quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

O POVO PONTA-PEDRENSE PRECISA OPINAR MAIS.

Tenho observado que nosso Município, aos poucos, vai se desenvolvendo e como é natural, nem sempre acompanhado de um planejamento de longo prazo, isto é, muitas decisões que foram tomadas há 10 ou 20 anos, somente agora podemos constatar se foram decisões acertadas ou poderiam ser pensadas melhor por ocasião das suas idealizações. Essas decisões, provavelmente foram tomadas por políticos como prefeitos ou vereadores que, como estavam no exercício dos seus cargos, tinham o poder de decisão ou o poder de influenciar que tais decisões fossem tomadas, às vezes, nem sempre de acordo com a vontade do povo que, provavelmente nem foi consultado. Vejamos alguns exemplos.
a)   Orla de Ponta de Pedras – Antigamente, há uns 40 anos atrás, eram bem poucos os trapiches existentes na frente da Cidade, você olhava de longe e via uma Ponta de Pedras mais bonita, apenas os trapiches do Sr. Paulino, Trapiche Municipal, Ponte de Sr. João Ramos e Ponto Certo existiam. A Rampa em frente a feira e a ponte da Sra. Nela, apesar de já terem alguns sábados são um pouco mais recentes;
As pessoas interessadas em possuir trapiches na frente da Cidade, certamente obtiveram permissão junto a Prefeitura para construir, mas certamente sem nenhum projeto, sem nenhuma exigência que mantivesse a frente da Cidade com uma aparência melhor e o que vemos hoje são os mais diversos tipos de construções. Provavelmente, quem quiser ter um trapiche é só construir ou se não, ter um bom conhecimento na Prefeitura e poderá executar a obra, portanto, não devemos esperar que algum dia a aparência da frente da Cidade melhore porque, como essa situação já vem de muito tempo, dificilmente será mudada, até porque não vejo nenhuma pessoa comentar sobre o assunto. Se prestarmos atenção, a orla de Ponta de Pedras só piora, com novas construções sem nenhum projeto e sem fiscalização para evitá-las, o que é bem pior;
Orla de Ponta de Pedras, totalmente tomada pelas construções.
b)   Espaços públicos que desapareceram – Nosso Município é relativamente novo e seu crescimento mais acelerado é coisa recente, portanto, durante longos anos a Cidade dispunha de vários espaços públicos que podiam, quando da expansão da Cidade, terem sido preservados para serem utilizados pelas futuras gerações como praça, parque para crianças ou outro tipo de área de lazer. Hoje, Ponta de Pedras dispõe de duas praças, a Praça da Matriz e a Praça Madre Euvidia Dias, uma juntinha da outra.
Um espaço público importante que foi ocupado e que poderia ser destinado à população, é o local onde foi construída a Catedral, não que eu tenha algo contra a igreja, em absoluto, estou apenas falando do espaço que era o campo de futebol e o Município cedeu ou vendeu para a Igreja.
  Local onde antes, existia um campo de futebol.
 O segundo espaço público, pelo menos eu imagino, era o campo da Moinha, onde hoje existe uma edificação que está em construção. Naquele local existia um campo onde a rapaziada batia sua bolinha no final da tarde, com o término da Olaria do Sr. Joaquim Mariano, o campo passou para a iniciativa privada, provavelmente o terreno pertencia ao mesmo proprietário do terreno da olaria, mas o Município poderia negociar e evitar que o povo de Ponta de Pedras e principalmente o pessoal do Ponto Certo, ficasse sem aquele espaço. Hoje é tarde demais, o campinho já não existe.
Local onde ficava o campo da moinha e hoje existe esse prédio em construção.
c)    Casa Tavares e terreno onde está a feira – Não é demais afirmar que o prédio da Casa Tavares, contribui muito para tornar a frente da Cidade bem feia, principalmente agora que inúmeros pontos de vendas tomaram conta do seu entorno. Alí é outro local que certamente o povo não participou da transferência do terreno para particular construir um imóvel na frente da Cidade, principalmente junto ao principal ponto de embarque e desembarque de quem chega a Ponta de Pedras. A feira por sua vez, foi instalada num terreno que antes não existia nenhuma construção, portanto, poderia ser aproveitado para construir algo que tornasse a frente da Cidade mais bonita, com uma edificação mais moderna e mais útil para o povo ponta-pedrense. Não estou afirmando que a feira não seja útil, mas a mesma poderia existir perfeitamente noutro local ou ser uma feira que fosse armada diariamente, até porque ali existem inúmeros estabelecimentos que vendem café, mingaus, refeições e outros produtos que não são exclusivamente de feira e que poderiam ser vendidos em outro local. Comprei galinha caipira e tucupi, além de produtos essencialmente de feira em outro local porque não tinha na feira o que comprova que a feira não atende o fim a que se imagina foi destinado;
