sexta-feira, 4 de março de 2011

Comunidade da Boa Vista/crônica do sitio.


Quando eu era criança, lá se vão algumas décadas, aí em frente, do outro lado do Rio Marajó Açu (sei que muitos pontapedrenses não sabem o nome desse rio) existia uma verdadeira Comunidade , era a  - BOA VISTA. Começando pelo Genipaúba, se não me falha a memória, moravam: Zeato, Francisco Roça, Romeu, Agostinhote, Zé Tavares, D.Zulmira e Catito, que morava na “boca” do Giticateu. Na ilha, aí em frente, morava o Terto. Era uma turma muito unida, sempre fazendo “festa” quando encontravam-se.Cada um, ganhando a vida conforme seu talento. O Zeato, Agostinhote e Terto, eram mais camaroeiros, iscavam os matapis, despescavam e iam vender os camarões no mercado que demoliram (uma pena!). Já o Romeu e o Zé Tavares, gostavam de “mariscar”.Assim, deslocavam-se constantemente com suas camboas, sempre à procura de um bom lugar para pegar umas pescadas, mandubés, cachorro-do-padre,ituís, e alguns jaraquís,que tirado a “bóia”, de um modo geral, nem chegavam ao mercado, pois, eram vendidos ainda na Ponte do “seu” João Ramos (hoje já está destruída, mas aquilo já foi bonito). O Catito, era mais marreteiro, ia vender seus produtos em Belém, pescava alguns camarões, mas era só pra ‘tariar’. Não lembro bem a atividade do Francisco Roça. Guardo algumas boas lembranças dessa turma, especialmente do Romeu, por suas constantes brincadeiras, sua alegria estampada sempre que falava com alguém. Para ele , parecia que todo dia era dia de festa, estava sempre sorrindo. O Agostinhote, eu gostava de ver a maneira como ele remava e pilotava a “montaria” dele, sempre sentado no banquinho, mas a perna que ficava do lado da remada, encolhida e o pé apoiado no banco que estava sentado. Posso assegurar que não é facil ficar nessa posição por longo tempo, principalmente remando. O Agostinhote ficava. Eu costumava perguntar se ele não ficava consado e a resposta era sempre a mesma: - Não, não conso. Eu gosto. E lá se ia ele tranquilo e sereno. Não sei explicar, mas eu gostava daquele tempo!

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