domingo, 31 de julho de 2016

INFORMAÇÃO E PREPARO É O SEGREDO PARA UMA BOA ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL.

Com as eleições para prefeito e vereador se aproximando, tenho observado que os partidos políticos com diretórios em Ponta de Pedras, estão fazendo as tradicionais convenções para a escolha de seus próprios representantes ou fazendo coligação para que sejam escolhidos os nomes das pessoas para concorrerem aos referidos cargos. É a democracia a todo vapor.
Segundo o guia do eleitor, disponível na internet, as exigências para concorrer aos cargos de prefeito ou vereador são: 
1) - Prefeito.
    .Ter nacionalidade brasileira (ser brasileiro nato ou naturalizado);
    .Ser alfabetizado (saber ler e escrever);
    .Usufruir de pleno exercício dos direitos políticos;
    .Estar em dia com a Justiça Eleitoral;
    .Ter pelo menos 21 anos de idade (no momento da posse do cargo disputado);
   .Certificado de reservista (situação militar regularizada no caso de indivíduos do sexo masculino)
    .Estar filiado em um partido político por pelo menos 6 meses antes das eleições;
    .Ter domicílio eleitoral no município onde pretende se candidatar há pelo menos 1 ano;
2) - Vereador:
    .Ter nacionalidade brasileira (ser brasileiro nato ou naturalizado);
    .Possuir pleno exercício dos direitos políticos;
    .Ser alfabetizado (saber ler e escrever);
    .Estar em dia com a Justiça Eleitoral;
    .Ter 18 anos de idade na data-limite do registro de candidatura;
    .Certificado de reservista (apenas para pessoas do sexo masculino).   
As exigências são mínimas e praticamente qualquer pessoa pode se candidatar. Até o nível de escolaridade parece ser de pouca importância, pois basta saber ler e escrever. Outras conhecimentos, como cursos ou experiencias em determinados assuntos, nada é exigido, mas todos sabem que ser prefeito ou verador exige do ocupante do cargo uma série de conhecimentos que facilitarão o seu bom desempenho. O fato de não ser exigido conhecimento para o exercício das funções e um bom preparo, não significa que não sejam necessários. 
Recentemente, foi divulgado o resultado do 1º Ciclo do Programa de Fiscalização em Entes Federativos, realizado pela CGU, onde são discriminados inúmeras constatações de irregularidades encontradas nas diversas prefeituras do país. Segundo a CGU "A análise das fiscalizações demonstrou que, do total de constatações feitas nos municípios, 26,5% são falhas graves e 73,5% são falhas médias ou formais. Isso não quer dizer que haja corrupção nessas localidades, pois em muitos casos o problema surge por desinformação e despreparo do gestor público, e não por má-fé ou dolo.".
Dessa forma, todo candidato, deveria se informar e se preparar muito bem para exercer o cargo se for eleito, porque, caso contrário, terá grandes dificuldades para aprender os meandros da nova função durante o seu exercício e, como vemos, é pela falta de informação e  preparo que ocorrem o maior número de irregularidades nas prefeituras (as câmaras municipais ainda não são auditadas). 
Imagino que uma pessoa responsável não queira fazer parte dessa triste estatística e a unica forma de evitar, é se informar bem sobre os assuntos atinentes à missão a ser assumida e se preparar para enfrentar e solucionar os problemas que surgirão, que certamente serão inúmeros, pois essa, é a esperança do eleitor.

sábado, 16 de julho de 2016

O MEU INTERIOR ONTEM.

