Hoje, lembrei de Ponta de
Pedras. Não da Ponta de Pedras atual, onde os ponta-pedrenses vivem
reclamando dos políticos locais pelas redes sociais, principalmente
contra alguns totalmente omissos e outros que vivem lutando para
impressionar o povo, com inaugurações e reuniões para ver se conseguem
permanecer no cargo ou, na pior das hipóteses, deixar algum pupilo com a
chave do cofre da prefeitura.
A Ponta de Pedras que eu lembrei foi
daquela Cidade do interior, muito simples e que o povo ponta-pedrense
era o verdadeiro dono do município, era quem fazia a festa.
Hoje,
segunda-feira, naquela Ponta de Pedras, era o dia de saber como foram as
festas juninas já que estamos no mês de julho; se houve encontro dos
cordões, quem se saiu melhor, principalmente entre os amos; se as festas
do final de semana foram um sucesso; se não, quem se envolveu em alguma
desavença e outras notícias que corriam ali pela frente, pois nem se
pensava em Facebook e outras mídias sociais. A rádio, só existia a voz
paroquial, ao contrário de hoje, que pode-se ouvir a Rádio Itaguari pela
internet.
Quem não viveu àquele tempo pode até achar que hoje,
com todo progresso que vemos e usamos é melhor, talvez, mas convém
lembrar que a pessoa nunca sente falta daquilo que nunca possuiu, dessa
forma, aquela era uma época boa para muitas pessoas, como para mim, por
exemplo.
Só para se ter uma ideia, naquela Ponta de Pedras, droga,
não passava de uma palavra dita por uma pessoa quando dava uma topada
ou ao embarcar na sua montaria notava que esquecera de comprar uma
quarta de café, meio quartilho de querosene ou um livro de abade, e,
aborrecido, dizia: droga! lá vou eu no João Ramos de novo. O lanche, em
vez de comprar nas lanchonetes atuais, os pasteis da D. Palmira,
vendidos pelo João Francisco, Lázaro e depois Gibué faziam a festa. Para
os mais exigentes, um tacacá da Tia Sofia ou um mingau da Tia Santana
ou D.Joana, iam muito bem, principalmente se o Pato ou o Fandango estivessem por perto
brincando com a turma que se espocava de rir. Arma de fogo, só as
espingardas que ficavam na montaria após o proprietário voltar de uma
lanternagem, bem diferente de hoje. O mercado, com sua bela arquitetura
não precisava de tantas reformas, eu mesmo não cheguei a ver nenhuma, e
olha que a construção já tinha uns par de sábados, diferente de hoje.
Quem olhava do Trapiche pra Ilhinha, via a ponte do Seu Paulino,
diferente de hoje. Quem olhava a Cidade posicionado na Ilha do Terto,
observando a Cidade da esquerda para a direita, via a Serraria do Seu Zé
Mariano; a Olaria do Seu Joaquim Mariano; a Saboaria do seu João Ramos;
a frente da Cidade, a feira não existia; a Casa Tavares; a Olaria do
Seu Ovídio e a Casa do seu Paulino; tinha espaço para se apreciar a
igrejinha e outros prédios, diferente de hoje. As diferenças são tantas
que levaria um bom tempo para mencioná-las aqui, mas é daquela Ponta de
Pedras que eu lembrei, principalmente da Cidade onde as pessoas se
tratavam como Mano! Mas isso se foi, são tempos idos, só restam
lembranças.
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