quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

PROPOSTAS DE CANDIDATOS A PREFEITO DE PONTA DE PEDRAS, REALMENTE PODERIAM SER CUMPRIDAS?

No site www.divulgacand2012.tse.jus.br, constam as propostas dos três candidatos que estiveram disputando o cargo de Prefeito Municipal de Ponta de Pedras em 2012, saindo-se vencedora a Sra. Consuelo Castro. Sem considerar o cumprimento ou não das promessas, seria oportuno, já que novas eleições nem estão tão longe assim que, déssemos uma relembrada em algumas promessas feitas pelos três candidatos e tentássemos analisar se as mesmas teriam realmente chances de serem cumpridas  uma vez que todos nós sabemos que verba é algo vasqueiro no Município.
Não sei como são originadas as necessidades que dão origens às propostas. Algumas propostas são boas, porém, difíceis de serem cumpridas, quase impossíveis. Outras, pelo visto, o candidato sequer deu uma lida antes de assinar porque existem itens repetidos, quando deveriam ser suprimidos por serem iguais. Vejamos algumas promessas:
a)        Educação:educação de tempo integral, investimento na implantação de creches municipais, investimento em um núcleo de nível superior e pós- graduação e criação da escola agro-tecnica.
b)        Assistência Social: implementação e ampliação dos programas e benefícios sociais, programa de amparo ao idoso e valorização da melhor idade, gestantes, ampliação do bolsa verde, Investimento na profissionalização da juventude e mulheres arrimo de  família.
c)         Promover o saneamento básico na sede, através de construção de estação de tratamento de esgoto e canalização da rede da cidade, nos bairros e nas comunidades, como instrumento de prevenção a doenças e promoção da melhoria da qualidade de vida (medicina preventiva).
d)        Construção do Terminal urbano de Passageiros, e construção de paradas para os ônibus e outros veículos.
e)        Criação e instalação de Casas de Apoio para as pessoas carentes que vêm das comunidades e precisam de tratamento fora ou dentro do município.
f)          Reformular as leis urbanísticas municipais, em especial o Plano Diretor do Município; a Lei de Uso, Ocupação e Parcelamento do Solo; o Código de Obras e Edificações; e as Posturas Municipais.
g)        Abertura e terraplanagem de uma estrada de integração, ligando as comunidades de Paricatuba, Uriduba, Malato e Araraiana.
Listei apenas oito compromissos dentro os vários assumidos pelos três candidatos junto ao povo, caso fosse eleito. No site existem outros que podem ser verificados, como por exemplo, convênios com o exército e aeronáutica, construção de campos de futebol e outros mais.
Antes de qualquer comentário, devemos dizer que nada é de graça, as promessas para serem cumpridas necessitam de verbas, nenhuma prefeitura tem o poder de fabricar dinheiro para suprir os gastos para cumprir as promessas feitas pelos candidatos, consequentemente, prometer, envolve antes de mais nada, prever recursos para realizar o prometido, o que parece nem sempre ser observado. As promessas são feitas como se o município mantivesse em seu cofre “rios de dinheiro”, sabemos que não é bem assim. Feito este lembrete, vejamos alguns itens listados.
Já no item a), dificilmente o Prefeito de Ponta de Pedras teria verba suficiente para investir num núcleo de ensino superior e pós-graduação e escola agrotécnica, talvez manter entendimento ou envidar esforços junto aos órgãos competentes para viabilizar tal proposta fosse mais adequado.
No item c), promover o saneamento básico na Cidade e construir uma estação de tratamento de esgoto, embora extremamente necessário, dificilmente um prefeito consigo realizar sem a ajuda do Governo Federal, mais um vez, dificilmente a promessa seria cumprida.
No item f), reformular as leis urbanísticas, que eu saiba, não é uma atribuição do executivo e sim do Legislativo, quem sabe apresentar propostas ou propor a reformulação seria bem mais adequado.
As propostas feitas pelos candidatos a prefeito, imagino que em qualquer município ocorra o mesmo, não tem a participação do povo e nem sempre vão de encontro às necessidades dos munícipes. O candidato e seus assessores imaginam e propõe o que bem entendem, o que lhes vêm na mente, sem uma análise previa sobre a possibilidade de cumprimento, seja por falta de verba, por não depender da vontade do candidato ou até mesmo por não ser item prioritário para o município, o que levaria a gastar verba que poderia ser alocada para outro projeto mais urgente e necessário. O resultado, como não poderia ser diferente, é o não cumprimento das promessas e a perda de credibilidade de quem prometeu.
Não veja mudança a curto prazo porque esse sistema de prometer e não cumprir, sem respeitar o eleitor, já vem sendo empregado há bastante tempo e nunca alguém foi punido, mesmo nas urnas, pois os candidatos são reeleitos fazendo as mesmas promessas. Talvez algum dia, quando o Brasil já tiver amadurecido e os eleitores mais esclarecidos, os candidatos mais conscientes possam fazer promessas mais coerentes com as necessidades municipais e com possibilidade de serem cumpridas.
Uma solução para diminuir essa anomalia, talvez fosse o povo participar mais, fornecendo aos candidatos um rol das suas principais necessidades.
As necessidades da comunidade, poderiam ser obtidas da seguinte forma: em determinado período e com certa antecedência, as prefeituras poderiam distribuir urnas em determinados locais e divulgar, através de rádios, nas escolas, com faixas ou por qualquer outro meio, os locais onde estivessem as urnas e incentivar a população a depositar suas demandas. Se fosse mais de uma, enumerá-las de acordo com a sua prioridade no atendimento. Depois relacionar e organizar essas demandas e entregar aos candidatos. Evidentemente que haveria brincadeiras e demandas absurdas, mas as pessoas que tivessem a incumbência de fazer a relação, poderiam perfeitamente eliminá-las ou até mesmo deixar a critério dos candidatos.
Os candidatos por sua vez, ao selecionarem as propostas e considerando a possibilidade de atendimento, incluiriam no seu programa de governo e nos comícios, divulgariam para a comunidade, discorrendo rapidamente qual sua estratégia para atender aquela demanda. Mais ainda, se eleitos, procurariam manter a comunidade sempre informada do cumprimento ou não da promessa.