Quando ainda pequeno, a luz elétrica em Ponta de Pedras era desligada às onze da noite, dava uma piscada antes. Lembro que o café nas igarités era servido numa canequinha esmaltada. Para o pessoal da "diretoria", às vezes, vinha num charão contendo algumas decorações. Eventualmente, acompanhava o café, umas roscas compradas no Zé Leite, na Casa da Beira. O fogão da igarité era feito numa lata que servira para armazenar querosene e depois de lavada, era cheia até a metade com barro, para servir de local para se fazer o fogo. Em dois lados da lata faziam dois furos, por onde passavam dois ferros para apoiar a panela de feijão com pirarucu ou a chicolateira para ferver a borra para fazer o café. Era comum ver o Nalziro ali pela ilharga do trapiche; o Malva ou o seu Ademar fazendo um carreto; o Lizaldo comprando um pouco de mantimento "só pra intera" ; o Pedro Serra ou o Cuiapéua, marreteiros profissionais, carregando paneiros com camarões fritos ou paneiros com patos ou outro xerimbabo para vender em Belém. No mercado, camarão bamburrava e sempre tínhamos peixe fresco.
Durante as festividades na Cidade, as moças ponta-pedrenses que moravam em Belém, compareciam e juntas com suas amigas e parentas que moravam no Município, encantavam os rapazes que, parados ao lado das calçadas, apreciavam as moças passearem na calçada da pracinha, geralmente no sentido contrário ao ponteiro dos relógios, eram moças bonitas e vaidosas que conversando e sorrindo, eram um colírio para a rapaziada, valia a pena apreciar. No coreto, a banda da PM tocava os seus dobrados e na última noite, o seu Ioiô, como leiloeiro, circulava entre as pessoas perguntando quem dava mais pelo objeto tal. Finalizando a festividade, soltavam o tradicional balão ali de perto do coreto e todos olhavam para cima para apreciar e talvez pensar: onde cairá?
Basicamente existiam três grupos de rapazes e moças: os que eram de Ponta de Pedras e moravam em Belém; os que moravam na Cidade e o pessoal do sítio, eu fazia parte do último grupo. Geralmente nas reuniões que eram realizadas ali na parte superior do King Bar, participavam mais os grupos dos residentes em Belém e os da Cidade, o pessoal do sítio se reunia mais ali pro Carnapijó, onde dançávamos até de madrugada, isto se não tivesse ordem para acabar com a festa mais cedo. Dependendo do horário do término das festas, um café no Emérito ou um pão quentinho do Doca, era uma boa pedida, antes de empreendermos nosso retorno para o sitio. Naquela época, não era uma tarefa fácil um rapaz do interior namorar uma moça da Cidade ou pelo menos "flertar" com uma moça de Belém, alguns até conseguiram, mas como se costuma dizer: conta-se nos dedos.
Nessa época eu já morava em Belém e quando visitava o meu interior, ia para o sitio e aproveitava o tempo para acompanhar o meu Pai nos seus afazeres diários. Participei de inúmeras tarefas, mas o que eu gostava mesmo era acompanhar o "velho" nas pescarias. Ao cair da tarde,quando saíamos para iscar os matapis, a beirada ficava cheia de pescadores, era gente esticando espinhéis; uns pondo matapis; outros preparando as estacas para sentar a camboa; alguns despescando os seus cacuris; tinha gente pescando com linha de mão; a beirada era movimentada e daí a grande quantidade de camarão que aparecia no mercado. Não era uma época fácil, tínhamos carência de vários itens, como socorro médico numa urgência, mas por não dispormos, conseguíamos conviver e sobreviver, mesmo com dificuldades, mas eu lembro bem: éramos felizes.

Pracinha de Ponta de Pedras, onde noutros tempos as pessoas se reuniam para passear durante as festividades de Nossa Senhora da 
Conceição, hoje é impossível, a praça foi ocupada por vendedores.

sábado, 9 de julho de 2016

LIÇÃO NÃO APRENDIDA.

Se tem uma lição que Lula deixará para o povo brasileiro e talvez para o mundo, é como ganhar uma eleição. Não estou levando em consideração os meios utilizados para conseguir a vitória, a mensagem é: se temos que vencer, vamos vencer! os meios utilizados e as futuras consequências veremos depois. Tanto isso é verdade que Lula venceu quatro eleições para Presidente da Republica e vencerá tantas quantas concorrer, se não for impedido de usar os mesmos instrumentos que o tornou vitorioso. Dizer que não se sabia quais eram os meios utilizados não espelha a verdade na sua totalidade porque inúmeros avisos foram dados, reportagens em jornais, em televisão, muitos livros publicados sobre o assunto, mas nada disso impediu que Lula conseguisse as vitórias. Lula pode ter muitos defeitos, mas não se pode negar: Lula é um grande político. Eu nunca votei no PT, porque tenho como hábito ler alguma coisa além de apenas assistir noticiários e acreditar no que os políticos dizem. Não tenho preferência por nenhum veículo de comunicação, porque todos divulgam notícias e cada um divulga a notícia à sua maneira, até seria bom ver todos, porque assim, saberia o ponto de vista de cada um sobre um determinado assunto.
Este ano teremos eleições para vereadores e prefeitos nos municípios brasileiros e pelo que tenho observado, aquelas pessoas que conseguiram aprender um pouquinho dos ensinamentos dados por Lula serão bem sucedidos. Não precisa usar todos os mecanismos usados por Lula, mas se usarem apenas alguns, como pelo menos a propaganda, sairão vencedores. A maioria dos eleitores e dentre esses os menos esclarecidos, foco principal dos políticos mais espertos, não têm como hábito acompanhar os assuntos políticos, seja porque não têm interesse pelo assunto ou porque dizem não acreditar nos políticos, mas durante as eleições comparecem às seções eleitorais e votam. Votam geralmente no político que melhor vendeu o seu "peixe", ainda que moído ou até estragado, mas como falei, o objetivo do político esperto é vencer, as consequências não importam. O eleitor ao descobrir depois que o "peixe" vendido pelo político estava estragado, portanto, foi enganado, é tarde demais. E por que digo isso? Simplesmente porque noto que os candidatos de Ponta de Pedras, principalmente a prefeito, alguns até com alguma experiência, não aprenderam nada com as lições de Lula, enquanto outros, mesmo não usando a grande caixa de ferramentas da "Jararaca", estão agindo não como Jararaca, mas como cascavel, fazem barulho, mostrando-se, parecendo dizer: olha eu aqui, não queiram invadir essa área porque é meu reduto, isto tudo é meu! Já os demais candidatos, podem até parecem jararacas, mais estão ali escondidos, em silêncio e esperando que alguém os descubra, os assustem para agirem. E pelo barulho no folharal, esses candidatos, como numa corrida que é uma eleição, estão fadados a receberem o bastão e ficarem pelo meio do caminho, apesar de competirem. Aguardem.

