Não sei se meus conterrâneos concordam, mas
nossa Cidade ainda tem poucas ruas se comparadas com outras de maior
porte. Dentre as ruas existentes, algumas são bonitas, largas e ainda
que nem sempre bem cuidadas, são bastante apresentáveis, como a Rua
Raimundo Malato mostrada na foto e outras mais que existem na Cidade.
Entretanto, com o crescimento da Cidade, novas ruas vão sendo abertas e
muitas das vezes sem o devido planejamento, pois a população vai
construindo e nem sempre obedece às determinações da Prefeitura que,
por algum motivo, pouco fiscaliza. Essas ruas abertas, depois são
aterradas e como foram abertas sem planejamento, impossibilita que a
Cidade tenha as suas ruas bonitas como as que foram abertas há mais
tempo, pois as ruas atuais não dispõe de espaços como as mais antigas,
principalmente quando observamos que as casas das ruas mais recentes
praticamente não têm espaço na frente para se fazer uma calçada. Embora
pouco comentado, essa tendência a construir ao acaso, sem uma
fiscalização adequada, gera prejuízo para o proprietário de imóvel
nessas novas ruas e para a população de um modo geral, pois os
proprietários dos imóveis têm uma valorização mais baixa do imóvel e a
população deixará de ter uma cidade com ruas bonitas, oferecendo belos
lugares para se morar e passear. Esse problema não surgiu de uma vez só,
pois as ruas foram sendo abertas aos poucos e nessas ocasiões, as
autoridades deveriam atentar para as consequências da omissão na
fiscalização. Procurar responsáveis não se encontra, culpar alguém
também não levará a absolutamente nada, mas é importante que as
autoridades tenham consciência de que o problema existe e continuará se
nada for feito. Agora que novos postulantes ao cargo de prefeito estão
prometendo, prometendo e etc. e tal, seria bom que incluíssem na sua
relação de promessas, mais fiscalização nas novas construções e preparar
adequadamente, com boa apresentação, pelo menos uma rua ou alguns
metros que sejam durante o seu mandato, caso seja eleito, porque, se
cada prefeito deixar como legado uma rua prontinha, em cinco mandatos a
Cidade teria as suas ruas mais bonitas e certamente a população ficaria
agradecida ao prefeito que fizer isso. Pensem nisso senhores candidatos.
Como caboclo que sou e com uns par de anos correndo terra, muitos
deles comendo peixe seco assado, camarão frito salgado, jabá assado ou
carne salgada assada com chibé, como comi no último domingo, chego a
ficar cuíra quando vejo certos arremedos de um bom chibé, como esse
mostrado abaixo ou um que foi postado, feito num prato de porcelana.
Por
favor, respeitem o chibé do meu interior! O chibé é sem enfeites, é uma
comida séria, comida da hora do aperto,
quando a boia está vasqueira ou em alguns casos, para matar a sede.
Para alguns, o chibé provoca cheiúra, mas justiça seja feita, numa roça,
após a capina, após comer alguns camapus na merenda, assar um naco de
carne salgado do Arari ou um pedaço de jabá, tirar o chapéu de carnaúba
da cabeça, encostar o terçado no pé do lacreiro e sentar numa sombra
pra comer a carne com chibé e no final ainda colocar uma rebarba d'água
na cuia e rebater, tem o seu valor! Não tem sol, não tem nada: é só
prazer!.
Mas o desrespeito com as delícias do meu interior não tem
limites, ainda sinquidia, ao comprar açaí numa lanchonete, serviram-me
num copo plástico, com uma colher de plástico e ainda por cima, com
granola. Achei tão sem graça que deixei no balcão e agradeci ao
balconista. O rapaz não tem culpa por ser servido assim, culpa tenho eu
que comprei açaí numa lanchonete e aceitei o copo plástico. Açaí se
compra naqueles locais com a bandeirinha vermelha ou luz vermelha. É
servido numa cuia, de preferência tingida com cumatê; servido com
farinha grossa e colher, só isso, simples, mais que isso é pavulagem e
gente pavula ninguém gosta lá no meu interior.
Por que não respeitam o
açaí como respeitam o vinho? O vinho deve ser degustado em vez de
bebido, porque açaí se bebe; o vinho é servido numa certa temperatura e
num copo especial; deve combinar com certas comidas e antes de levar à
boca, deve-se dar um cheirinho, uma balançado e ai sim, degusta-se! Quanta cerimônia.
E eu chooooro! O açaí lá do meu interior tem muito
mais reverastrol do que o vinho e nem precisa de ser cultivado num
terroir. Não, nada disso, por lá o açaí é semeado pelo tucano ou araçari
e nasce na varja (varzea) mesmo, cresce misturado com cipó morcego e
lutando por sol com ingazeiro, ucuubeira, miritizeiro e outras árvores
que também lutam pelo sol. O acompanhamento do açaí vai de peixe, passa
por camarão, carne e, se misturado apenas com farinha, é bom demais!
Pode ser congelado por longo tempo e quando for usado o gosto pouco
muda. Faça isso com o vinho, mas credo! Servirá apenas para temperar
comidas.
Infelizmente, pessoas que nunca tomaram uma mingau de croeira
com açaí, uma boa bacaba, um açaí paró, nunca usaram uma calça
tucandeira, uma calça de nycron, jamais pegaram sequer uma lambada de vassoura de açaí ou
olharam pro ceu após uma ferroada de tapiaí, não têm termo nas postagens
que fazem, pois estragam as comidas do meu interior.