sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

ADEUS AO MEU AMIGO BAGICO.


Esta semana eu fui surpreendido com a triste notícia que meu grande amigo Bagico faleceu. Foi algo repentino!
O Bagico fazia parte de uma grande clã – OS SERRAS. Não lembro de todos mas conheci a D. Virgínia, mãe dedicada que criou o Lúcio, Paulo, Paxaxá, Pedro, Duriquinho, Joaquim, Bagico e João, moravam ali mesmo, no Jenipaúba, onde o Bagiquinho, assim que eu o tratava, viveu até seus últimos dias e não aceitava por nada afastar-se daquele lugar. Dizia:
- Eu gosto mesmo é de mato!
Lembro das festas que fomos juntos quando jovens, principalmente quando ele começou a namorar a faceira Adorfina (Dodó) minha prima, com quem veio a casar e constituir uma família maravilhosa. Sempre juntos, sua Dodó esteve a seu lado até o último momento. Coisa rara nos dias de hoje.
Naquela época, as festas eram mais tranquilas e enquanto o picarpe alegrava os dançantes, o Bagico, Joaquim e o João, que andavam sempre juntos, no intervalo de uma “parte”, suados, ficavam ali por perto da D. Flozita, minha Mãe, o licor e o papo faziam da noite companheira ideal para momentos inesquecíveis. Eu ficava ali pela ilharga para surrupiar um pires de arroz doce, delícia que sinto falta, sem falar nas pessoas que, hoje, com lágrimas, dos quatro, só vejo o Joaquim – Até quando Senhor?
Dia 24 de novembro de 2011, eu e o Bagico estivemos conversando em sua casa no sítio. Ele, sentado no seu lugar predileto, no assoalho, encostado num esteio na cozinha com fogão à lenha, construída ao lado da casa principal. Aquela cozinha era seu mundo particular, lugar onde eventualmente almoçava e tirava sua sesta. Homem simples e de poucos mimos, gostava mesmo era de ver tv e ficava aborrecido se fosse incomodado na hora da novela das seis, seu programa favorito. 
                                                       Bagico.
No dia em que estivemos conversando, falávamos da Festa de São Miguel que era organizada pelo Sr. Luiz Mucura e realizada anualmente na casa que pertencia a família do Sr. Antônio Patrão. Festa animada, com comida, muita dança e moças bonitas, época muito boa. Lembrávamos do time e dos jogadores daquela época, craques que jogaram por lá, como Higino, Puio, Tutano, Belo, Mangabeirinha, Guarasuco, Queiroz, Paquetão e outros mais. Alguns desses jogadores, jamais tiveram boa vida enfrentando o forte time do São Miguel cujo os diretores Venício Preto, Doriquinho Serra, Gracindo e Luiz Mucura, não mediam esforços para escalar sempre o time titular, e assim, fazer bonito nos jogos ali realizados. Naquele dia, o Bagiquinho relembrou o time do São Miguel daquela época, basicamente tinha a seguinte escalação:
Goleiro: BAGICO (Excelente goleiro).
Defesa: Joaquim Serra, Gregorino, Gracindo Ribeiro e Oscar Mucura.
Meio Campo: Afonso Mucura, Vespasiano Ribeiro e João Serra.
Atacantes:Hermógenes, Duriquinho Serra e Idalino Serra.
 Ficavam à disposição para entrar a qualquer momento: Juquinha e antoniozinho.
Atletas que normalmente eram convidados: Higino e Puio.
Evidentemente, muitos desses amigos já não podem se cumprimentar, isso é a vida, contudo, nós que ainda estamos por aqui não os esqueçemos.
No domingo, dia 27 de novembro de 2011, acompanhamos o Círio da nossa Padroeira juntos, eu, Bagiquinho e a Dodó e já à tarde, lá ia o Bagiquinho pro sítio, para o lugar que ele sempre foi feliz e indiscutivelmente se sentia bem. Tinha alguns planos para este Natal/final do ano, como por exemplo: reunir a família para uma festa e ao som das músicas do Giníca, seu filho, dançarem até a saracura anunciar o raiar do dia. Não foi possível.
Em uma família, todos membros são importantes e cada um exerce seu papel para alcançar o objetivo maior, qual seja:O sucesso de todos.Como em uma nau, é a união e a disciplina que fazem toda diferença. Eventualmente, o comandante pode faltar, mas certamente a missão será cumprida, pois, as instruções e os ensinamentos são feitos ao longo da viagem. Assim é a vida, aprender sempre e aplicar se necessário for. Sei que durante sua jornada por aqui o Bagiquinho transmitiu inúmeros ensinamentos para os seus e hoje, sem seu timoneiro, tenho certeza que pouco mudará, pois a união de seus descendentes os farão sempre fortes. Tristes certamente ficarão principalmente quando reunidos na cozinha com fogão à lenha,durante as longas conversas, olharem para aquele esteio, certamente estará solitário, pois, seu principal usuário estará ausente!
                                                        Cozinha.
                                                      Fogão à lenha.
Bagiquinho, um grande abraço e saiba que mais importante que bens materiais são as lembranças que ficam, essas são eternas. CERTAMENTE VOCÊ SERÁ SEMPRE LEMBRADO COM CARINHO POR TODOS QUE TE AMARAM E SE EU PUDESSE PERGUNTAR-LHE COM FOI A VIDA, ACHO QUE VOCÊ DIRIA: MUNDINHO, FOI BOA, FOI BOA! VAI COM DEUS MEU AMIGO.  
23dez2011

Um comentário:

  1. É isso aí Mundinho. Difícil lidar com perda tão brusca. Aquela casa não é mais a mesma: um vazio imenso se instalou ali. Mas quem somos nós para entendermos os plano de Deus. Ficam as lembranças e a saudade tatuadas em nossos corações e nos lugares que ele costumava ficar. Fica também o exemplo de um homem de hábitos simples e sorriso fácil. Bela homenagem. Obrigado.

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