sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

AERÓDROMOS, PLATAFORMAS E TERMINAIS HIDROVIÁRIS EM MUNICÍPIOS MARAJOARAS.




Dia 23 de novembro deste ano, o Governador do Estado do Pará, Sr.Simão Jatene, reunido com os prefeitos da Ilha de Marajó, eleitos em outubro passado, anunciou um investimento de aproximadamente R$ 2 bilhões de reais nos municípios da Ilha. Essa verba virá de apoio em operações de crédito conquistado recentemente, segundo a nota que li na imprensa.
Afuá, Cachoeira do Arari, Chaves, Curralinho, Muaná, Ponta de Pedras, Portel, Santa Cruz do Arari e São Sebastião da Boa vista, serão aquinhoados com aeródromos, que são pequenos aeroportos.
Breves, Curralinho, Ponta de Pedras, Salvaterra, Bagre e São Sebastião da Boa Vista, ganharão plataformas e terminais hidroviários.
Naquela oportunidade o Governador disse “Queremos acabar com aquela história de não ser mais possível chegar a um município da Ilha do Marajó devido à dificuldade de locomoção”.
 Reunião do Governador Simão Jatene com os prefeitos Marajoaras,
eleitos em 2012.  
Se eu comentasse isso com a D. Iaiá, minha avó, certamente ela diria: Hummm! Tá é bom, cavalo dado num se olha os dentes. Eu concordaria plenamente com ela.
No entanto, se olharmos para o montante de dinheiro que será investido (será mesmo?) e, se tivermos um mínimo de conhecimento dos municípios marajoaras, fica a pergunta: Mas é disso que os municípios marajoaras estão necessitando com mais urgência? A resposta seria inevitavelmente NÃO!
Os aeródromos são necessários, não se discute isso, mas a população certamente fará pouco uso de tamanho investimento, porque como todos sabem o poder aquisitivo da população marajoara é relativamente baixo. Será muito útil para evacuar um doente, transportar pessoas que podem arcar com as despesas do aluguel de pequenas aeronaves ou mesmo políticos em época de eleições que irão pedir votos para aquele pessoal sofrido, porque, sinceramente, não acredito que uma empresa de aviação faço trafego de passageiros comercialmente para os municípios marajoaras.
Dos municípios que irão receber plataformas e terminais hidroviários, seis no total, conheço seus acessos por água relativamente bem, porque durante meu trabalho, usava as instalações municipais para atracar a embarcação da Marinha em que viajava, ficando por alguns dias, com exceção de Salvaterra que atracávamos em Camará.
Pois bem, Breves tem um bom atracadouro, com terminal hidroviário já instalado, pode necessitar reforma. Curralinho tem um trapiche de concreto; Ponta de Pedras dispensa comentários; Salvaterra, conforme falei anteriormente, usávamos o Porto de Camará, onde atracam as balsas que transportam os carros indo de Belém e, por rodovia, pode-se chegar até Soure passando por Salvaterra, não custa lembrar que para chegar-se a Soure com os carros, deve-se atravessar em mais uma balsa. Bagre, o movimento de embarcação é muito pequeno, o que é difícil é a entrada por causa do baixio que fica na entrada no rio que da acesso à Cidade e São Sebastião da Boa Vista tem um trapiche de madeira. Posso assegurar-lhes que é por via fluvial que a maior parte da população marajoara se locomove em condições normais e se for necessário viajar de avião, em caso de emergência, será a Prefeitura que arcará com as despesas, como normalmente é feito.
O que estranhei muito foi Anajás não receber nenhum mimo, porque, além de ficar longe da capital do Estado, Belém, certamente é um dos Municípios mais carente da Ilha, mas tudo bem, política é política.
Mas aí, se tudo está bom, o que fazer com o dinheiro, perguntariam os mais afoitos. Bem, nesse momento é que entram os assessores que conhecem as carências daquele pessoal para sugerir melhor o emprego das verbas, principalmente nos itens que efetivamente beneficiem a todos munícipes; como no abastecimento d’água de boa qualidade; um bom hospital, localizado num ponto que posso atender vários municípios; SANEAMENTO BÁSICO carente em TODOS os municípios marajoaras e principalmente um TERMINAL DE PASSAGEIROS EM BELÉM, onde os barcos indo/vindo do Marajó possam atracar na plataforma, não como acontece hoje, em que alguns atracam no Posto Santa Efigênia e os passageiros são obrigados a passar por cima de vários barcos que, atracados na plataforma, descarregam todo tipo de carga, dificultando o embarque/desembarque das pessoas, principalmente idosos, senhoras grávidas e doentes, já tendo ocorrido até casos de mortes, dado a grande dificuldade de transitar por cima dos barcos. Às vezes, quando a maré está seca, ficam muito baixo em relação ao trapiche. Talvez a única exceção seja os barcos que viajam para Breves, por pertencerem à empresa Bom Jesus, atracam num porto de propriedade da empresa, que fica lá na estrada nova, os demais barcos de passageiros indo/vindo de municípios marajoaras, atracam em portos particulares em péssimas condições de uso. Essa dádiva para os habitantes da Ilha do Marajó, sim, faria um bem enorme a todos.
As decisões políticas são bastante complicadas, às vezes controversas, porque certos políticos, detentores do poder e alheios às reais necessidades do povo, tomam decisões nem sempre as melhores para certas ocasiões, aplicam o dinheiro público sem um prévio estudo das reais necessidades da população e com isso, nossos municípios em nada melhoram, mas o dinheiro, esse sim, é utilizado, só que mal empregado. Sinceramente, é uma pena.
Pensem nisso.  



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