domingo, 21 de setembro de 2014

QUALIDADE NOS SERVIÇOS PÚBLICOS: UM DESAFIO A SER VENCIDO.

Sempre que tomamos um cafezinho, geralmente fazemos uma comparação: este café é melhor do que aquele ou este não parece com o café de tal lugar. Esta comparação refere-se à qualidade do café, que pode ser influenciada por vários aspectos, tais como: o grão, a temperatura da água, a quantidade do café, o ponto de torrefação e por ai vai, o importante é que nem sempre os produtos oferecidos são iguais e aquele que oferece um produto melhor, com melhor QUALIDADE, tem a nossa preferência. Isso acontece com qualquer produto, em qualquer lugar, seja uma grande indústria que ofereça um produto ou um pequeno vendedor. Daremos preferência e terá maior sucesso, aquele que oferecer um produto de melhor qualidade. Isto não é nenhuma novidade.
Essa preocupação com a qualidade, inicialmente visava somente às empresas que ofereciam seus produtos aos consumidores, e, portanto, voltada para o lucro. Com o tempo, a qualidade foi sendo aplicada também aos serviços, sempre envolvendo a iniciativa privada. Hoje é diferente, o serviço público, também, preocupa-se com a qualidade.
Ainda hoje, em alguns órgãos da administração pública, alguns funcionários ainda imaginam que prestam um serviço gratuito, que o serviço público é grátis, quando a realidade é outra, pois, quando pagamos nossos impostos, esses irão para o caixa do Governo cujo objetivo é devolver esses impostos em serviços para a população, portanto, o serviço que um órgão público presta, já está pago e essa é a visão atual do Governo Federal, embora ainda pouco disseminada entre os governos estadual e municipal. Essa mudança de visão deve-se ao fato de que, a Administração Federal, responsável pela aplicação dos recursos públicos, visa atender ao CIDADÃO, satisfazer suas demandas, prestando serviços de boa QUALIDADE, o cidadão deixou de ser apenas um usuário dos serviços públicos e passou a ser um CLIENTE-CIDADÃO. Essa visão é relativamente nova e aos poucos está sendo implantada nos órgãos públicos e espera-se que, os três níveis de governos se empenhem para que o cidadão seja satisfeito com serviços de boa qualidade prestados pelo Estado.
Para o êxito desse processo, todos envolvidos com o serviço público devem estar conscientes das suas responsabilidades e disponível a aceitar algumas mudanças, sem as quais, o êxito do programa de qualidade poderá ficar seriamente comprometido e os serviços públicos continuarem a ser classificados como de péssima qualidade.
O assunto qualidade começou a ser disseminado nos Estados Unidos, com W.E.Deming no início do século XX, mas foi o Japão que realmente implantou o programa e o êxito, é o que vemos até hoje: a confiabilidade nos produtos japoneses. Depois, com o grande êxito dos produtos japoneses, outros países adotaram inclusive o Brasil. Inicialmente na iniciativa privada e depois no serviço público.
Deming estabeleceu 14 princípios que, se aplicados, podem melhorar a qualidade de produtos ou serviços, são eles:

