Um dos sérios problemas brasileiros e que
prejudica muito a população é o atendimento médico oferecido pela União,
estados e municípios. Quando o problema envolve os munícipios de difícil
acesso, como os marajoaras, a situação ainda é mais grave. Vários são os
motivos que impossibilitam um bom atendimento médico à população dos municípios
da Ilha do Marajó.
Dentre os motivos apresentados, estão: baixos
salários, difícil acesso, cidades que não oferecem condições adequadas para o
profissional exercer sua profissão e outros mais, sempre alegados por ocasião
da contratação.
Durante uma audiência na Câmara Federal, o
deputado Federal Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) abordou o assunto conforme
mostrado no vídeo abaixo.
Diante do problema, o Governo Federal criou o Programa
Mais Médicos e supriu a necessidade de alguns municípios. Essa é uma medida temporária, porque a
maioria dos médicos não sendo brasileiro, algum dia retornará ao seu local de
origem. Quando isso acontecer, a situação que anteriormente reinava nos
municípios afetados pelo problema voltará, isto é, a necessidade de
profissionais da saúde voltará e assim, o problema não será resolvido.
Diante da situação, em que os municípios
precisam de médicos e considerando que os governos Estadual ou Federal estão
impossibilitados de atender em sua plenitude e nos quadros municipais esses
profissionais não estão disponíveis, resta aos prefeitos, criarem programas
para que, mesmo no médio prazo o problema seja resolvido.
Como sempre acontece, verba para pagar um
salário atraente para um médico trocar a capital pelo interior está difícil e
ainda assim, se tivesse, talvez não resolvesse o problema, pois o médico ao
passar um determinado tempo longe da sua cidade, provavelmente entregaria o
lugar e deixaria o município.
Diante do problema e considerando a
necessidade de solução, restaria ao prefeito tentar formar sua própria equipe,
isto e, preparar membros da própria comunidade para cursarem medicina e depois,
pelo menos por algum tempo desempenharem suas funções junto à sua comunidade.
Essa ação municipal seria positiva e
importante para a comunidade por diversos motivos, como por exemplo, resolveria
o problema da falta de médico no município; por ser nativo, o agora
profissional de saúde não teria problema de adaptação, pois estaria trabalhando
no seu município, prestando serviço aos seus. Por outro lado, despertaria na
comunidade o interesse em estudar mais, pois qualquer família do interior sonha
ter um filho formado numa universidade e se for medicina certamente seria um
orgulho para qualquer família. Sendo o profissional oriundo da região,
conheceria mais os problemas de saúde que mais afetam a população, portanto,
teria seu serviço facilitado e outras vantagens mais.
O problema é como conseguir formar alguém do
próprio município e convencê-lo a ficar trabalhando na prefeitura local.
Formar não seria lá muito difícil, bastaria a
prefeitura selecionar pelo menos um munícipe por ano e através de contrato,
financiar seus estudos. No contrato assinado, deveria constar uma cláusula onde
obrigasse ao munícipe, após formado, prestar serviços no município pelo mesmo
tempo em que foi financiado.
Durante esse tempo em que o profissional
estivesse prestando serviço no município, uma parte do salário que viesse a
receber, seria destinado ao pagamento do financiamento mais os juros, que
deveriam ser relativamente baixos, apenas para manter o valor da moeda, não
visando lucro. Findo o contrato e uma vez pago o financiamento o profissional
estaria liberado, já que outro profissional estaria pronto para ocupar a vaga.
Esse processo poderia ser transformado num
programa e incluído nas programações orçamentárias da prefeitura. Imagino que
cada aluno não sairia por mais de cinco mil mensais para a prefeitura.
É evidente que um programa dessa natureza, não
é tão simples assim, ainda temos que levar em consideração moradia, transporte,
alimentação e até mesmo assistência médica, mas isso e uma questão de
planejamento pelas prefeituras que se dispuserem a implantar tal programa.
Alguns mais pessimistas podem argumentar que
um programa desses é de difícil implementação mas convém lembrar que, na vida
nada é fácil; podem ainda dizer que custa dinheiro e o município é pobre, mais
uma vez digo que tudo tem custo e quando o prefeito quer realizar algum
empreendimento de seu interesse e que envolva necessidade de recursos, como
festas por exemplo, geralmente os recursos aparecem.
Finalmante, um programa como esse, mesmo
considerando as dificuldades que possam apresentar, além de trazer benefícios
incalculáveis para a pessoa que participar do programa, resolverá o problema de
médicos no município e se formos mais além, outros profissões poderão ser
incluídas no programa e assim, poderá suprir as necessidades de profissionais
que eventualmente sejam necessários para a melhoria da administração municipal.
Talvez um problema nesse tipo de programa, seria a seleção dos
candidatos, assunto que discutiremos em outra postagem
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