Dois fatos muito importantes seriam observados; primeiro as políticas públicas atenderiam, em sua maior parte, as necessidades da população e segundo, os políticos, se cumprissem suas promessas, teriam maior credibilidade junto à população.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

TREINAR FUNCIONÁRIO MUNICIPAL, LUCRO CERTO PARA TODO O MUNICÍPIO.

O Instituto Brasileiro de Administração Municipal (IBAM), oferece vários cursos voltados basicamente para atender às necessidades dos municípios. Alguns presenciais outros à distância, eventualmente tem curso gratuito pela internet (Eu já fiz um). O IBAM também oferece a possibilidade de ministrar cursos em qualquer local do Brasil, mediante contato com o Instituto. Alguns cursos não são tão caros, contudo, caso as administrações municipais do Marajó ou mesmo um município tivessem interesse em melhorar a formação de alguns funcionários municipais, seria o caso de se unirem e contratar a entidade para ministrar o curso. Concluindo o curso, o funcionário ficaria incumbido de transmitir os conhecimentos adquiridos para outros funcionários, visando atender o maior número possível. Talvez rateando o custo entre os 16 municípios o preço sairia bem mais em conta ou algum município, como Ponta de Pedras por exemplo, contratando o IBAM para ministrar um curso na Cidade para determinado número de funcionários, da mesma forma, o preço poderia valer à pena. O certo é que quanto melhor preparar os funcionários municipais, melhor desempenharão suas funções, pois, os funcionários ficarão satisfeitos porque terão melhor treinamento para desempenhar as funções, o povo ficará satisfeito pois será melhor atendido, a administração municipal lucrará  com maior produtividade e o prefeito poderá receber dividendos nas urnas. Confira os cursos no site:www.ibam.org.br.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

ECONOMIA SEM TRUQUES, ÓTIMO PARA PRINCIPIANTES EM ECONOMIA COMO EU.

No carnaval que passou copiei o economista Mansueto Almeida e comprei o livro Economia Sem Truques, primeiro porque gosto de ler sobre economia e depois pelo preço, pois com R$ 6,00 não compro uma original. Como o livro é bom, assim como uma boa cerveja quando está gelada, acaba-se logo, já terminei a leitura. Realmente vale a pena comprar o livrinho, digo livrinho porque é relativamente pequeno, mas é um livrão no conteúdo. Esse preço é a versão eletrônica, mas é simples, basta baixar gratuitamente o aplicativo Kindle para PC, cadastrar-se na Amazon, pagar R$ 6,00 e pronto! Num segundo seu livro estará disponível no seu PC. No site abaixo, Mansueto Almeida faz o comentário de parte do livro e ao longo do texto tem como a pessoa acessar a Amazon. Melhor que isso, só tirar uma soneca após uma cuia de açaí com camarão, deitado numa rede ao som daquela chuvinha caindo sobre a palha de buçu.
https://mansueto.wordpress.com/2015/02/15/indicacao-de-leitura-economia-sem-truques/




sábado, 21 de fevereiro de 2015

POR QUE A ASSOCIAÇÃO MUSICAL ANTÔNIO MALATO (AMAM) DEU CERTO?