1º princípio: Estabeleça constância de propósitos para a melhoria do produto e do serviço, objetivando tornar-se competitivo e manter-se em atividade, bem como criar emprego;
2º princípio: Adote a nova filosofia. Estamos numa nova era econômica. A administração ocidental deve acordar para o desafio, conscientizar-se de suas responsabilidades e assumir a liderança no processo de transformação;
3º princípio: Deixe de depender da inspeção para atingir a qualidade. Elimine a necessidade de inspeção em massa, introduzindo a qualidade no produto desde seu primeiro estágio;
4º princípio: Cesse a prática de aprovar orçamentos com base no preço. Ao invés disto, minimize o custo total. Desenvolva um único fornecedor para cada item, num relacionamento de longo prazo fundamentado na lealdade e na confiança;
5º princípio: Melhore constantemente o sistema de produção e de prestação de serviços, de modo a melhorar a qualidade e a produtividade e, consequentemente, reduzir de forma sistemática os custos;
6º princípio: Institua treinamento no local de trabalho;
7º princípio: Institua liderança. O objetivo da chefia deve ser o de ajudar as pessoas e as máquinas e dispositivos a executarem um trabalho melhor. A chefia administrativa está necessitando de uma revisão geral, tanto quanto a chefia dos trabalhadores de produção;
8º princípio: Elimine o medo, de tal forma que todos trabalhem de modo eficaz para a empresa;
9º princípio: Elimine as barreiras entre os departamentos. As pessoas engajadas em pesquisas, projetos, vendas e produção devem trabalhar em equipe, de modo a preverem problemas de produção e de utilização do produto ou serviço;
10º princípio: Elimine lemas, exortações e metas para a mão-de-obra que exijam nível zero de falhas e estabeleçam novos níveis produtividade. Tais exortações apenas geram inimizades, visto que o grosso das causas da baixa qualidade e da baixa produtividade encontram-se no sistema, estando portanto, fora do alcance dos trabalhadores;
11º princípio: Elimine padrões de trabalho (quotas) na linha de produção. Substitua-os pela liderança; elimine o processo de administração por objetivos. Elimine o processo de administração por cifras, por objetivos numéricos. Substitua-os pela administração por processos através do exemplo de líderes;
12º princípio: Remova as barreiras que privam o operário horista de seu direito de orgulhar-se de seu desempenho. A responsabilidade dos chefes deve ser mudada de números absolutos para a qualidade; remova as barreiras que privam as pessoas da administração e da engenharia de seu direito de orgulharem-se de seu desempenho. Isto significa a abolição da avaliação anual de desempenho ou de mérito, bem como da administração por objetivos
13º princípio: Institua um forte programa de educação e auto-aprimoramento.
14º princípio: Engaje todos da empresa no processo de realizar a transformação. A transformação é da competência de todo mundo.*
Esses 14 princípios, transcritos em: DEMING, W. E. Qualidade: A Revolução da Administração. Rio de Janeiro: Marques Saraiva, 1990, deixa claro que a qualidade era voltada para as empresas, depois, conforme mencionado utilizou-se no serviço público que, no Brasil, segundo Augustinho Paludo (2013), afirma:“A reforma gerencial de 1995 incorporou a ideia da qualidade e a definiu como “a satisfação das necessidades e expectativas do usuário-cidadão”: se ele está satisfeito, é sinal de que os serviços têm qualidade, e se ele não está, é sinal de que os serviços devem ser melhorados. Portanto, não é “simplesmente a presença ou a ausência de alguma propriedade” que caracteriza a qualidade no serviço público, mas o atendimento satisfatório dos cidadãos”
O importante é notarmos que hoje, a visão dos governantes no que concerne à prestação dos diversos serviços públicos é atender a necessidade do cidadão, consequentemente, obter a satisfação da comunidade e o reconhecimento de um bom serviço ofertado/prestado pelo governo, passa a ser o principal objetivo de qualquer administrador, seja federal, estadual ou municipal.
Dentro dessa nova visão de administração, se ainda não implantada na administração de Ponta de Pedras, cabe aos administradores envidarem esforços para que nosso Município ofereço serviços de qualidade, visando atender à comunidade pontapedrense.

* - os 14 princípios e a referência, foram copiados de: www.datalyzer.com.br.


sábado, 13 de setembro de 2014

NOSSOS MÚSICOS.



