Músicos pontapedrenses.
Não sei
se vocês concordam, mas se tem uma coisa boa que aumentou em Ponta de Pedras,
foi o número de músicos. Hoje tem muito músico e alguns bons, que certamente
não farão feio nos locais onde se apresentarem.
Há alguns
anos atrás, fora as “orquestras” dos sapos que coaxavam ali pros lados da Olaria
do Sr. Ovídio, principalmente quando terminava de cair uma chuvinha, Ponta de
Pedras contava com os Manduquinhas e os Ceguinhos, que abrilhantavam os arastapés
ai pela beirada. Outros músicos sabiam tocar, mas não participavam de nenhum
conjunto, que eu lembre. Tinha o mestre Açúcar, Amanajás, o Daco e outros
músicos que aproveitavam os cordões juninos para tocarem, como o Vadico, meu
Pai, que tocava viola. Eram muito bons, fazem falta.
Com a
criação da Associação Musical Antonio Malato, cresceu o número daqueles que encontram
na música uma oportunidade de adquirir uma profissão e desenvolver seu talento
musical, principalmente se considerarmos a banda de música da AMAM que vem
encantando com as suas apresentações. O Conjunto Musical Catumbi no Choro, já
com CD gravado, é um grupo que representa muito bem nosso Município.
Dessa
forma, chega-se à conclusão de que, Ponta de Pedras, tem um bom material humano
envolvido com música e poderia ser aproveitado melhor. Para isso, é necessário
que se tenha projetos municipais onde esses profissionais possam ser utilizados
e assim, possam obter algum ganho e ao mesmo tempo, oferecer à população,
divertimento e cultura.
Considerando
esse grande número de músicos e outros talentos que provavelmente estão
aguardando uma oportunidade para aparecerem, nosso Município poderia considerar
a possiblidade de realizar alguns eventos envolvendo esse pessoal. Tais como:
a) FESTIVAL DE MÚSICA – Poderia ser
idealizado um festival de música anual e divulgado para outros municípios
participarem, com prêmios em várias categorias, tais como: cantor, cantora,
cantor e cantora mirim, solista, banda ou outra categoria previamente
escolhida. Claro, isso precisa de planejamento e o envolvimento da população,
principalmente dos donos de pausadas, restaurantes, bares e demais comerciantes
que certamente lucrariam com o evento é muito importante.
b) MÚSICA NA PRAÇA – Este evento
seria destinado aos pontapedrenses, isto é, mais doméstico. O evento poderia
ser mensal, sempre em determinado final de semana, no primeiro, segundo,
terceiro ou quarto final de semana. Para não ficar rotineiro, com os mesmos rítmos,
as apresentações poderiam variar. Num mês seria chorinho, em outro MPB, em
outro samba e pagode e assim por diante. Esta separação é boa para se conhecer
o gosto da comunidade. Mais uma vez a participação da comunidade é fundamental.
Reunião de músicos numa praça do Rio de Janeiro.
c) FORMAÇÃO DE CONJUNTOS MUSICAIS –
Aqui, é necessário selecionar dentre os vários músicos pontapedrenses, aqueles
que têm talento para fazer parte de um conjunto musical para animar bailes
dançantes na Cidade e outros locais, tal como acontece em Cametá. Poucos
municípios por onde andei, dispõe de conjuntos musicais relativamente bons para
animar festas. As aparelhagens ainda dominam com seus batidões. Essas
aparelhagens, têm seu público cativo, mas temos que levar em consideração que
nem todos gostam desse gênero musical e sendo assim, uma boa opção é oferecer
outra alternativa e quem sabe festas com bons conjuntos não poderia fazer com
que essas pessoas voltassem aos salões, como em outras épocas. Em Cametá,
quando eu andava por lá, a presença de aparelhagens era bem reduzida,
limitando-se mais às apresentações na Praia da Aldeia.
Não custa nada lembrar que para o
êxito desses eventos a Prefeitura Municipal de Ponta de Pedras, através da
Secretaria de Educação e Cultura, deve ter uma participação fundamental, sem o
que, certamente ficará mais difícil. Vou mais além, a Prefeitura poderia
investir na construção de um local para eventos sociais, um local que pudesse
servir para apresentação teatral, filmes, reuniões sociais organizadas pela
Prefeitura e Câmara Municipal e eventualmente ser alugada para bailes, com
mesas vendidas previamente.
Acho que Ponta de Pedras é
carente de espaços como o sugerido acima. Cheguei a frequentar festa no Cine
Marajó, que foi destruído para a construção da Câmara Municipal. Claro, nosso
Município precisa de uma Casa de Leis, mas deveria ter sido levado em
consideração a necessidade de cultura e divertimento para a população. Com a
destruição do Cine Marajó, nosso Município ficou carente de um espaço
semelhante e resolver esse problema não deixa de ser um desafio para a
administração atual e que se não for resolvido, não devemos esquecer que é uma
necessidade da população de Ponta de Pedras.
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