Recentemente eu comentei como era Ponta de Pedras mais ou menos há quarenta anos atrás. Naquela oportunidade, argumentei que PP cresce e sua economia nem tento.
Contudo, nem todos os setores se comportaram assim ao longo do tempo. O setor que congrega os profissionais da música em PP, pelo número de músicos existentes no Município, tudo indica que cresceu bem mais que a Cidade. Seria o caso então, de procurarmos saber o motivo desse ocorrido.
Hoje PP dispõe de tantos músicos que durante um Círio que acompanhei, duas bandas se revezavam. Quando uma terminava de tocar, outra já estava iniciando, enquanto em outros tempos o número desses profissionais era bem reduzido.

       músicos de Ponta de Pedras tocando durante o Círio (Em segundo plano, com clarinete na mão e de chapéu, o Sr.  Antônio do Manduquinha).
Naquele tempo, esses profissionais contavam-se nos dedos, tínhamos basicamente: os ceguinhos, os catumbis, Manin, Mestre Açúcar, Sr. Amanajás, Daco, Vadico e mais uns poucos gatos pingados. Hoje é difícil relacionarmos todos os músicos existentes em PP, dado o grande número. Alguns com formação universitária em música, coisa que antigamente nem se cogitava.
Esse grande número de músicos em PP, deve-se, pelo que eu saiba, ao empenho do Sr. Antonico Malato.
Quando eu morava em PP sempre conheci seu Antonico como tabelião, nunca imaginava que um dia teria essa brilhante ideia de criar um grupo para estudar música e sequer sabia seu interesse por música. Aquela pessoa de conversa calma, voz pausada, se falasse comigo hoje eu diria que jamais seria político, pois, na minha opinião não apresentava o perfil de um político profissional.
Lerdo engano! Seu Antonico se candidatou e deu no que deu. Foi eleito Prefeito e diga-se, um bom Prefeito. Mandou construir o B/M Raimundo Malato que ainda hoje navega nas águas marajoaras e iniciou a escola de Música de Ponta de Pedras. Hoje, vemos nosso pessoal fazendo bonito por onde passa. Até com apresentação no Teatro da Paz! Será que alguém imaginava isso ha quarenta anos atrás? Ainda não tive o privilégio de assistir uma apresentação dos músicos do meu Município, mas certamente ficaria emocionado, nem tanto pela apresentação, pois já vi outros músicos  em outros locais, mas sim, pelo orgulho de ver meus conterrâneos em destaque, quando poderiam estar no anonimato, principalmente se levarmos em consideração o berço de nascimento.   
A pergunta que faço é: por que outras profissões, tais como, costureiras, pedreiros, carpinteiros, marceneiros, relojoeiros, oleiros, bordadeiras, doceiros e tantas outras que existiam e existem em PP, continuam paradas no tempo? Mesmo os produtos sendo de boa qualidade, não foram pra frente. No meu modesto modo de pensar existe uma explicação.
Sabemos que ninguém nasce sabendo, tudo que sabemos nós aprendemos, mas para isso, é fundamental que tenhamos vontade de aprender e principalmente tenha quem ensine. Não adianta ter vontade de aprender se não existe quem ensine. Se não existir quem ensine e quem queira aprender não adianta. Não vinga.
Quando existe apenas um dos atores, quem queira aprender por exemplo, a solução é buscar alguém para ensinar e após conseguir essa pessoa, oferecer condições mínimas para possibilitar o ensino/aprendizagem. Foi exatamente aqui, que a presença do seu Antonico foi importante.
Vendo que existia pessoas para aprender, ele contratou o Mestre Martinho, músico de Curuçá(Depois o empenho do Sr. Antônio do Manduquinha foi muito importante) e disponibilizou meios para que o professor pudesse exercer seu ofício.
Após a seleção prévia dos interessados em aprender, distribuindo-os conforme suas habilidades para cada instrumento, Mestre Martinho começou transferir conhecimentos para muitos que pouco contato tiveram com a música. O resultado daquele pequeno ato do seu Antonico e do conhecimento e empenho do Mestre Martinho, deu origem a Associação Musical Antonio Malato (AMAM), não se deve confundir, porque tem outra AMAM que não é tão exitosa assim.

