Prefeitura e Câmara Municipal de Ponta de Pedras.
No próximo ano, nosso Município elegerá seu novo
Prefeito ou reelegerá a atual, quem sabe? A certeza, é que em 2016, o povo ponta-pedrense
irá às urnas para escolher uma pessoa que administrará o Município durante um período
de quatro anos. Parece uma tarefa
simples e pode até ser, se considerarmos apenas o ato de comparecer à seção
eleitoral, ir até a cabine de votação e marcar o nome de um dos candidatos ao
cargo. No entanto, se o eleitor pensar com mais critério, verá que a escolha da
pessoa para administrar um município, qualquer que seja, deve ser um ato de
muita responsabilidade e que requer uma boa dose de conhecimento, pelo menos
sobre as intenções e o preparo da pessoa que está se candidatando.
Nosso Município não precisa de um super homem que,
ao assumir, de imediato, pague todas as contas do Município, aumente os
salários do funcionalismo, asfalte todas as ruas e abra novas estradas, resolva
o problema da saúde e da educação, estabeleça as políticas públicas que tanto
nosso Município precisa, enfim, resolva todos os problemas e mude de uma hora
para outra Ponta de Pedras, não existe o messias tão esperado para resolver
nossos problemas, sejamos realistas.
A pessoa ideal para administrar um município não
existe, pois as pessoas, embora bem intencionadas são passíveis de cometer algum
deslize, perfeitamente coerente com o comportamento do ser humano, pois sabemos
que ninguém é perfeito e portanto, todos podemos cometer algum erro, isso é
normal.
No entanto, o eleitor, deverá ter discernimento
suficiente para evitar entregar a prefeitura do nosso Município para uma pessoa
que não tenha compromisso com possíveis melhorias para nossa Terra,
demonstradas por ocasião da campanha e que devido a pouca experiência
administrativa não ofereça condições mínimas para que se possa acreditar que,
aquela pessoa, saberá administrar corretamente os parcos recursos municipais.
Talvez possa parecer uma missão relativamente difícil,
identificar uma pessoa bem intencionada e capacitada para desempenhar essa
tarefa. Entretanto, devemos ter em mente, que determinadas pessoas, para serem selecionadas
para determinados cargos, passam por uma série de avaliações, seja através de
concursos, provas, entrevistas ou qualquer outra forma de seleção. Essas
pessoas devem demonstrar que são capazes de atender as exigências que o cargo
requer. Em política não se vê isso, o eleitor, a quem compete selecionar o
pretendente ao cargo, parece não se preocupar com isso ou por não dispor de
parâmetros para comparação, às vezes, vota numa pessoa que não tem o mínimo
preparo para exercer o cargo. O resultado não poderia ser outro: uma péssima
administração.
Não existe um manual onde se possa saber de antemão
as qualidades de cada pessoa, mas, de um modo geral, os candidatos aos cargos
nos municípios, são velhos conhecidos ou pessoas do convívio da maioria dos
eleitores e certamente o eleitor conhece um pouco sobre o seu passado, sua
atuação e suas promessas se eleito for. Basta que antes de exercer o seu
direito de votar, cada eleitor, procure saber um pouco sobre cada candidato e
após uma análise, escolha aquele que, naquele momento, lhe pareça ser o melhor
candidato, mesmo estando sujeito a grandes decepções no futuro.
A experiência e a perspicácia de cada eleitor será
seu principal “manual” de seleção, no entanto, cada pessoa ao longo da sua
vida, vai deixando alguns rastros que dizem muito da sua trajetória e na falta
de um manual que oriente ao eleitor escolher um bom candidato, pode-se tirar
algumas conclusões da trajetória do candidato e assim, podemos contar com uma
ajudinha extra na escolha, veja algumas dicas que podemos tirar da história de
vida do candidato:
a) Se o
candidato já exerceu algum cargo público e se nada apresentou, provavelmente
continuará assim se for eleito, não existe milagre;
b) É bom
analisar os apoios recebidos pelo candidato, porque uma vez eleito, terá que
recompensar esse apoio, uma vez que não existe almoço grátis. Em política, existem
acordos que serão cobrados mais cedo ou mais tarde, principalmente se o ajudado
for eleito;
c) É fundamental que um candidato a prefeito
tenha um bom nível educacional, pois embora esteja previsto que, quem vota pode
ser votado, uma pessoa com uma melhor formação terá maiores chances de
desempenhar melhor o cargo. Prefeito é um cargo político, onde o poder de
argumentação e entendimento é fundamental para o bom desempenho do cargo.