                                            Músicos pontapedrenses.
Não sei se vocês concordam, mas se tem uma coisa boa que aumentou em Ponta de Pedras, foi o número de músicos. Hoje tem muito músico e alguns bons, que certamente não farão feio nos locais onde se apresentarem.
Há alguns anos atrás, fora as “orquestras” dos sapos que coaxavam ali pros lados da Olaria do Sr. Ovídio, principalmente quando terminava de cair uma chuvinha, Ponta de Pedras contava com os Manduquinhas e os Ceguinhos, que abrilhantavam os arastapés ai pela beirada. Outros músicos sabiam tocar, mas não participavam de nenhum conjunto, que eu lembre. Tinha o mestre Açúcar, Amanajás, o Daco e outros músicos que aproveitavam os cordões juninos para tocarem, como o Vadico, meu Pai, que tocava viola. Eram muito bons, fazem falta.
Com a criação da Associação Musical Antonio Malato, cresceu o número daqueles que encontram na música uma oportunidade de adquirir uma profissão e desenvolver seu talento musical, principalmente se considerarmos a banda de música da AMAM que vem encantando com as suas apresentações. O Conjunto Musical Catumbi no Choro, já com CD gravado, é um grupo que representa muito bem nosso Município.
Dessa forma, chega-se à conclusão de que, Ponta de Pedras, tem um bom material humano envolvido com música e poderia ser aproveitado melhor. Para isso, é necessário que se tenha projetos municipais onde esses profissionais possam ser utilizados e assim, possam obter algum ganho e ao mesmo tempo, oferecer à população, divertimento e cultura.
Considerando esse grande número de músicos e outros talentos que provavelmente estão aguardando uma oportunidade para aparecerem, nosso Município poderia considerar a possiblidade de realizar alguns eventos envolvendo esse pessoal. Tais como:
a)    FESTIVAL DE MÚSICA – Poderia ser idealizado um festival de música anual e divulgado para outros municípios participarem, com prêmios em várias categorias, tais como: cantor, cantora, cantor e cantora mirim, solista, banda ou outra categoria previamente escolhida. Claro, isso precisa de planejamento e o envolvimento da população, principalmente dos donos de pausadas, restaurantes, bares e demais comerciantes que certamente lucrariam com o evento é muito importante.
b)    MÚSICA NA PRAÇA – Este evento seria destinado aos pontapedrenses, isto é, mais doméstico. O evento poderia ser mensal, sempre em determinado final de semana, no primeiro, segundo, terceiro ou quarto final de semana. Para não ficar rotineiro, com os mesmos rítmos, as apresentações poderiam variar. Num mês seria chorinho, em outro MPB, em outro samba e pagode e assim por diante. Esta separação é boa para se conhecer o gosto da comunidade. Mais uma vez a participação da comunidade é fundamental.


                                 Reunião de músicos numa praça do Rio de Janeiro.
c)    FORMAÇÃO DE CONJUNTOS MUSICAIS – Aqui, é necessário selecionar dentre os vários músicos pontapedrenses, aqueles que têm talento para fazer parte de um conjunto musical para animar bailes dançantes na Cidade e outros locais, tal como acontece em Cametá. Poucos municípios por onde andei, dispõe de conjuntos musicais relativamente bons para animar festas. As aparelhagens ainda dominam com seus batidões. Essas aparelhagens, têm seu público cativo, mas temos que levar em consideração que nem todos gostam desse gênero musical e sendo assim, uma boa opção é oferecer outra alternativa e quem sabe festas com bons conjuntos não poderia fazer com que essas pessoas voltassem aos salões, como em outras épocas. Em Cametá, quando eu andava por lá, a presença de aparelhagens era bem reduzida, limitando-se mais às apresentações na Praia da Aldeia.
Não custa nada lembrar que para o êxito desses eventos a Prefeitura Municipal de Ponta de Pedras, através da Secretaria de Educação e Cultura, deve ter uma participação fundamental, sem o que, certamente ficará mais difícil. Vou mais além, a Prefeitura poderia investir na construção de um local para eventos sociais, um local que pudesse servir para apresentação teatral, filmes, reuniões sociais organizadas pela Prefeitura e Câmara Municipal e eventualmente ser alugada para bailes, com mesas vendidas previamente.
Acho que Ponta de Pedras é carente de espaços como o sugerido acima. Cheguei a frequentar festa no Cine Marajó, que foi destruído para a construção da Câmara Municipal. Claro, nosso Município precisa de uma Casa de Leis, mas deveria ter sido levado em consideração a necessidade de cultura e divertimento para a população. Com a destruição do Cine Marajó, nosso Município ficou carente de um espaço semelhante e resolver esse problema não deixa de ser um desafio para a administração atual e que se não for resolvido, não devemos esquecer que é uma necessidade da população de Ponta de Pedras.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

A ARTE DE VIVER.