Músicos do Clube Circulista de PP, precursores da Banda Sinfônica.                       Alguns formados por Mestre Martinho.
Se as outras profissões citadas anteriormente tivessem o mesmo apoio que foi dado aos interessados em aprender música, quem sabe hoje, PP não teria uma fábrica de roupas; carpinteiros de PP poderiam estar trabalhando em outros estados, como já aconteceu quando um carpinteiro de PP foi construir uma casa em Brasília; poderíamos ter uma cooperativa com excelentes pedreiros que poderiam estar trabalhando para a prefeitura, inclusive fornecendo mão de obra para outros municípios; peças de artesanatos produzidas por oleiros do município poderiam estar expostas em diversos lugares pelo mundo; PP poderia ser a terra dos bordados marajoaras; o mercado de relojoeiros poderia ser dominado por pontapedrenses; as padarias poderiam estar brigando por padeiros de ponta de pedras; nossos estaleiros talvez estivessem abarrotados de embarcações para reparos e outras tantas estariam nas filas aguardando vagas para reparos ou construção, sem considerarmos que poderíamos estar construindo embarcações de ferro. A variedade de bons profissionais em PP talvez fosse bem diferente.
O que fez a diferença no grande aumento do número de músicos em PP e a consequente criação da AMAM, foi o incentivo. Sem incentivo visando ganhos futuros, as pessoas têm pouca probabilidade de crescer; sem vislumbrar a possibilidade de melhorias, muitos se acomodam e outras desistem. Oferecer alternativas além daquelas que cotidianamente convivemos, possibilita um maior número de escolhas para as pessoas, abre portas e mostra a muitos, novas oportunidades. Isso dá ânimo e gera esperança.
Oferecer oportunidades de melhor aprendizagem para os que já dominam um ofício desperta na pessoa a esperança de melhoria, pois todos sabem que a especialização traz grandes benefícios para quem as adquire.
Quem poderia imaginar que PP fosse capaz de produzir tantos músicos, se seu Antonico não tivesse a brilhante ideia e vontade de dar oportunidade aos nossos conterrâneos de escolherem entre aprender música ou ficar somente nos seus afazeres cotidianos? Nosso povo, como qualquer outro, é capaz e está disponível para adquirir novos conhecimentos ou aprofundar os já adquiridos, mas para isso, é necessário iniciativa, seja privada ou do poder público.
Os governos municipais deveriam criar programas onde o objetivo fosse exatamente criar novas oportunidades, esses programas, como já se constatou, nem sempre necessitam de somas de recursos tão altas que a própria administração municipal esteja impossibilitada de assumir. Vemos que inúmeras soluções relativamente simples, poderiam ser resolvidas pela administração e comunidade, no entanto, esse entendimento nem sempre ocorre. Projetos cujo resultado seja de media ou longa duração pouco são criados, as administrações querem imediatismo, querem resultados, sempre na busca de votos.
Enquanto as administrações municipais estiverem voltadas somente para o imediatismo, para os investimentos visando a conquista de votos, soluções simples e benéficas para a comunidade ficarão relegadas a segundo plano ou esquecidas.
As pessoas que visarem ocupar os executivos municipais, principalmente dos pequenos municípios, deveriam adquirir informações sobre boas soluções já testadas e exitosas em outras administrações e serem humildes para seguir os passos desses empreendedores municipais.
Quer um bom exemplo: a Associação Musical Antônio Malato está ai para servir de modelo.


Assista a um trecho da apresentação da Banda Sinfônica Antônio Malato, no Teatro da Paz em Belém, veja também a bandeira de Ponta de Pedra tremulando, bem como a justa homenagem feita a Sra. Diva Malato esposa do seu Antonico, que infelizmente não viveu o suficiente para ver esse momento.


quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

PONTA DE PEDRAS CRESCEU, E SUA ECONOMIA?


