segunda-feira, 4 de março de 2019

ALGUNS EMPREENDEDORES PONTA-PEDRENSES PARECE QUE ENCONTRARAM O REMANSO


Empreendedoriamo basicamente é o processo de iniciativa de implementar novos negócios, enquanto remanso, tão comum para nós, é aquela parte da beira de um rio em que a maré se movimenta em sentido contrário ao fluxo normal do rio, isto e, se a maré está  vazando, no remanso, a maré se movimenta em sentido contrário.
Me parece que alguns empreendedores em Ponta de Pedras (PP), contrariando o velho hábito, estão abrindo novos negócios e oferecendo aos ponta-pedrenses novos produtos.
Quando visito PP, geralmente dou umas voltas pela Cidade, dou uma passada no Carnapijó; aprecio o rio ali pelo Ponta de Certo; tomo um mingau ali pela feira; vou até ao Fim do Mundo; passo pela ilharga do cemitério e, às vezes, dou uma espiada na Mangabeira. Nessas minhas andanças, é possível ver como o Prefeito está administrando a Cidade e se as pessoas, de uma maneira geral, estão ganhando dinheiro.
Comentar sobre a administração municipal não é necessário, até porque não é o meu objetivo. O meu objetivo é tecer alguns comentários sobre o empreendedorismo municipal. Observando por onde andei, é fácil verificar que existem inúmeras vendas, a maioria oferecendo os mesmos produtos: farinha, cachaça e eventualmente açaí. Existem vendas que oferecem mais produtos, ai tem pão, açúcar, café, sabão, querosene e por ai vai, são os mesmos produtos encontráveis nas vendas lá na “frente”, até um pouco mais barato. Muitas vendas têm uma aparência “cansada”, talvez pelo pouco movimento e até algumas vendas localizadas na frente da Cidade, precisariam de melhorias e quando tacas-se no assunto sobre uma reforma, vem logo a velha máxima: “é... a Prefeitura não ajuda” e assim, permanece praticamente inalterado, quando muda é muito pouco.
De uns tempos para cá, alguns corajosos, parece que se conscientizaram de que não é atribuição da Prefeitura ajudar a pessoa a montar o seu negócio, a empreender, e assim, temos constatados algumas iniciativas que merecem ser parabenizadas. Não possa citar todas boas iniciativas,mas as lanchonetes que ficam próximas ao trapiche; o restaurante do Tidi e agora a Tapera do Rony, são empreendimentos que diferem da mesmice de sempre.
Há muito que lembro da necessidade de novas opções de produtos para oferecer ao povo, pois o mercado sempre é bom para novidades, principalmente quando essas novidades atendem a  determinado grupo de pessoas, pois sempre tem alguém com vontade de consumir algo, mas é preciso que outro alguém seja capaz de descobrir essa necessidade e disponibilize o produto.  
Ainda tem mercado para inúmeros empreendedores oferecerem os seus produtos e, da mesma forma, existe um grande número de pessoas precisando comprar, basta aparecer o produto e atender a necessidade da pessoa.
Finalmente, nunca é demais lembrar que, no capitalismo, somente os melhores conseguem se firmar, mas isso não é difícil entender, basta ter em mente que, quem oferece um produto deve oferecer o produto de boa qualidade e com prerço justo, pois a pessoa que oferece um produto para venda, não aceitaria consumir um produto diferente das condiões anteriormente citadas, já que o vendedor também é consumidor. Essa necessidade implica melhorias constantes, seja na qualidade do produto, nos preços ou nas instalações, de tal maneira que o empreendimento tenha algo de especial a oferecer e cative cada cliente, pois é o cliente que faz as pequenas empresas tornarem-se verdadeiros impérios.   


domingo, 3 de março de 2019

LEMBRANÇAS DO MEU INTERIOR: AS DUAS ORQUESTRAS.


Sinquidia, após o almoço, tirei a minha pestana e quando acordei, liguei a TV. Estava sendo apresentada uma orquestra com vários instrumentos. Tinha violinos, clarinetes, saxofones, pratos, tuba e outros instrumentos, todos distribuídos segundo seus naipes. Na frente da orquestra, um senhor aparentando já ter vivido alguns anos, comandava. Com a batuta na mão, ao movimentá-la numa direção, determinados instrumentos eram acentuados, se noutra direção, sobressaiam outros instrumentos, se levantava os dois braços ouvia-se os instrumentos ao mesmo tempo e no final, lentamente, o maestro ia abaixando os braços, com movimentos suaves e os músicos iam diminuindo o som dos seus instrumentos até o maestro fazer um movimento com a batuta e sinalizar, para os músicos, o final da música. Uma cortina ia se fechando à medida que os aplausos irrompiam na plateia. Houve um breve silêncio até iniciar outra música. Exatamente durante o silêncio eu lembrei do meu interior.
Quando ainda gito, também após o almoço, geralmente aquele bom açaí com camarão frito ou peixe assado, era costume tirarmos a nossa pestana e ai daquele que fizesse alguma zoada! Minha Mãe só dava um hum!!!!!!!!!!..Era o sinal para fazer silêncio total. Quando acordávamos, ouvíamos alguns chincoãs, eventualmente algum gavião com fome ou araçarís, até o tucano, do alto de um árvore, anunciar que era hora dos músicos da orquestra do meu interior se reunirem. Aos poucos, como na orquestra da capital, os músicos começam se apresentar, era o curió e o tem-tem na mangueira, as pipiras nas goiabeiras, o rouxinol na copa do meritizeiro, o inambu com o seu grave na capoeira e eventualmente.ouvia-se os periquitos e papagaios na comedia. Na medida que ia entardecendo, a cigarra entrava com o seu solo e logo depois ouvia-se a saracura lá pro igarapé, era sinal que a noite estava chegando. Nessas horas, como se o maestro levantasse as duas mãos, as garças se alvoraçavam no aturiazal, as guaribas faziam um alarido como um coro, o socó-boi dava aquele grave lá pra cabeceira da baixa e as ciganas, ao pularem nos galhos das momoranas era como os pratos da orquestra da TV. Mais tarde, já escuro, o arapapá iniciava a sua apresentação, seguido pelas corujas que anunciavam a proximidade do fim do espetáculo. Em casa, após a reza antes de dormir e as bençãos de Pai, Mãe e irmão mais velho, começávamos adormecer, mas ainda podia-se ouvir o barulho das folhas do açaizeiro mexendo, como se fossem aplausos, eram as mucuras que estavam saindo para mariscar, mas pra nós, a cortina ia se fechando e caíamos naquele sono profundo até o dia amanhecer. Final do espetáculo! O enxerido, pra não perder o seu enxerimento, pode perguntar: - Mas faltou o maestro da tua orquestra do teu interior! Eu digo para os enxeridos que não faltou nada, o maestro estava presente e comandando tudo, pois o Maestro da Orquestra do meu Interior é DEUS.