Marta Medeiros.
 
 
Uns cantam, uns dançam, outros fazem embaixadas por 24 horas sem deixar a bola cair. Uns são campeões de pára-quedismo, uns pintam telas abstratas, outros equilibram pratos na ponta do nariz. Vivem na revista, na tevê, dando entrevistas.

Quem não tem um talento especial acaba se sentindo um penetra nesta festa onde todos têm tido os seus quinze minutos de Caras. Uns sabem desfilar, outros são chefes de cozinha, há os reis do pagode.Uns pilotam carros, outros apresentam talk shows, volta e meia aparece um novo ilusionista. Como não se sentir descartado neste planeta de tantos destaques? Simples: valorizando nossos pequenos grandes talentos.

Viver é uma arte. A arte de conversar com desconhecidos, por exemplo. De se revelar em poucas palavras para uma pessoa que não sabe nada de você, e você nada dela, e estabelecer um contato que seja agradável e frutífero para ambas as partes, evitando silêncios constrangedores ou, pior, o sono.

A arte de ser pontual. Para pouquíssimos. Calcular exatamente o tempo que se chega de um ponto a outro da cidade e ter a capacidade de prever o imprevisto: trânsito mais caótico do que o normal, chuva, falta de lugar para estacionar. Atender um paciente na hora marcada. Decolar no horário previsto. Não entrar atrasado no teatro. Um dom.

A arte de manter uma amizade por anos a fio. Aquele amigo da adolescência que foi morar em outro país. Aquela amiga com quem você se desentendeu por causa de uma bobagem. Aquela turma que já não pensa como você. É uma arte saber onde e quando procura-los, telefonar nos momentos especiais, esquecer as picuinhas, aceitar seus novos pontos de vistas, lembrar e rir juntos do passado. Um talento a ser aprimorado diariamente.

A arte de se isolar. De penetrar no nosso íntimo, de buscar ajuda na meditação, de deliberadamente não pertencer a grupo nenhum e fundar uma natureza própria, e ainda assim não ser ermitão, ser apenas alguém que de tempos em tempos se retira para se reencontrar. Há uma técnica para isso.

A arte de perceber segundas intenções, a arte de se controlar, a arte de fixar prioridades, a arte de saber furar bloqueios, a arte de não desistir na primeira dificuldade, a arte de não viver uma vida de aparências, arte de andar desarmado, metafórica e literalmente falando. Cada um de nós mereceria ao menos uma reportagem para homenagear nossos dons mais secretos, aqueles que acontecem bem longe dos holofotes. O dom de viver sem aplausos e sem plateia. O glorioso e secreto dom de vencer os dias.

domingo, 7 de setembro de 2014

O CÍRIO SE APROXIMA, PREPARE-SE - PARTE I.