Quem chegasse em Ponta de Pedras há quarenta anos atrás, ao passar pela Ilhinha, via um estaleiro, normalmente com alguma embarcação sendo remontado ou sendo construída. Um pouco mais adiante, na beira do rio, vinha a casa com o comércio do Sr. Paulino; a olaria e a serraria do Sr. Ovídio (Ali chegou a existir um alambique) e mais lá na frente, por detrás de um aningal,  o comércio da Sra. Nela, não existia o Hotel Reponta. Via-se o King Bar, a Igrejinha construída na pracinha, a Casa Tavares, Bar do João, na cabeça do Trapiche; o mercado velho que infelizmente foi destruído; um terreno, onde hoje é a feira e as três casas de comércio mais importantes da Cidade: Casa Prosperidade, do Sr. Chico Goiaba, a Casa do Sr. Fontes e a Casa da Beira do Sr. João Ramos, ainda tinha a Casa do Paulo do Álvaro. Ainda beirando o rio vinha a padaria e a saboaria do Sr. João Ramos; a Olaria do Sr. Joaquim Mariano; o campinho da moinha; a Casa Ponto Certo e junto à ponte do Ponto Certo, tinha um pequeno estaleiro onde o Sr. Luiz Tabaco e seus filhos trabalhavam recuperando ou construindo embarcações. Seguindo vinha a Serraria do Sr. José Mariano. Mais além, ainda tinha uma casa já chegando na foz do Rio Armazém, eu não lembro o nome do proprietário.
  Frente do local onde ficava a Saboaria do Sr. João Ramos e no final da ponte fica a padaria.
Em terra, PP também não era lá muito grande, ainda existiam alguns terrenos sem construções e até as ruas ainda eram poucas. Não existiam as casas que foram construídas na baixada, ali pro lado do Carnapijó. Não existia a igreja nova; ali era um campo. O hospital não existia, o SESP funcionava atrás do prédio da Prefeitura, entrando-se pelo lado. No Campinho, tinha um campo, onde construíram uma escola. A rua que começa ali e se não me engano sai na Rodovia da Mangabeira, não existia.
           Rua que fui aberto mais recentemente,hoje já está aterrada. 
Ali por perto da Prefeitura, construíram a Câmara Municipal onde era o Cine Marajó e no terreno em frente ao cemitério fizeram algumas construções que antes não existiam.
Para o Lado do fim do Mundo, pouco mudou, somente aquelas casas que ficam por trás do campo são mais novas e no rumo do Arapinã, as casas iam até a ponte. Depois da Ponte tinha o matadouro e a casa do Sr. Chiquinho Boulhosa, se bem me lembro. Ponta de Pedras era basicamente isso, pequena.
 Hoje está tudo mudado, abriram-se várias ruas e as pessoas se espalham por todos os lugares da Cidade.
Mesmo aparentando pequena, com uma população relativamente bem dividida, porque parte morava na Cidade e parte nos interiores (Minha família morava no Giticateua, um igarapé que fica quase em frente da Cidade), PP dava uma aparência de que seus dias seriam promissores.
Era comum ver a Santa Terezinha, canoa motorizado do Sr. José Mariano embarcando madeira em frente da Serraria ou canoas “metendo” tijolos ou telhas na Olaria do Sr. Joaquim Mariano, que se empenhava para seus funcionários fazerem serão para aumentar a produção e assim cumprir seus compromissos, já que a procura por tijolos e telhas era grande, tanto na Cidade como para suprir outros municípios. Na ponte do Sr. João Ramos, a Maringá geralmente estava atracada; na Ponte do Sr. Paulinho, a Santa Madalena descarregava ou se preparava pra mais uma viagem. A Graça Divina, do Sr. Flávio, com o Gracindo ou Gregorino, de vez em quando atracava no trapiche para descarregar carga que ia de Belém ou outro local para PP.
Ao entardecer, as igarités, como vespertina, Sincera, Luz da Esperança, Original, patativa, tão bem relembradas no balcão do Bar do Odu, além de outras, iam chegando e atracavam no trapiche para aguardar a hora da maré, quando iniciavam as viagens para Belém levando açaí e alguns passageiros que, se fossem do sexo feminino, iam nas camarinhas, porque nos porões, o açaí bamburrava.
          Igarité, pintura existente no balcão do Bar do Odu. 
Tinham os barcos ditos boieiros, como o Ivan do Sr.Bertino Boulhosa, o Nossa Senhora do Brasil, também pertencente a um Boulhosa e ainda tinha um barco do Ricardo (Guarasuco).
Era Comum vermos carregados com bois que iam do Arari para Belém os barcos Boulhosa e depois o José Guilherme do Sr. Zequinha Boulhosa ou o Rio Fábrica do Sr.Chiquinho Boulhosa, irmão do Sr. Zequinha. O Luiz Guilherme do Sr. Nelzito, iniciou como boieiro e depois começou a transportar passageiros.
O Pessoal do Tijucaquara era mais chegado aos reboques que viajavam para o Arari e quando regressavam atracavam ali na ponte do Sr. João Ramos, geralmente carregados com traíras, jejus, piranhas e outros peixes salgados, já as geleiras, ficavam atracadas na ilharga da rampa, para que o “peixe do gelo” fosse descarregado para o mercado.
 De vez em quando aparecia uma capivara salgada que se comprova e assava para acompanhar o açaí que era apanhado e amassado em casa, quase não se via máquinas. O Nhorito, filho do Sr. Otacílio, foi um dos primeiro, senão o primeiro a possuir uma máquina de bater açaí em PP, ele construiu uma manual.
No que se refere a politica, os pontapedrenses não davam lá muita importância para a administração municipal, só na época da eleição que havia uma farta distribuição de carne e o poder girava entre os Boulhosas, Noronhas e depois Malatos. Pelo menos para a maioria, política aparentemente nada significava.  
Lembro certa vez que vi um cidadão com um cassetete de madeira e ao perguntar para minha Mãe o que aquele homem fazia com aquele porrete na mão, a resposta dela foi que ele era agente de polícia e vereador. Achei muito estranho, pois o cidadão estava com a camisa aberta até próximo do umbigo, calça enrrolada até o meio da canela e chinela tipo havaianas, cena que, para mim, pareceu muito estorde. Com o passar do tempo, verifiquei que não precisava nada mais que aquilo, porque PP tinha dois soldados e o delegado Sr. Edgar Sapateiro, mantinham a ordem tranquilamente. Para se ter uma ideia, durante aquele tempo eu jamais soube de um assassinato em PP, os presos que ficavam enjaulados na cadeia, aquele prédio onde funcionava a prefeitura antes do Palácio Municipal ser recuperado, só era ocupado por pessoas que, estando embriagados, brigavam em algum local e a briga, era vencida por quem derrubasse o outro com a costa no chão, não havia faca, revólver ou outra arma, era só na queda. Para não dizer que não prendeu um criminoso, a cadeia serviu para o cumprimento de pena de um cidadão que cometeu um crime em Cachoeira do Arari e cumpriu a pena em PP, por sinal, após pagar sua dívida com a justiça, ficou morando na Cidade e sempre demonstrou ser uma excelente pessoa, principalmente seu filho Jorge, muito meu amigo.
                                     Antiga cadeia municipal.   
Hoje, quando se vai em PP, nada disso existe, a Cidade cresceu, os lugares antes destinados ao lazer das pessoas foram ocupados por imóveis,  como os campos de futebol, inclusive o campinho da moinha. As igarités sumiram, deram lugar às canoas motorizadas e os barcos, as olarias e serrarias acabaram, dos estaleiros, continuam aos troncos e barrancos. O do Sr. Luiz Tabaco, um dos descendentes continua lutando para manter o estaleiro e a profissão de pé, embora a maioria dos barcos ainda sejam de madeira. Inúmeras casas de alvenaria foram construídas, até prédios existem em PP, mas a Cidade tem que importar tijolos e telhas de outros municípios. Talvez a situação atual em que se encontra PP, seja fruto das escolhas das pessoas ou das políticas públicas adotadas no Município, onde foi dado pouca importância para o crescimento da economia local.
Depois de constatarmos certo crescimento populacional, com consequente aumento dos problemas originados das demandas das pessoas, vemos que praticamente os únicos empregadores são a Prefeitura Municipal e o Estado, uns poucos conseguem trabalhar no comércio varejista, pois, se por um lado a Cidade cresceu, a geração de emprego não acompanhou esse crescimento, visto nosso Município não dispor de nenhuma indústria, nem do seu principal produto de exportação, o açaí.

