulher, meu filho e sua namorada fomos conhecer o Jalapão, localizado
na região leste do Estado do Tocantins. Região com belas paisagens, famosa
pelos artesanatos feitos com capim dourado, ainda pouco habitada, onde está
localizado o Parque Estadual do Jalapão.
Confesso
que inicialmente fiquei um pouco apreensivo, devido aos comentários sobre as
dificuldades que o passeio oferece aos visitantes. Já vínhamos pensando em
fazer essa viagem e por esse motivo já estávamos mais ou menos preparados, mas
ainda tínhamos dúvidas sobre alguns detalhes, tais como, se havia necessidade
de contratar guias, qual o melhor local para ficar, qual o melhor caminho para
se chegar ao Jalapão, local para fazer as refeições durante nossa permanência
na região e mais alguns pequenos detalhes.
Depois de
analisado prós e os contras, decidimos em não contratar guias e irmos com nossos
conhecimentos adquiridos através da internet e eventualmente por informações,
seja das pessoas amigas ou dos moradores locais. Foi uma experiência muito boa
e como provavelmente deve ter alguém querendo fazer o mesmo passeio, nas mesmas
condições, isto é, sem guia, imaginei que seria bom compartilhar algumas
informações úteis que certamente facilitarão a pessoa aproveitar melhor o
passeio.
Saímos de
Niterói (RJ) numa sexta-feira, 31 de janeiro de 2015, rumo à Palmas, depois
Ponte Alta para chegarmos a Mateiros, no Tocantins, que seria nosso ponto de
apoio durante nossa permanência na região. Escolhemos o caminho passando por
Palmas porque já estamos acostumados a viajar por essas estradas até Paraiso do
Tocantins, na BR-153, quando vamos para Belém (PA). Para nós é um caminho
conhecido.
Viajamos
durante dois dias até chegarmos à Palmas. Nesse percurso não precisa maiores
preocupações, o apoio é relativamente bom. No primeiro dia almoçamos em Sete Lagoas, no Restaurante Lagoa das Pedras (foto 01), coordenadas S-19.55363 e
O-044.24229, a comida é relativamente boa e o preço é justo: cama à vontade e
pague R$-17,00. Pernoitamos em Cristalina (GO). Os preços dos hotéis ficam em
torno de R$ 120,00. No segundo dia pernoitamos em Palmas, onde os preços dos
hotéis variam na mesma faixa de preço.
Entre Rio de Janeiro e Brasília tem
várias praças de pedágios, sendo que entre Belo Horizonte e Brasília estão
construindo agora.
Foto 1 - Restaurante Lagoa das pedras/Sete Lagoas.
Planejamos
chegar em Mateiros no domingo, dia 02 de fevereiro, e durante a viagem íamos conhecendo alguns
pontos turísticos previamente selecionados, dessa forma, saímos de Palmas e
fomos para Ponte Alta, onde compramos lanche para nosso primeiro dia de viagem no Jalapão.
Nesse dia o rancho seria frio.
Em Ponta
Alta, tem um pequeno supermercado na pracinha (Foto 2) que é bastante sortido,
atendendo perfeitamente as necessidades básicas. As bebidas podem ser compradas
na Distribuidora Belém (fone (63)3378-1483 e (63)8461-1061), que fica perto do
Supermercado Econômico. Os dois estabelecimentos aceitam cartão de crédito sem
problema. Ainda em Ponte Alta, é recomendável abastecer e na medida do possível
procurar adquirir todo material que achar necessário, pelo menos para o
primeiro dia porque no trajeto Ponte Alta – Mateiros, não existe nenhum
comércio, portanto, o viajante deve dispor de tudo que poderá necessitar.
Foto 2 - Pracinha de Ponte Alta, ao fundo fica o Supermercado Econômico.
Nosso
Planejamento foi feito de tal maneira que domingo, conheceríamos a Cachoeira
Sussuapara, Cachoeira do Lajeado, Cachoeira do Brejo da Cama, Lagoa Azul e
finalmente seguiríamos para Mateiros.
Nossa
referência começou exatamente quando tem início a estrada de terra, na saída de
Ponte Alta rumo a Mateiros.
CACHOEIRA
SUSSUAPARA - A Cachoeira Sussuapara, fica do lado direito da estrada, a
exatamente 15Km do ponto de referência, na coordenada S 10.6527 e O 047.4457,
tem uma placa indicando o local (Foto3). Um pouco após a placa, à esquerda da
estrada, dá para estacionar o veículo e também existe uma campina (Foto 4) que
tem um pequeno córrego com água limpinha, boa para refrescar. A Cachoeira
Sussuapara, fica bem próxima da estrada a uns 100m aproximadamente, sem nenhuma
dificuldade para se chegar até lá (Fotos 5 e 6).
Foto 3 - Entrada para a Cachoeira Sussuapara.
Foto 4 - Lago próximo ao local onde pode-se estacionar o carro para visitar a Cachoeira Sussuapara.
Foto 5 - Cachoeira Sussuapara.
Foto 6 - Cachoeira Sussuapara. A direita, local de descida.
