sexta-feira, 6 de março de 2015

FALTA DE MÉDICO EM PONTA DE PEDRAS, SERÁ QUE O PRÓPRIO MUNICÍPIO PODERIA RESOLVER?


Um dos sérios problemas brasileiros e que prejudica muito a população é o atendimento médico oferecido pela União, estados e municípios. Quando o problema envolve os munícipios de difícil acesso, como os marajoaras, a situação ainda é mais grave. Vários são os motivos que impossibilitam um bom atendimento médico à população dos municípios da Ilha do Marajó.
Dentre os motivos apresentados, estão: baixos salários, difícil acesso, cidades que não oferecem condições adequadas para o profissional exercer sua profissão e outros mais, sempre alegados por ocasião da contratação.
Durante uma audiência na Câmara Federal, o deputado Federal Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) abordou o assunto conforme mostrado no vídeo abaixo.

Diante do problema, o Governo Federal criou o Programa Mais Médicos e supriu a necessidade de alguns municípios.  Essa é uma medida temporária, porque a maioria dos médicos não sendo brasileiro, algum dia retornará ao seu local de origem. Quando isso acontecer, a situação que anteriormente reinava nos municípios afetados pelo problema voltará, isto é, a necessidade de profissionais da saúde voltará e assim, o problema não será resolvido.
Diante da situação, em que os municípios precisam de médicos e considerando que os governos Estadual ou Federal estão impossibilitados de atender em sua plenitude e nos quadros municipais esses profissionais não estão disponíveis, resta aos prefeitos, criarem programas para que, mesmo no médio prazo o problema seja resolvido.
Como sempre acontece, verba para pagar um salário atraente para um médico trocar a capital pelo interior está difícil e ainda assim, se tivesse, talvez não resolvesse o problema, pois o médico ao passar um determinado tempo longe da sua cidade, provavelmente entregaria o lugar e deixaria o município.
Diante do problema e considerando a necessidade de solução, restaria ao prefeito tentar formar sua própria equipe, isto e, preparar membros da própria comunidade para cursarem medicina e depois, pelo menos por algum tempo desempenharem suas funções junto à sua comunidade.
Essa ação municipal seria positiva e importante para a comunidade por diversos motivos, como por exemplo, resolveria o problema da falta de médico no município; por ser nativo, o agora profissional de saúde não teria problema de adaptação, pois estaria trabalhando no seu município, prestando serviço aos seus. Por outro lado, despertaria na comunidade o interesse em estudar mais, pois qualquer família do interior sonha ter um filho formado numa universidade e se for medicina certamente seria um orgulho para qualquer família. Sendo o profissional oriundo da região, conheceria mais os problemas de saúde que mais afetam a população, portanto, teria seu serviço facilitado e outras vantagens mais.
O problema é como conseguir formar alguém do próprio município e convencê-lo a ficar trabalhando na prefeitura local.
Formar não seria lá muito difícil, bastaria a prefeitura selecionar pelo menos um munícipe por ano e através de contrato, financiar seus estudos. No contrato assinado, deveria constar uma cláusula onde obrigasse ao munícipe, após formado, prestar serviços no município pelo mesmo tempo em que foi financiado.
Durante esse tempo em que o profissional estivesse prestando serviço no município, uma parte do salário que viesse a receber, seria destinado ao pagamento do financiamento mais os juros, que deveriam ser relativamente baixos, apenas para manter o valor da moeda, não visando lucro. Findo o contrato e uma vez pago o financiamento o profissional estaria liberado, já que outro profissional estaria pronto para ocupar a vaga.
Esse processo poderia ser transformado num programa e incluído nas programações orçamentárias da prefeitura. Imagino que cada aluno não sairia por mais de cinco mil mensais para a prefeitura.
É evidente que um programa dessa natureza, não é tão simples assim, ainda temos que levar em consideração moradia, transporte, alimentação e até mesmo assistência médica, mas isso e uma questão de planejamento pelas prefeituras que se dispuserem a implantar tal programa.
Alguns mais pessimistas podem argumentar que um programa desses é de difícil implementação mas convém lembrar que, na vida nada é fácil; podem ainda dizer que custa dinheiro e o município é pobre, mais uma vez digo que tudo tem custo e quando o prefeito quer realizar algum empreendimento de seu interesse e que envolva necessidade de recursos, como festas por exemplo, geralmente os recursos aparecem.
Finalmante, um programa como esse, mesmo considerando as dificuldades que possam apresentar, além de trazer benefícios incalculáveis para a pessoa que participar do programa, resolverá o problema de médicos no município e se formos mais além, outros profissões poderão ser incluídas no programa e assim, poderá suprir as necessidades de profissionais que eventualmente sejam necessários para a melhoria da administração municipal.
Talvez um problema nesse tipo de programa, seria a seleção dos candidatos, assunto que discutiremos em outra postagem

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