Somos um Município pobre, aparentemente com falta de criatividade para criar novas oportunidades de geração de rendas para a população.
Será que estamos fadados a viver de lamentações e sempre à espera das transferências dos Governos Estadual e Federal? Essa resposta....... Ainda é um mistério.



segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

UNIDADE DE SAÚDE FLUVIAL PARA PONTA DE PEDRAS, UMA NECESSIDADE.

Em 2012, o Prefeito de Ponta de Pedras, na época o Sr. Pedro Paulo Boulhosa, fez a proposta de convênio nr 023366/2012 com o Governo Federal, cujo objeto era: CONSTRUÇÃO DE UM BARCO EM FERRO COM ESTRUTURA FÍSICA ADEQUADA PARA FUNCIONAMENTO DE UMA UNIDADE DE SAÚDE FLUVIAL E AQUISIÇÃO DE EQUIPAMENTOS MÉDICOS DE ATENÇÃO BÁSICA PARA FUNCIONAMENTO DOS SERVIÇOS. O valor do repasse e contrapartidas estão listados abaixo.
R$ 1.200.000,00 Valor Global
R$ 1.176.000,00 Valor de Repasse
R$ 24.000,00 Valor da Contrapartida
R$ 24.000,00 Valor Contrapartida Financeira
R$ 0,00 Valor Contrapartida Bens e Serviços
Essa embarcação seria utilizada como uma Unidade de Saúde Fluvial e atenderia nossos conterrâneos que moram nas comunidades ribeirinhas um pouco mais distantes da Sede do Município. A proposta já tem parecer, contudo, no site dos convênios não encontrei dados que pudessem ajudar a entender o motivo do não atendimento. Quando o Sr. Pedro Paulo tentou se reeleger, incluiu na sua proposta de governo a aquisição da referida embarcação, no entanto, como não obteve êxito, parece que o assunto caiu no esquecimento. Uma embarcação como essa, certamente traria inúmeros benefícios para nossos irmãos que nem sempre podem deslocar-se até a Cidade para uma consulta. Seria MUITO IMPORTANTE que a Prefeita de Ponta de Pedras, Sra. Consuelo Castro, se empenhasse para conseguir aprovar a proposta. Talvez até recalculando os valores para atualizá-los e reapresentando a proposta e assim, possibilitar que nosso Município venha receber a referida embarcação. Acho que PP necessita de uma embarcação dessas e nossos conterrâneos certamente agradeceriam

domingo, 15 de fevereiro de 2015

PALCO FIXO NA FRENTE DA CIDADE DE PONTA DE PEDRAS, SERÁ UMA BOA OPÇÃO?