Em novembro de 2014, portanto, daqui a três meses, ocorrerá o Círio de Nossa Senhora da Conceição, a maior festa da nossa Terra. Nessas ocasiões, qualquer cidade que tenha alguma comemoração procura se preparar dignamente para receber os visitantes, espero que Ponta de Pedras não faça diferente.
A esta altura do campeonato, os responsáveis pela preparação da Cidade, já devem ter recuperado do arquivo o relatório do ano passado e “iluminado” os pontos que precisam ser revisto este ano.
Pode ser que, por alguma falha, o relatório não tenha sido feito, contudo, torna-se necessário preparar a Cidade, principalmente a sala de visitas, isto é, a pracinha que, em PP, é o ponto de encontro e reuniões nessa ocasião. Administradores responsáveis preocupam-se muito com a aparência desses locais, uns mais, outros menos, mas tem alguns que dão pouca importância, principalmente se não for de seus interesses, comportam-se como se as festas fossem suas. Devemos ter em mente que essa é uma festa municipal, do povo, independente de raça, cor ou credo, por esse motivo, o administrador mediano que seja, deve entender isso, apoiar os organizadores para que a cidade tenha uma boa apresentação.
É um bom momento para uma comissão, formada por três ou mais pessoas, com atribuições diferentes, fazerem uma inspeção nos lacais mais visitados e que necessitem estar bem apresentáveis.
Não estou sugerindo surpreender ninguém, mas para isso, alguém deve antes, fazer uma circular, um ofício ou documento semelhante expondo o objetivo da visita e sugerindo um período para que os envolvidos possam se preparar. No período previamente marcado, fazer a visita e se constatada alguma irregularidade comunicar por ofício ao responsável, se for o caso, sempre considerando as dificuldades para as soluções dos problemas e na medida do possível, disponibilizar ajuda, se necessário.
É importante nessas inspeções, que sejam previamente escolhidos locais para vendedores ocasionais, se possível, separando-os em grupos de vendas por produtos, assim, comidas num lugar, artesanatos noutro, brinquedos separados e etc., preocupar-se em oferecer condições mínimas para que cada grupo possa desempenhar bem sua atividade. Esse preparo envolve recuperação de alguma calçada, esgoto para escoamento de água servida, melhoria da iluminação, disponibilidade de banheiro para uso público ou outro item que o responsável ache importante.
A comissão precisa ter “olho clínico” para observar as inúmeras necessidades para a boa apresentação da Cidade e sempre buscar junto à população, sugestões que na opinião dos moradores - que deveriam ser envolvidos nos preparativos – contribuam para a melhoria da apresentação da Cidade. Dentro dessa visão, a comissão deve ter em mente que, o Círio, não é um evento rotineiro, isso implica em que certas rotinas observadas no dia a dia, nesse período, podem ser modificadas visando possibilitar a realização de uma festa onde todos fiquem satisfeitos e a Cidade ganhe com isso. É fundamental passar essa ideia para as pessoas que eventualmente venham a ser contrariadas em seus interesses.
É importante considerar que as pessoas que visitam e os moradores de PP, nessa época, buscam divertimento e dessa forma, a Cidade precisa estar limpa e arrumada, portanto, uma campanha na rádio solicitando a todos para colaborarem com a limpeza e conservação da Cidade, sempre ajuda. Não custa prever que, nessa época, como aumenta o número de visitantes, aumentará a quantidade de lixo, consumo de alimentos, procura por hospedagem e outros itens necessários ao bom atendimento das pessoas. A comissão deverá se preocupar com isso, principalmente solicitando aos donos de restaurantes e pousadas que, além de receberem bem os visitantes, preparem bem seus estabelecimentos, oferecendo bons serviços e preços justos.
Nada disto é novidade, até porque nós já preparamos ou participamos de alguns eventos, seja na escola, no trabalho ou na nossa casa e certamente depois, durante aquelas conversas após a festa, sempre aparecerem comentários sobre eventuais falhas e que se fizéssemos outra festa, procuraríamos eliminar. O Círio é muito parecido, só que a festa é realizada anualmente e PP já deveria ter uma estrutura montada para realizar esse evento, até mesmo o povo, já deveria ser consciente da sua participação, tal como ocorre em Gramado, por ocasião do Natal de Luz, a maior festa da Cidade. Nessa época, a população participa em peso e a disputa para participar dos eventos que ocorrem durante a festa é muito grande, mas um dia, Gramado era como PP, onde poucos participavam. A participação da comunidade só ocorreu porque houve incentivo, conscientização dos organizadores e o resultado dos trabalhos da comunidade sempre deixa, no visitante, um gostinho de querer voltar em outra oportunidade. Esse fato faz de Gramado, referência nesse tipo de evento, que poderia servir de exemplo para nossa PP, quando da realização do Círio da nossa Padroeira, considerando as devidas proporções e particularidades, é claro.  

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

SUGESTÃO DE LEITURAS.




