Quando
jovem, eu costumava ir em Ponta de Pedras por ocasião do Círio de
N.S.da Conceição, padroeira do Município. Ali era um lugar onde as
pessoas, principalmente as moças e rapazes costumavam passear,
alguns formando pares, como namorados, outros apenas conversando e a
maioria apenas passeando. Andavam em torno da praça, geralmente no
sentido contrário ao ponteiro do relógio. Aqueles que não queriam
passear, de um modo geral, ficavam parados só apreciando o desfile
que ocorria ali, principalmente após a ladainha, era muito bonito.
Os vendedores, que não eram muitos, costumavam se posicionar fora da
calçada da praça; os carros eram poucos e as pessoas podiam
conversar sem gritar, visto também não existirem os “megas” da
vida. Ponta de Pedras era uma Cidade excelente para se passear, quem
viveu essa época deve lembrar.
A
população aumentou, a Cidade cresceu e os administradores
municipais, permitiram que as pessoas fossem tomando conta da praça
sem nenhum ordenamento. Os vendedores instalaram os seus diversos
pontos de vendas em qualquer lugar, alguns fixaram seus pontos de
vendas como se aquele pedaço da praça fosse de sua propriedade e
ninguém se incomodou com isso e mais, fizeram instalações conforme
bem entenderam e mais uma vez a administração municipal ficou
alheia, nem se importou. Hoje, quem visita a Cidade e teve a
felicidade de ter visto a pracinha de outros tempos, além de se
admirar, fica saudosa e triste por terem permitido que aquele espaço
que servia de local para as pessoas passearem, tenha se transformado
no que é hoje, um local tomado por vendedores que não estão nem ai
para a Cidade. A foto abaixo ilustra bem o que afirmo.
Pracinha de Ponta de Pedras durante o dia, com os diversos pontos vendas já montados.
Não
sou contrário aos vendedores venderem o que bem entenderem até porque
eles precisam sobreviver de alguma forma e ninguém tem culpa se
tentam ganhar o pão de cada dia vendendo seja lá o que for. O
mercado é assim, se tem quem precise e tem quem venda,o mercado
cresce, daí ter tanto vendedor em Ponta de Pedras. O que acho errado
é a ocupação da praça sem nenhum critério, principalmente com a permissão ou omissão
da administração municipal.
Talvez
um choque de ordem pudesse melhorar para todos, tanto para os
vendedores como para as pessoas. Não existe mercado se não
existirem compradores, consequentemente, é preciso que se aumente o
número de pessoas para que as pessoas vejam e possam comprar os
produtos disponíveis. Para isso, é preciso organizar os vendedores,
limpar e iluminar a praça para que as pessoas voltem a passear e ver
o que está disponível para venda. Uma boa opção seria padronizar
as barracas, veja exemplos abaixo, existente numa praça, em
Itaboraí, onde se vende de tudo.
Barracas padronizadas e instaladas em torna da Praça de Itabaraí.
. Roupas expostos para venda nas barracas da praça de Itaboraí.
Comida sendo vendida na praça de Itaboraí.
Em Ponta de Pedras, o número de barracas deveria ser fixado de acordo com o espaço
disponível na praça, sem ocupar a calçada, que deveria ficar livre
para a circulação das pessoas e nos dias de eventos, principalmente
nos 15 dias das festividades de N.S.da Conceição. Nesses dias, a praça deveria
ficar isolada para o transito de veículos, principalmente a noite. A
autorização para a instalação do ponto de venda, deveria ser por
sorteio e mediante o compromisso do vendedor em colocar o seu produto
numa barraca padronizada, conforme vistas nas fotos acima. Essas
barracas são desmontáveis, feitas em madeira e fácil de armar e
desarmar, assim, o vendedor armaria no início da venda e desarmaria
no final, deixando a praça livre e limpa. Seria muito importante,
conforme observei na praça, em Itaboraí, ter pelo menos um gari
para manter a praça sempre limpa.
Essa
pequena ação mudaria totalmente a aparência da Praça de Ponta de
Pedras e certamente as pessoas voltariam a frequentar mais a praça e
os visitantes ficariam bem mais satisfeitos, pois como está, acho que ninguém discorda de que é preciso
algumas melhorias para Ponta de Pedras voltar aos seus bons momentos
de se passear na nossa Pracinha.