       Feira, um local que poderia ser melhor aproveitado.
d)   Demolição do Mercado Municipal – Mais um bem público que foi destruído sem uma consulta prévia da população e sem que os responsáveis medissem as consequências do quanto estavam destruindo um bem que fazia parte da cultura de Ponta de Pedras e o pior: para quê? Sim, porque após a demolição nada se construiu no local, parecendo que o único objetivo era jogar abaixo o prédio. Acho que mais uma vez o público deveria opinar se realmente era necessário demolir o velho mercado;
e)   Demolição dos dois quiosques que eram do Sr. Miguelão e Sr. Imérito – Aqueles quiosques já faziam parte da história de Ponta de Pedras e preservá-los, seria o mínimo que a Prefeitura poderia fazer com a cultura da Cidade. Demoliram os dois quiosques e nos seus lugares colocaram bancos, tudo bem, mas em contrapartida a Prefeitura deixou dois vendedores ambulantes estabelecidos em plena praça, um inclusive, tomou conta de um passeio da Praça da Matriz, distribuindo cadeiras, preparando suas guloseimas e quem estiver incomodado que se afaste, isto é, o vendedor se apoderou de parte do passeio público. O outro vendedor ficou melhor localizado, ao lado da Casa Tavares. A Prefeitura, poderia ter revitalizado os dois quiosques e alugados para os dois vendedores ambulantes, assim, além de ficarem bem instalados, com cadeiras e ao lado da praça, não incomodaria os transeuntes que vão passear na praça e nem sempre estão dispostos a lavar seus cabelos ao chegarem em casa, face ao óleo e odor que fica impregnado nos cabelos devido as frituras que são feitas na calçada da praça da Matriz.  
Vendedor que ocupa a calçada da Praça da Matriz e que poderia ficar                             localizado em outro local.
f)     Casa Cabocla – Ainda não consegui entender o motivo que levou a Prefeita atual, ter adotado como um dos seus primeiros atos de governo, jogar abaixo a casa cabocla, decisão unicamente sua, sem consultar ninguém, agiu como se ao assumir a Prefeitura, tivesse aval da população para tomar qualquer decisão como se fosse proprietário do Município. Era uma bela construção? Claro, não era. Mas derrubar simplesmente por derrubar, sem consultar a população é um ato totalmente arbitrário. Pode ser argumentado que a Casa Cabocla será substituída por um belo palco que será construído na frente da Cidade e mais uma vez eu pergunto: é a vontade do povo, alguém fez alguma consulta? E finalmente;
   Casa Cabocla que a Prefeita atual mandou demolir.
g)    Obra que está em andamento junto ao Trapiche Municipal – Embora os idealizadores daquela obra tenham as melhores das intenções, me parece que o povo deveria ser consultado, afinal de contas o dinheiro usado para realização da obra é do povo e como se sabe, Ponta de Pedras tem certas prioridades que são bem mais importantes que a construção de um palco, como o problema da água na Cidade que é sério e precisa de solução urgente! Portanto, gastar o dinheiro do Município tendo outras prioridades mais importantes não me parece justo. Logo, nada mais oportuno do que o povo aprovar a realização da abra, contudo, mais uma vez, tudo leva a crer que o povo nada opinará e se não ficar do agrado da população, será tarde demais, a obra estará concluído, o dinheiro gasto e o povo que se lixe! Infelizmente.
       Obra que está sendo feita na frente da Cidade.
Essa é a situação de Ponta de Pedras, não é nova e também os problemas citados não são os únicos, no entanto, servem para mostrar que os prefeitos não têm o hábito de administrar o Município ouvindo o povo. O povo por sua vez não reclama, nada comenta, não opina, parece que é demérito ou demonstra incompetência do governante ouvir o povo para tomar as decisões, lerdo engano. Dentre os ponta-pedrenses, existem pessoas que mesmo não tendo frequentado uma faculdade, têm boas ideias, são talentosos. A experiência tem demonstrado que nem sempre quem frequenta uma faculdade tem as melhores ideias, os exemplos são vários.  Thomas Edison não tinha diploma universitário e tantas pessoas talentosas que deram grandes contribuições à humanidade não frequentaram bancos universitários. O que importa mesmo são as ideias, mas para isso, essas pessoas devem ter oportunidade, devem falar, expor seus pensamentos e os governantes, incentivá-las, escutá-las e se verem que as ideias são boas, adotá-las. Em Ponta de Pedras, os prefeitos ainda não conseguiram entender o valor dessa participação mais efetiva do povo e por esse motivo, nosso Município, aos poucos, vai crescendo sim, mas desordenadamente. Os prefeitos fazem tudo o que lhes der na cabeça, sem consultar e ouvir a população que realmente é a dona do Município. Pensem nisso.



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