sábado, 28 de maio de 2011

SOBRE A DIVISÃO DO PARÁ.



Dia 05 de maio de 2011, foi aprovado o plebiscito para saber se o povo do Pará concorda com a divisão do Estado, formando tres Estados: Pará, tendo Belém como Capital; Carajás, sendo Marabá a Capital e Tapajós, com Santarém como Capital.
Atualmente, o Pará tem uma área de 1.247.000 km2 e uma população de 7,5 milhões de habitantes.
Aqueles que defendem a divisão, têm como argumento principal a grande extensão territorial do Estado.
Antes de tomar a decisão, acho que o povo deveria primeiro saber mais como irá ficar cada Estado após a divisão. Em linhas gerais, ficaria mais ou menos assim:
Carajás – com uma área de 285.000 km2, 39 municípios e uma população de 1,3 milhão de habitantes, sem sombra de dúvidas seria o estado mais rico em riquezas naturais. A Campanhia vale do Rio Doce instalada nessa região, explorando a maior jazida de ferro do mundo seria uma segurança em arrecadação de impostos para o novo Estado. Além de explorar minério de ferro, a Vale explora níquel e outros minerais. A  pecuária, em que pese os constantes conflitos pela posse de terra, é bem desenvolvida, com grandes áreas sendo utilizadas na criação de bovinos.O grande problemas para o novo Estado são as extrações de madeira, que contrariam a política florestal brasileira e tem sido motivo de inúmeros conflitos.
Atualmente, a infraestrutura da região dispõe de estradas, que mesmo não estando em excelentes condições, como as demais do Estado do Pará, atendem as necessidades atuais mesmo que parcialmente. Marabá não tem porto e, como sabemos, o Rio Tocantins, que banha a Cidade seca em determinado período do ano, impossibilitando a navegação.
Segundo o Deputado Giovanni Queiroz (PDT), autor da PEC que cria o Estado de Carajás, já existe emenda disponibilizando R$ 8,6 milhões de reais para a realização do plebiscito e o custo de implantação do Estado de Carajás custará em torno de R$ 1 bilhão, com manutenção anual de um bilhão.


Tapajós – com uma área de 722.000 km2, com 27 municípos e uma população de 1 milhão de habitantes seria o estado de maior extensão territorial, porém, com a menor população,seria o irmão pobre. Fora os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), na construção da Hidreletrica de Belo Monte,no Rio Xingu,nessa região temos poucas riquezas,se comparada à Carajás, a não ser bauxita. Argumentam os partidários da criação do Estado que a região poderá ser um polo agrícola, no entanto, as áreas do novo Estado são compostas de grandes florestas que com o novo código florestal não serão fáceis desmatar para produção agrícola além de parte da floresta pertencer a reservas indígenas. Quanto a infraestrutura, as estradas para Santarém praticamente inexistem, sendo os rios suas estradas. Pussui um pequeno porto para escoar e receber seus produtos, contudo, precisaria ser aumentado.
Pará – com uma área de 240.000 km2, com 77 municípios e uma população de mais ou menos 5,2 milhões de habitantes, ficaria sendo o menor estado e com a maior população. O Pará ficaria com uma boa infraestrutura portuária, com vila do conde, com a usina de Tucurui já em pleno funcionamento e todo uma organização política já consolidadada.A economia estaria centrada principalmente nos serviços e no comércio.
Com estradas e um porto organizado, acho que o Pará estaria melhor estruturado do que Carajás e Tapajós nesse quisito.  

Antes de tomarmos uma decisão, seria bom verificarmos os reais interesses que mascaram os verdadeiros motivos da divisão. Dizer que é vantajosa  para encurtar distância e assim possibilitar que os recursos cheguem aos habitantes locais com mais facilidades, acho que não seria motivo suficiente para divisão, pois, os recursos chegarão mediantes políticas públicas que realmente atendam a população; sejam aplicados corretamente, transparente nas prestações de contas; que o povo escolha políticos comprometidos com o interesse da coletividade e acima de tudo,  que esses políticos tenham boa índole, desprovidos do vírus da currupção.
.

Uma coisa é certa, deve-se estudar bastante antes de decidir e tenha sempre em mente que, após a divisão, cada novo estado, terá mais 3 senadores e 8 deputados, haja dinheiro público para manter as novas máquinas.     

Nenhum comentário:

Postar um comentário