Li por aqui que em breve, Ponta de Pedras será presenteada com um palco novinho, construído na margem do Rio Marajó Açu, na ilharga do trapiche, bem na frente da Cidade. Esse palco provavelmente está sendo construído em substituição à Casa Cabocla, local onde, eventualmente, eram realizados espetáculos e que a Prefeita mandou derrubar tão logo assumiu o cargo.
Acho que a grande maioria concorda que é importante uma cidade disponibilizar de um local adequado para realizar algum evento, como apresentação de um cantor famoso, banda, peça teatral ou mesmo um evento político. Inúmeras cidades dispõe desse equipamento e são bastante utilizados.
 No Rio de Janeiro, local onde bamburra shows o que mais se vê são palcos, os mais diversos. Não faz muito tempo, foi construído a Cidade da Música, local destinado aos grandes espetáculos na Cidade. No entanto, outros locais como a Quinta da Boa Vista ou mesmo praças, são bastante utilizados e um grande número de pessoas costumam comparecer a esses eventos. Quando estive em Gramado (RS), por ocasião do Natal, onde anualmente a Cidade faz uma grande festa e a visita de turistas é muito grande, também observei que as apresentações dos vários espetáculos utilizavam palcos, inclusive foi montado um dentro de um lago e ficou muito bonito. Portanto, temos que admitir que uma cidade dispor de um palco é muito útil, sem a menor dúvida.
Por outro lado, o que observei é que poucos locais dispõe de um local fixo, uma construção exclusivamente para realizar shows. No RJ existe, mas até hoje não sei se está funcionando conforme o esperado, porque tenho constatado anúncios de vários shows pela Cidade e ainda não vi nenhum anunciando a Cidade da Música como local do evento.A grande maioria dos palcos são móveis, feitos em estruturas de ferros, transportados e montados conforme a necessidade. Esse tipo de equipamento é bem mais prático e facilmente transportado, podendo atender a necessidade de instalação em qualquer local. Já imaginaram construir um palco fixo na Quinta da Boa Vista? Agora mesmo, o Rio está se preparando para o Rock In Rio, show de música que reunirá milhares de apreciadores de músicas e inúmeras bandas se apresentarão em diversos palcos montados no local do espetáculo e depois desmontados.  
A pergunta que se faz é: por que a Prefeita de Ponta de Pedras determinou a construção de um palco fixo, em alvenaria? Provavelmente deve ter alguma justificativa para tal decisão, até porque, atualmente, as cidades se preocupam com a preservação do meio ambiente, evitando poluição visual, construção em cima de fontes de água e principalmente nas margens dos rios e Ponta de Pedras, faz exatamente o contrário daquilo que tanto se luta para preservar. Outro ponto negativo para a construção é o fato de ficar exatamente na frente da Cidade, encobrindo a pouca visibilidade que ainda existe, é uma pena que o Conselho da Cidade, vereadores e o povo em geral não tenham observado as consequências após a obra concluída já que sua utilização só ocorrerá de vez em quando.
Quem sabe a Prefeita não seja sensível quanto à possibilidade de mudar o projeto, abandonando a ideia de construir o palco no local já iniciado, até mesmo para preservar a beleza da Cidade que de vez em quando enaltece.
Como acima mencionado, a Cidade se ressente de um local adequado, até mesmo para a Prefeita fazer algum discurso onde se espere um número considerável de pessoas, nesse caso, a verba destinada para a construção de um palco fixo, poderia perfeitamente ser remanejada para a construção de um palco móvel, como tantos outros existentes e até mesmo parecido com o palco montado por uma equipe de som que se apresentou na Cidade, conforme foto abaixo do palco sendo montado.
                  Palco sendo montado em Ponta de Pedras (foto copiada do FB                                                                da PMPP)
Um palco móvel tem inúmeras vantagens em relação a um fixo, principalmente no que se relaciona à flexibilidade, pois poderá ser montado em qualquer local do Município e não ficar restrito ao local onde se pretende edificá-lo. Locais como o campo de futebol, em frente do prédio da prefeitura, Praia da Mangabeira, além de outros locais previamente escolhidos podem perfeitamente servir para  realização de eventos onde seja necessário um palco, dependendo do número de pessoas esperados.