Também é um cargo administrativo, que requer da pessoa, capacidade para exercer
a governança municipal, formular estratégias, planejar, além de manter contato
com diversos órgãos através de documentos bem elaborados e da mesma forma, com
poder de argumentação fundamentado, ferramenta que não está disponível para
qualquer pessoa;
d)
A pessoa tem que ser honesta. Embora seja difícil
identificar essa característica numa pessoa, não custa tentar saber,
principalmente se a pessoa já exerceu algum cargo eletivo. Nesse caso,
verifique no site do Supremo Tribunal Eleitoral (STE), a declaração de bens do
candidato dos últimos anos e verifique se o patrimônio do mesmo aumentou
desproporcional durante os anos que exerceu o cargo eletivo. Se constatado um
aumento substancial, desconfie, você poderá estar diante de um corrupto.
e) É fundamental
que a pessoa seja transparente, pois sem transparência, é muito difícil
acompanhar a administração municipal. Também não é uma tarefa fácil identificar
uma pessoa opaca, aquela que faz tudo na surdina, na “calada da noite”, não
presta conta dos gastos municipais e está sempre dizendo que a prefeitura está
sem dinheiro, justificando assim, ausência de obras e soluções de algumas
necessidades da população, só fazendo aquilo que lhe traz algum benefício político.
Muitos candidatos prometem transparência e depois não cumprem o prometido. Mas se
for candidato querendo se reeleger, aí fica mais fácil porque a Lei de Acesso à
Informação (LAI), já está em vigor há bastante tempo, portando, deveria ser
cumprida por todas as prefeituras e câmaras municipais, dessa forma, vereadores
e prefeitos não podem desconhecer a existência do documento.
f) É importante
que a pessoa demonstre ter conhecimento dos diversos problemas existentes no
nosso Município, que apresente ideias possíveis de serem implementadas e que
poderão minimizar as necessidades existentes. Apenas dizer que ama Ponta de
Pedras, citar grandes feitos de parentes, prometer que fará isso e aquilo pela educação,
saúde, segurança, asfaltará ruas, abrirá estradas e outras coisas mais, não é
suficiente para se afirmar que uma pessoa será um bom prefeito. Devemos ter em
mente que grandes obras, associadas à grandes promessas, requerem grandes
recursos que, infelizmente, nosso Município não tem, assim, terá que buscar
junto ao Governo Federal ou Estadual, no entanto, Ponta de Pedras, por falta de
cumprimento de determinadas obrigações, está impedida de firmar convênios com
qualquer órgão federal. Às vezes, uma proposta mais simples, mas possível de
realização, contando com recurso municipal, é bem mais aceitável do que prometer
simplesmente por prometer, sem dispor de verba e sem a preocupação com os
recursos necessários para cumprir a meta prometida, pois certamente não serão
realizadas. Os exemplos estão presentes no Município.
Finalmente,
cada eleitor, por viver no município, tem certas obrigações que o fazem
responsável pelos vários acontecimentos que ocorrem na sua comunidade, pois faz
parte da mesma. Dessa forma, é importante que cada pessoa se mantenha informada
sobre tudo que ocorre na sua comunidade, tenha conhecimento dos principais
problemas, principalmente aqueles que requerem soluções mais urgentes e
acompanhe junto aos candidatos se as demandas da sua comunidade fazem parte do
plano de governo dos candidatos.
Outro aspecto
importante é quanto às promessas que os candidatos a reeleição costumam fazer.
Esses candidatos, geralmente costumam incluir como obras realizadas pelo seu
governo, as obras que efetivamente foram feitas com verbas do Governo Federal
ou do Governo Estadual, isso leva ao eleitor desavisado, a pensar que esse
candidato a reeleição realizou grandes obras, quando na realidade foram produtos dos vários programas dos
governo federal ou estadual.
No
entanto, como se trata de uma decisão pessoal e muito particular, a escolha do
candidato pelo eleitor é soberana, mas convém lembrar que é sempre bom pensar
bem antes de escolher porque depois, as consequências poderão ser desastrosas e
difíceis de reparar. Pense nisso.