Tenho observado que alguns conterrâneos, têm demonstrado algum interesse pela política municipal, ainda é pouco é bem verdade, mas muito importante, se considerarmos que, em épocas nem muito distantes, política era assunto que despertava pouco ou nenhum interesse por parte da Comunidade Pontapedrense. O povo, em muitos casos, só sabia o nome do candidato por ocasião da eleição ou num período muito próximo e geralmente votava no “patrão” ou em quem ele mandasse e assim, a mentalidade política foi crescendo e ainda hoje, vemos os resquícios desse tempo, onde as mesmas pessoas ou famílias procuram se eternizar no poder municipal.
Contudo hoje, muitos jovens, mais escolarizados, vêm demonstrando seu interesse em participar mais da política, seja tentando eleger-se para algum cargo público ou opinando sobre a administração municipal. Isso é muito positivo, principalmente se considerarmos que a política rege a vida de qualquer pessoa e quando se trata da política partidária envolvendo a administração pública, torna-se necessário um mínimo de conhecimento, pois, objetiva atender demandas de pessoas que elegem “seu” candidato sempre na esperança de dias melhores.
Ainda não temos universidades onde se formem políticos, os mesmos devem aprender lendo e fazendo e o povo por sua vez, precisa conhecer um pouco dos meandros que envolvem a política para cobrar ou pelos menos acompanhar o desempenho dos políticos.   
Dentro dessa visão, eu gostaria de sugerir alguns livros que, na minha opinião, poderão ajudar a entender um pouco sobre política. Não são livros doutrinários e talvez não sejam os mais indicados para quem quer ser político carreirista, mas certamente trarão bons subsídios sobre o assunto. Não são muitos, apenas quatro, dentro os muitos existentes. Gostei desses livros pela simplicidade e fácil entendimento. São eles:
1)    Por que as Nações Fracassam de Daron Acemoglu e James Robinson. O livro trata das origens do poder, da prosperidade e da pobreza. É uma leitura gostosa, onde os autores dão exemplos de alguns países que já foram ricos e hoje estão relativamente pobres, outros que têm tudo para serem ricos e não são. Comentam ainda, os motivos das grandes dificuldades que alguns países encontram para se desenvolverem. Apesar do título, podemos perfeitamente admitir que os mesmos exemplos se aplicam a qualquer município;
2)    1889 de Laurentino Gomes, na realidade são três livros. 1808 vai da vinda da família real, com a corte de D.João VI até a Indepêndencia do Brasil. 1822 vai da Independência até a Proclamação da República e o que estou sugerindo. Gostei dos três, mas indico o 1889, porque é o início da República;
3)    Getúlio 1945 – 1954, de Lira Neto.São três livros, que abrangem três períodos bem distintos da política brasileira, o primeiro, Getúlio 1882 -  1930, vai do nascimento de Getúlio até a chegado ao poder, em 1930. O segundo, Getúlio 1930 – 1945, vai da tomado do poder até a deposição em 1945 e o que estou sugerindo, que vai desde a deposição do poder até a morte de Getúlio. Gostei desses livros porque mostram as inúmeras estratégias usadas pelos políticos naquela época e que ainda hoje estão sendo usadas. No entanto, indico o último, porque mostra as briga ferrenhas, primeiro para Getúlio chegar ao poder e depois para se manter na presidência. Vale a pena dar uma lida.
4)    A Arte da Política – A História que vivi de Fernando Henrique Cardoso. Gostei desse livro porque o autor descreve os bastidores do Governo Federal, as negociações, as dificuldades, os objetivos de cada decisão tomada e as possíveis consequências, as barganhas, os interesses dos partidos pelos diversos cargos, além de outros assuntos que normalmente envolvem um presidente da república. Achei interessante porque é contado por quem vivenciou o fato. Não é uma biografia do sociólogo nem do  ex-presidente.
Conforme falei anteriormente, são livros que eu particularmente gostei de ler, evidentemente, para uma pessoa que não goste dos autores ou até mesmo tenha interesse por outro assunto, pode não ser lá  muito importante e antes de comprar, se for o caso, seria bom ver um resumo dos mesmos na internet. Isto é apenas uma sugestão de um caboclo do Giticateua, sem maiores pretensões.