Finalizando, solicita a Prefeito Consuelo Castro que reveja sua decisão e evite construir na frente da Cidade, pois essas obras, contribuem em muito para ofuscar a beleza de PP, veja o caso da Casa Tavares, essas pequenas lanchonetes e mesmo a feira instalada no local onde se encontra hoje, será que dão uma boa aparência para a Cidade? Certamente sua sensibilidade falará mais alto.

sábado, 14 de fevereiro de 2015

MUNICÍPIOS DO MARAJÓ DEVERIAM MELHORAR SEUS SITES.

Não sei se os conterrâneos marajoaras já visitaram os sites dos municípios da Ilha do Marajó. Sempre é bom darmos uma passada de vez em quando para sabermos, pelo menos parcialmente, os acontecimentos nos municípios irmãos. O ideal seria que pudéssemos ver sites bem feitos com informações relevantes sobre cada administração municipal, principalmente disponibilizando dados onde o povo pudesse fazer o controle social conforme prevê a Lei de Acesso à Informação (LAI), mas infelizmente nenhum faz isso, o que vemos são sites apenas para dar satisfação aos interessados, sem nenhuma padronização e alguns, atualizados só eventualmente,quando tem alguma notícia enaltecendo o prefeito . Municípios como Gurupá e Salvaterra, não foram encontrados sites, tudo indica que ainda vivem à margem da era da internet ou por outro lado, isso tem pouca importância para as administrações municipais. Talvez alguns munícipes nem saibam que o fato de uma prefeitura não atender o previsto na LAI, isto é, disponibilizar informações referente ao controle social na internet, prejudica muito a população, pois o município fica impedido de fazer convênios com o Governo Federal. Para comprovar, é só acessar o site dos convênios do Governo Federal e constatar o números de convênios firmados entre os municípios do Marajó e o Governo. O número é relativamente pequeno e alguns não conseguiram aprovar nenhum convênio na atual administração, como é o caso de Ponta de Pedras, por exemplo. Abaixo segue a relação dos municípios do Marajó e seus sites, alguns, conforme citados acima, não foram encontrados.
.AFUÁ - www.prefeituradeafua.com.br.

.ANAJÁS - www.anajas.pa.gov.br.


.BAGRE - www.bagre.pa.gov.br.


.BREVES - www.prefeiturabreves.pa.gov.br.


.CACHOEIRA DO ARARI - www.cachoeiradoarari.pa.gov.br.


.CHAVES - www.pmchaves.com.br


.CURRALINHO - www.pmcurralinho.pa.gov.br.


.GURUPÁ – Não encontrado.
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MELGAÇO - www.melgaco.pa.gov.br.

.MUANÁ - muana.pa.gov.br.
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PONTA DE PEDRAS - www.prefeituradepontadepedras.com.br.

.PORTEL- www.portel.pa.gov.br.


.SALVATERRA – Não encontrado.
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SANTA CRUZ DO ARARI - www.cachoeiradoarari.pa.gov.br.


.SEBASTIÃO DA BOA VISTA - www.pmssbv.pa.gov.br.


terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

PONTA DE PEDRAS RECEBERÁ VERBA PARA INFRAESTRUTURA TURÍSTICA DE PORTO HIDROVIÁRIO E EMPRESA HENVIL FARÁ TRANSPORTE DE CARGA E PASSAGEIROS PARA O MUNICÍPIO.


É muito bom saber que Ponta de Pedras, através de convênio com a Caixa Econômica Federal, receberá verba para implementar um "projeto de infraestrutura turística do porto hidroviário de Ponta de Pedras". Apesar de desconhecer o referido projeto, imagino que foi idealizado por profissionais com conhecimento de causa, principalmente procurando deixar a Cidade com um melhor visual para os turistas que certamente visitarão o Município. Muito bom, também, o entendimento entre a Prefeitura e a Empresa de Navegação Henvil, para que uma embarcação daquela empresa inicie operação para transporte de carga e passageiros para PP. Por ser um Ferry Boat, possibilitará o transporte de veículos. Como sempre dizem, tem mal que vem para bem: se por um lado a Cidade verá aumentado o número de veículos transitando pelas ruas, causando alguns transtornos para os munícipes, por outro lado, quem sabe não seja criado o Departamento Municipal de Trânsito (DEMUTRAN), para disciplinar melhor o transito, já há muito necessário.
 Ferry Boat da Empresa Henvil que fará transporrte de carga e passageiros para Ponta de Pedras.