sábado, 10 de dezembro de 2016

LER PLACAS COSTUMA EVITAR ACIDENTES.


No filme Terminal, o personagem Gupta Rajan, interpretada por Kumar Pallana, fazia a limpeza do aeroporto e após passar o pano molhado no piso, colocava uma placa amarela com letras pretas avisando que o piso era escorregadio. Depois sentava num banco, um pouco mais distante, para observar as pessoas que passavam pelo local. Não dava outra: as pessoas ao passarem, não liam a placa e estatelavam-se no chão, enquanto isso, Gupta danava-se a rir e quando era chamado, simplesmente respondia que as pessoas não liam a placa.
Infelizmente isso acontece com a maioria das pessoas, pois não somos um povo atento aos avisos existentes e muitos desses avisos são importantes e podem até evitar um acidente sério, como o ocorrido recentemente com a embarcação Luan, na Baia do Marajó.
As embarcações que transportam passageiros, são obrigadas a afixar uma placa em local visível, onde conste o número de passageiros que pode transportar e o telefone da capitania dos portos onde a embarcação é inscrita. Essa exigência tem dois objetivos, o primeiro é o passageiro saber a lotação da embarcação e o segundo é possibilitar às pessoas que avisem a capitania em caso de constatar excesso de passageiros. Isso até acontece, mas raramente alguém liga para a capitania denunciando excesso de passageiros ou outra irregularidade constatada. Em contrapartida, muitos até insistem em viajar em embarcação com excesso de passageiros e quando questionados, argumentam que nada acontecerá, até o dia que acontece.
Existem outros avisos nas embarcações que os passageiros sequer olham, algumas têm até desenho, como é o caso de um espaço destinado às pessoas com necessidades especiais existente na embarcação Salmista. Pois bem, numa das viagens que fiz na embarcação, saindo de PP, os passageiros, simplesmente entraram na embarcação e foram depositando suas bagagens exatamente no local destinado à pessoa com necessidade especial, tem até um desenho no piso, que foi encoberto pelo grande número de bagagens amontoadas ali. Bagagens que sequer foram devidamente arrumadas e peiadas para evitar a movimentação, pois o deslocamento da carga no convés faz com que a embarcação perca estabilidade. Observei que ninguém se preocupou com isso, pois a maior preocupação era com o café que era servido na popa da embarcação. A responsabilidade com a arrumação da carga é do imediato da embarcação, mas ele não apareceu por ali e na hora da desatracação o marinheiro encontrou uma certa dificuldade para retirar a prancha, porque a grande quantidade de carga amontoada no convés atrapalhava. 
Neste momento de grande comoção, é comum se culpar os órgãos que tem como responsabilidade estabelecer normas de segurança para os diversos tipos de transporte, mas muitos acidentes seriam evitados se os operadores desses transportes conhecessem bem a legislação e o povo colaborasse para o efetivo cumprimento. Essa pequena ação não acabaria com os acidentes, mas certamente diminuiria, até porque regras existem mas nem sempre são obedecidas.

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