CACHOEIRA
DO LAJEADO - 17km após Sussuapara, do mesmo lado da estrada, na coordenada S
10.63876 e O 047.29502, fica a entrada da Cachoeira do Lajeado, não tem placa
nenhuma indicando a entrada. A Cachoeira fica a 10km da entrada, na coordenada
S 10.65382 e O 047.2838 (Fotos 7 e 8). Tenha cuidado ao planejar o seu tempo de
permanência em cada local, porque a estrada para Mateiros não é nada boa e
provavelmente você poderá levar um bom tempo de viagem e viajar a noite numa
estrada ruim e desconhecida não é recomendável. Nós chegamos às 21.00hs em
Mateiros e não foi nada confortável.
Foto 7 - Cachoeira do Lajeado.
Foto 8 - Cachoeira do Lajeado.
CACHOEIRA
BREJO DA CAMA - Saindo da Cachoeira do Lajeado, ainda do mesmo lado da estrada
e a 2,4km, na coordenada S 10.62366 e O 047.28486 fica a entrada da Cachoeira
Brejo da Cama. Na entrada tem duas placas uma informando o nome da Fazenda
Retiro distando 8km e outra a distância da Cachoeira, 10km (Foto 9 e 10). Como é
particular, paga-se para visitar a cachoeira. A Cachoeira fica no final de um
caminho, na coordenada S 10.6838 e O 048.2838, numa parte baixa que só é
visível quando estamos bem próximos. Para descer tem um caminho no meio do
capim, seguindo para o lado direito vai dar numa descida, não tendo maiores
dificuldades para se chegar na parte mais baixa e ir até a cachoeira tomar um
belo banho. Como mais uma referência para se localizar a Cachoeira, tem uns buritizeiros,
com uma bela paisagem, bem próximo do local onde se estaciona o carro.
Foto 9 - Placa de entrada da Cachoeira Brejo da Cama.
Foto 10 - Cachoeira Brejo da Cama.
LAGOA AZUL
- Após visitar a Cachoeira Brejo da Cama, já na estrada principal, visitamos a
Lagoa Azul, que fica a 4,9km, só que do lado esquerda da estrada. Tem uma placa
indicando a entrada da Lagoa. Nesse local existe apenas um lago, sem maiores
atrativos, dai nem termos marcado as coordenadas, fica a 9km da entrada, não é
aquela beleza, mas se tiver com tempo, não custa dar uma passada por lá (Foto
11).
Foto 11 - Lagoa Azul.
Finalmente
rumamos para Mateiros e como mencionei anteriormente a estrada tem lá suas
dificuldades. Existem muitas pedras, cascalhos e areia na estrada. A areia é
fofa, não oferece maiores problemas para carros altos e com tração, porém, é
desaconselhável para carros menores, tipo carro de passeio comum. Quando
visitávamos a Cachoeira Sussuapara, encontramos três pessoas que não
conseguiram chegar a Mateiros porque o carro em que viajavam, um Peugeot 206,
não conseguiu vencer as dificuldades da estrada e por esse motivo estavam voltando
para o Paraná.
Chegamos em
Mateiros às 21:00hs e antes de seguirmos para a pousada fomos comer alguma
coisa.
Mateiros é
uma Cidade pequena (foto 12), não tem agência bancário (importante levar
dinheiro em espécie), com poucas ruas, sendo que a principal, parte é asfaltada.
Nessa rua e nas proximidades, estão localizados os principais serviços e
comércios, como as pausadas, existem 3, mostradas na foto, o posto de Gasolina (Aceita cartão), o
vendedor de gelo, o restaurante da D. Rosa, pizzaria e 3 pequenos supermercados
que abastecem a Cidade. Jantamos no restaurante da D. Rosa. Chegamos no final
da bóia mas deu para conseguir alguma comida e pelo que observei ali, como em
outro local que fizemos refeições, é coma à vontade e pague R$-25,00. Depois
fomos para a Pausada Buritis que reservamos previamente.
Foto 12 - Mateiros e a localização das pousadas numeradas em amarelo.
Em Mateiros
existem 3 pousadas: Buritis, Panela de Ferro e Santa Helena, uma perto da
outra. Não visitei a Santa Helena, mas passando em frente me pareceu boa ( site aqui). Visitei a Panela de Ferro (site aqui), que estava em reforma para
incluir um restaurante. A Pousada me pareceu um pouco envelhecida internamente,
veja foto da suite (fotos 13). A Pousada Buritis é mais nova, com boas suítes,
tendo ar condicionado, chuveiro quente, banheiros bons e o preço foi razoável,
pagamos R$-100,00 a diária, com direito a café da manhã. O café não é dos
melhores, mas dá perfeitamente para atender às necessidades das pessoas que não
são muito exigentes. As suítes têm ar condicionado e o estacionamento é bom. O
problema que existe, se é que pode-se considerar problema, é que a pousada fica
mais afastada da rua principal, sendo mais confortável sair de carro (Fotos
14,15 e 16). Para quem gosta de acampar, existem dois locais que alugam espaço
para armar barracas. Nesses locais tem banheiro e água, mas sobre os locais e
as facilidades para acampar, farei uma postagem separada.
Foto 13 - Suite da Pousada Panela de Ferro.
Foto 14 - Localização das suítes da Pousada Buritis.
Foto 15 - Área externo do refeitório, que fica ao fundo.
Foto 16 - Frente da Pousada e estacionamento, tem outro ao lada da pousada.
Ainda era
domingo, fomos dormir, terminando assim nosso primeiro dia de Jalapão.