terça-feira, 5 de julho de 2016

PONTA DE PEDRAS, QUEM TE VIU E QUEM TE VÊ!


Hoje, lembrei de Ponta de Pedras. Não da Ponta de Pedras atual, onde os ponta-pedrenses vivem reclamando dos políticos locais pelas redes sociais, principalmente contra alguns totalmente omissos e outros que vivem lutando para impressionar o povo, com inaugurações e reuniões para ver se conseguem permanecer no cargo ou, na pior das hipóteses, deixar algum pupilo com a chave do cofre da prefeitura.
A Ponta de Pedras que eu lembrei foi daquela Cidade do interior, muito simples e que o povo ponta-pedrense era o verdadeiro dono do município, era quem fazia a festa. 
Hoje, segunda-feira, naquela Ponta de Pedras, era o dia de saber como foram as festas juninas já que estamos no mês de julho; se houve encontro dos cordões, quem se saiu melhor, principalmente entre os amos; se as festas do final de semana foram um sucesso; se não, quem se envolveu em alguma desavença e outras notícias que corriam ali pela frente, pois nem se pensava em Facebook e outras mídias sociais. A rádio, só existia a voz paroquial, ao contrário de hoje, que pode-se ouvir a Rádio Itaguari pela internet. 
Quem não viveu àquele tempo pode até achar que hoje, com todo progresso que vemos e usamos é melhor, talvez, mas convém lembrar que a pessoa nunca sente falta daquilo que nunca possuiu, dessa forma, aquela era uma época boa para muitas pessoas, como para mim, por exemplo. 
Só para se ter uma ideia, naquela Ponta de Pedras, droga, não passava de uma palavra dita por uma pessoa quando dava uma topada ou ao embarcar na sua montaria notava que esquecera de comprar uma quarta de café, meio quartilho de querosene ou um livro de abade, e, aborrecido, dizia: droga! lá vou eu no João Ramos de novo. O lanche, em vez de comprar nas lanchonetes atuais, os pasteis da D. Palmira, vendidos pelo João Francisco, Lázaro e depois Gibué faziam a festa. Para os mais exigentes, um tacacá da Tia Sofia ou um mingau da Tia Santana ou D.Joana, iam muito bem, principalmente se o Pato ou o Fandango estivessem por perto brincando com a turma que se espocava de rir. Arma de fogo, só as espingardas que ficavam na montaria após o proprietário voltar de uma lanternagem, bem diferente de hoje. O mercado, com sua bela arquitetura não precisava de tantas reformas, eu mesmo não cheguei a ver nenhuma, e olha que a construção já tinha uns par de sábados, diferente de hoje. Quem olhava do Trapiche pra Ilhinha, via a ponte do Seu Paulino, diferente de hoje. Quem olhava a Cidade posicionado na Ilha do Terto, observando a Cidade da esquerda para a direita, via a Serraria do Seu Zé Mariano; a Olaria do Seu Joaquim Mariano; a Saboaria do seu João Ramos; a frente da Cidade, a feira não existia; a Casa Tavares; a Olaria do Seu Ovídio e a Casa do seu Paulino; tinha espaço para se apreciar a igrejinha e outros prédios, diferente de hoje. As diferenças são tantas que levaria um bom tempo para mencioná-las aqui, mas é daquela Ponta de Pedras que eu lembrei, principalmente da Cidade onde as pessoas se tratavam como Mano! Mas isso se foi, são tempos idos, só restam lembranças.